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São Paulo | Brasil
7 de Abril.

— Bom dia, Clara. — minha mãe cumprimentou ao passar por mim na cozinha, mas sua expressão mudou ao notar minha presença. — Clara? — Ela estranhou, virando-se para mim.

Seus olhos se desviaram para o relógio em seu pulso, parecendo um tanto impressionada com o horário.

— Já está acordada? São sete da manhã agora. — ela comentou, surpresa, enquanto processava a informação. — E já está arrumada.

— Sim. Afinal, é um trabalho, não é? Exige responsabilidades. — respondi, tentando soar confiante, e ela sorriu em aprovação. — A Vera já chegou, tá? Ela falou que ia começar lavando as roupas.

— Ótimo. Odeio ver roupa suja. Vou lá dar um oi pra ela e já saímos. — avisou, e eu assenti, pegando uma caneca para tomar para tomar café.

Fiquei na cozinha por mais algum tempo, aproveitando a calma antes do início do dia agitado. O familiar zumbido do meu celular interrompeu meus pensamentos, indicando uma mensagem de Bruna. Retirei o aparelho do bolso da minha calça jeans e vi o nome dela na tela.

— Bru, agora eu não vou poder ouvir seus áudios. Estou indo com a minha mãe trabalhar. — gravei a mensagem de voz e enviei.

— Vamos? — minha mãe chamou da porta, pronta para sair, e eu concordei, deixando a caneca vazia sobre a pia. — Hoje é dia!

— Do que? — perguntei, pegando minha ecobag da cadeira e me preparando para sair. — Para onde iremos?

— Por um momento, eu esqueço que você está fora de tudo, né. — ela balançou a cabeça, um sorriso divertido nos lábios. — Hoje é a final do campeonato paulista. O Paulistão.

— Sim? — eu perguntei, ainda tentando entender completamente o que ela queria dizer.

— O Palmeiras joga contra o Santos hoje. — comentou enquanto adentrava o elevador. — Às 18h. — me lançou um olhar significativo. — Mas agora de manhã, iremos para o CT.

— Mãe, às 18h eu tenho que estar indo pra faculdade. — argumentei, tentando explicar minha situação.

— Não achei que você iria querer perder isso. É uma final! E eu tinha te dito que você iria começar a ir hoje para se ambientar. — respondeu, mostrando certo desapontamento em sua expressão.

— Eu sei mãe, mas eu já faltei ontem! — exclamei, sentindo o peso da responsabilidade.

— Então acho que isso não vai dar certo. — concluiu, e eu revirei os olhos, frustrada com a situação. — Eu vi isso, Clara Maria. — apontou, me repreendendo com um gesto. — Se você não pode estar nos melhores momentos comigo, por que vai trabalhar pra mim?

— Mãe, se eu faltar de novo, eu vou perder conteúdo! — falei, tentando justificar minha posição,

— Você está esquecendo quem a sua mãe é? — riu, como se minha preocupação fosse infundada. — Você não vai perder nada, fica tranquila.

— Mãe, para. — suspirei, me sentindo incompreendida. — Eu sei que você é presidente da faculdade que patrocina o Palmeiras e bla bla bla. Mas por favor, não me faça parecer uma mimada.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora