73

5.3K 403 160
                                        

Deitada em seus braços, meu corpo relaxava enquanto a respiração dele se acalmava ao meu lado. Meus dedos sob sua pele, enquanto eu sentia seu toque suave acariciando meus cabelos e meus olhos percorriam cada detalhe do seu rosto. Seus olhos, castanhos e intensos, sempre me hipnotizavam.

— Precisamos ir na casa da minha mãe amanhã. — ele disse, e assenti com a cabeça, já imaginando a maratona de apresentações e conversas que nos aguardava.— Se não, ela ou a minha irmã vão me matar. — ele completou e uma risada escapou dos meus lábios.

— Tudo bem, podemos ir de manhã. — respondi, deitando minha cabeça em seu peito. — Estou ansiosa para conhecê-las. — acrescentei com um sorriso travesso nos lábios. — Assim, finalmente terei alguém para quem falar mal de você, alguém que te conhece mais do que eu.

Ele se virou para me encarar, fingindo indignação.

— Falar mal de mim? — questionou.— Não tem nada de ruim para falar sobre mim

— Posso inventar. — rebati, com um sorriso desafiador.

Ele balançou a cabeça, rindo.

— Elas não vão acreditar. — garantiu.— Se você disser que tentei te engravidar, talvez elas acreditem. Camila sonha em ser tia, sabia?— ele disse, com um sorriso contagiante.

— Que máfia é essa? — perguntei, rindo junto com ele.— Será que ela vai me odiar se souber que não quero ter um filho?

— Não, ela vai te entender. — ele disse, com um olhar sincero. — Assim como eu entendi*

— Mas você não entendeu, não completamente. — respondi.

— Exato. — ele disse, segurando o riso. — Mas acima de tudo, ela vai respeitar sua decisão. Ela também não quer ter filhos. — me olhou nos olhos, com um tom de compreensão. — Por isso quer um sobrinho.

— Eu entendo essa dinâmica dela. — afirmei, com um suspiro. — Mas infelizmente não tenho irmãos ou irmãs para fazer esse favor.

Um silêncio tomou conta do quarto, apenas os sons dos nossos corações batendo e da respiração calma de ambos.

— Sua mãe me contou que você falou sobre o Théo para ela. — ele disse, quebrando o silêncio.

— Contou? — perguntei, me sentando na cama surpresa. — E o que mais ela disse?

— Algumas coisas que não estou autorizado a falar. — ele disse, com um sorrisinho.— Mas ela disse que amaria ser avó. Mesmo que você tivesse a criança e desse para ela.

— Eu jamais faria isso. — respondi, com uma careta. — Se eu tiver um filho, o que não vai acontecer, ele vai ser meu.

— Como quiser, mamãe leoa.

Joaquín, com os olhos fechados, parecia estar prestes a cair no sono. Aproveitei a oportunidade para observar cada detalhe do seu rosto: a barba por fazer que dava um toque de sensualidade à sua aparência, os lábios entreabertos em um leve sorriso. Cada detalhe me deixava ainda mais boba enquanto eu olhava para cada um deles.

E eu não conseguia imaginar como havia vivido tanto tempo sem sentir aquilo. Achar que a vida era apenas as frustrações e coisas ruins que eu sentia.

De repente, ele se mexeu e murmurou algo em voz baixa:

Quando eu chegar no céu, vou lembrar de agradecer a Deus por ter me dado você. Ele não fazia ideia do quanto eu precisava da sua existência na minha vida. E acho que nem eu, até você chegar.

Suas palavras me tocaram profundamente e senti um aperto no coração. Ele não fazia ideia do quanto ele também era importante pra mim, do quanto ele havia transformado a minha vida para melhor.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora