68

4.3K 313 102
                                    

— Eu vou ter que ir pra minha mãe pegar outras roupas minhas.— falei sozinha enquanto olhava para as minhas roupas amassadas e espalhadas pela cama.

A mala aberta no chão me encarava como um abismo sem fundo, e a pilha de roupas ao lado só aumentava minha frustração. Eu precisava de mais peças para a viagem.

— Joaquín?— o chamei, minha voz um pouco hesitante.— Você consegue ficar sozinho por algum tempo? Preciso ir na minha mãe.

Joaquín apareceu na porta do quarto, seus olhos castanhos me observando com curiosidade. A bagunça parecia tê-lo deixado um pouco confuso, mas seu sorriso travesso logo se formou em seus lábios.

Expliquei que minhas roupas ali eram limitadas e que precisava de mais para a viagem. Estava tudo indo bem, até que ele inventou de mexer nas minhas roupas e pegar uma das minhas calcinhas.

— Tira a mão daí, Joaquín!— falei, tentando tirar a peça de sua mão.— Isso é invasão de privacidade!

Ele riu.

— Eu já te vi sem, porque seria invasão?— ele perguntou, examinando a calcinha com atenção.— Mas essa aqui eu nunca te vi usando.

— Eu vou te matar!— minha cara estava queimando de vergonha.— Deixa aí seu pestinha!

— Quando você vai usar?— ele perguntou, seus olhos me encarando com um brilho provocante.— Ela é linda.

— Joaquín!— subi na cama e fui até ele, tentando pegar a calcinha de sua mão.— Ninguém te chamou aqui, para de fiscalizar as minhas calcinhas!

Tentei puxar a calcinha de sua mão, mas ele a segurou com força, rindo ainda mais. Quando finalmente consegui tirar a peça de suas mãos e a escondi debaixo das outras roupas, meu rosto ainda vermelho de vergonha.

— Tá bom, tá bom.— ele disse, erguendo as mãos em rendição.— Mas você tem que admitir que essa é muito bonita.

Ele piscou para mim com um sorriso malicioso, e eu não pude evitar rir. Até que ele me pegou no colo enquanto eu dava risada.

Por alguns segundos o meu riso foi diminuindo, enquanto eu encarava seus olhos.

Envolta em seus braços, meu corpo relaxou e a risada se transformou em um sorriso bobo. Seus olhos castanhos me fitavam com intensidade, e eu me senti hipnotizada por sua beleza. Era como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido, deixando apenas nós dois em um universo particular.

— O seu tornozelo.— falei preocupada.— O seu tornozelo Joaquín!

— Relaxa, não tô pondo peso nele.— me tranquilizou.— O peso está no pé direito.

— De qualquer forma, me coloca na cama, não quero arriscar.— avisei e ele fez.

Com cuidado, ele me depositou na cama, certificando-se de que eu estava confortável.

Voltei a organizar as minhas coisas enquanto ele me observava.

A mala vazia me encarava como um lembrete da viagem que se aproximava. Eu precisava me preparar, mas me sentia dividida entre a empolgação pela aventura e a necessidade de ir pegar mais roupas na minha mãe.

Enquanto eu pensava, ele ficava me olhando.

Sua admiração por mim era evidente, e isso me deixava ainda mais feliz.

— Tá olhando o que?— perguntei e ele ficou quieto.— Joaquín?

A pergunta escapou dos meus lábios, sem que eu tivesse tempo de pensar duas vezes. A curiosidade me consumia, e eu precisava saber o que se passava em sua mente.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora