— Bom dia, bom dia. — minha mãe disse, com um sorriso radiante no rosto, enquanto os funcionários ali presentes nos cumprimentavam com uma simpatia contagiante.
Eu retribuía os cumprimentos com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, me sentindo cada vez mais à vontade naquele ambiente. A sensação de ser uma estranha já quase não existia mais, estava sendo substituída por um sentimento de pertencimento.
O clima era ameno e convidativo, perfeito para um dia de treinos. Como a manhã estava ensolarada, optei por deixar a jaqueta no carro, evitando o incômodo de carregá-la comigo pra todo canto que eu fosse.
Enquanto aguardávamos a chegada dos jogadores, minha mãe me explicava alguns detalhes sobre o funcionamento do CT e a rotina dos atletas. Eu a ouvia com atenção, absorvendo cada palavra como se fosse uma esponja.
De repente, a figura imponente do Abel surgiu no campo. Minha mãe se despediu de mim com "já volto" e se dirigiu ao treinador para conversar sobre assuntos relacionados ao trabalho.
Aproveitando a liberdade momentânea, decidi explorar o campo, meus pés pisando na grama verdejante com leveza e entusiasmo. O ar vibrava com a energia da expectativa, e eu me sentia contagiada pela inspiradora.
Um sinal sonoro emitido pelo meu celular me tirou dos meus pensamentos. Era Bruna.
Hesitei por um instante, imaginando o tamanho dos áudios que ela havia enviado. Mas, sabendo que ela me xingaria se eu não os ouvisse, decidi dar o play.
Ouvi cada áudio com atenção, cada pausa, cada sussurro, cada risada. Bruna narrava cada momento da noite com entusiasmo, descrevendo cada passo, cada gesto, cada palavra trocada com Richard.
Ao final dos áudios, a confirmação que eu tanto esperava: Bruna e Richard haviam ficado juntos. Um misto de surpresa e alegria tomou conta de mim. Como ela tinha conseguido? Eu não sabia, e ela não me explicou os detalhes, mas deixou claro que a noite havia sido um sucesso.
Com a mente ainda girando em torno da fofoca, meus dedos voaram pelo teclado do celular, digitando mensagens para Bruna, ansiosa por saber mais sobre o que havia acontecido.
De repente, um som de vozes me tirou dos meus pensamentos. Olhei para o portão de entrada do campo e, para minha surpresa, avistei alguns jogadores do Palmeiras se aproximando, incluindo Richard.
Seus olhos encontraram os meus, e um sorriso genuíno se formou em seus lábios. Eu retribuí o sorriso, em um gesto de gentileza e podemos dizer simpatia?
Eu tentava analisar o que havia acontecido ali, questionando se minha atitude com Richard havia sido genuína ou apenas um ato automático.
Será que eu havia sido simpática ou simplesmente me comportei de forma robótica? Estava com medo de parecer chata ou antissocial ali.
— Sabe jogar? — Richard perguntou com um sorriso contagiante.
Ainda confusa, apontei para mim mesma e questionei:
— Tá falando comigo? — ele assentiu com a cabeça, confirmando minha dúvida.
Uma mistura de nervosismo e curiosidade me invadiu. Eu não sabia se deveria aceitar o convite ou recusar educadamente. O futebol nunca havia sido meu forte, e a ideia de me expor à frente de um jogador profissional me deixava desconfortável.
Com um sorriso sem graça, tentei desviar da situação:
— Não. — respondi, rindo nervosamente. — Futebol definitivamente não é a minha praia.
Mas Richard não se desanimou.
— Só um pouquinho? — ele insistiu com um tom brincalhão. — Os meninos tão pra chegar ainda e eu queria ocupar a cabeça.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...