— Eu vou ter que ir pra minha mãe pegar outras roupas minhas.— falei sozinha enquanto olhava para as minhas roupas amassadas e espalhadas pela cama.
A mala aberta no chão me encarava como um abismo sem fundo, e a pilha de roupas ao lado só aumentava minha frustração. Eu precisava de mais peças para a viagem.
— Joaquín?— o chamei, minha voz um pouco hesitante.— Você consegue ficar sozinho por algum tempo? Preciso ir na minha mãe.
Joaquín apareceu na porta do quarto, seus olhos castanhos me observando com curiosidade. A bagunça parecia tê-lo deixado um pouco confuso, mas seu sorriso travesso logo se formou em seus lábios.
Expliquei que minhas roupas ali eram limitadas e que precisava de mais para a viagem. Estava tudo indo bem, até que ele inventou de mexer nas minhas roupas e pegar uma das minhas calcinhas.
— Tira a mão daí, Joaquín!— falei, tentando tirar a peça de sua mão.— Isso é invasão de privacidade!
Ele riu.
— Eu já te vi sem, porque seria invasão?— ele perguntou, examinando a calcinha com atenção.— Mas essa aqui eu nunca te vi usando.
— Eu vou te matar!— minha cara estava queimando de vergonha.— Deixa aí seu pestinha!
— Quando você vai usar?— ele perguntou, seus olhos me encarando com um brilho provocante.— Ela é linda.
— Joaquín!— subi na cama e fui até ele, tentando pegar a calcinha de sua mão.— Ninguém te chamou aqui, para de fiscalizar as minhas calcinhas!
Tentei puxar a calcinha de sua mão, mas ele a segurou com força, rindo ainda mais. Quando finalmente consegui tirar a peça de suas mãos e a escondi debaixo das outras roupas, meu rosto ainda vermelho de vergonha.
— Tá bom, tá bom.— ele disse, erguendo as mãos em rendição.— Mas você tem que admitir que essa é muito bonita.
Ele piscou para mim com um sorriso malicioso, e eu não pude evitar rir. Até que ele me pegou no colo enquanto eu dava risada.
Por alguns segundos o meu riso foi diminuindo, enquanto eu encarava seus olhos.
Envolta em seus braços, meu corpo relaxou e a risada se transformou em um sorriso bobo. Seus olhos castanhos me fitavam com intensidade, e eu me senti hipnotizada por sua beleza. Era como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido, deixando apenas nós dois em um universo particular.
— O seu tornozelo.— falei preocupada.— O seu tornozelo Joaquín!
— Relaxa, não tô pondo peso nele.— me tranquilizou.— O peso está no pé direito.
— De qualquer forma, me coloca na cama, não quero arriscar.— avisei e ele fez.
Com cuidado, ele me depositou na cama, certificando-se de que eu estava confortável.
Voltei a organizar as minhas coisas enquanto ele me observava.
A mala vazia me encarava como um lembrete da viagem que se aproximava. Eu precisava me preparar, mas me sentia dividida entre a empolgação pela aventura e a necessidade de ir pegar mais roupas na minha mãe.
Enquanto eu pensava, ele ficava me olhando.
Sua admiração por mim era evidente, e isso me deixava ainda mais feliz.
— Tá olhando o que?— perguntei e ele ficou quieto.— Joaquín?
A pergunta escapou dos meus lábios, sem que eu tivesse tempo de pensar duas vezes. A curiosidade me consumia, e eu precisava saber o que se passava em sua mente.
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Amor em Jogo - Piquerez
ФанфикO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...