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— Eu tô me trocando, saí do banho quase agora .— falei assim que ele abriu uma fresta na porta.

— Tá bom, se troca. Tenho uma surpresa pra você aqui na sala. — ele disse, a expectativa evidente em sua voz, enquanto arqueei a sobrancelha, intrigada.

— Como assim?

— Vem ver. — ele insistiu, a curiosidade crescendo dentro de mim.

Vesti a primeira coisa que vi, mal conseguindo conter a ansiedade. Com um último olhar para Joaquín, que ainda se arrumava, deixei o quarto e caminhei em direção à sala, o coração acelerado.

Ao entrar, um aroma familiar tomou conta do ambiente, como uma mistura de perfume e algo importado. Era como o perfume que o Lucas usava quando o vi pela primeira vez.

— Você tá usando agora também? O perfume do Lucas? Posso jurar que estou sentindo o cheiro dele. — perguntei ao meu pai, mas ele permaneceu em silêncio, um sorriso travesso nos lábios.

— Por que será, né, Clara Maria?

Meu corpo travou e arregalei os olhos ao ver Lucas emergindo da cozinha, seu sorriso iluminando o ambiente. Sem pensar, corri em sua direção e pulei em seu colo, um calor familiar preenchendo meu peito.

— Como você não disse que estava vindo?! — exclamei, enquanto ele me abraçava, meu mundo se aquecendo novamente.

— Pra não estragar minha surpresinha, quis vir sem te avisar.

— Pai, por que você não disse nada? — olhei para ele enquanto ainda me aninhava em Lucas.

— Ele pediu pra eu não falar. — ele levantou os ombros, divertido.

— Meu Deus, que saudade eu estava de você! — disse, apertando-o e beijando seu rosto, o calor da conexão era nítido.

— Nunca pensei que diria isso, mas também senti muita saudade de você. — Lucas respondeu, passando a mão no meu cabelo, um gesto que parecia familiar e reconfortante.

Eu e meu pai começamos a rir, a alegria pairando no ar.

— Você deveria ter me dito que viria, eu super buscaria você no aeroporto.

— Eu sei. Mas quis fazer surpresa. E queria que, no caminho pra cá, o bonitão ali falasse as fofocas daqui. — ele apontou para o meu pai, que nos observava com um brilho curioso nos olhos.

— Falando em bonitão, e o seu namorado? Quando vou conhecer ele?

A resposta veio como um estalo quando um barulho ecoou do meu quarto. Todos se viraram para a porta, que já estava aberta, e meu coração disparou.

— Vocês ouviram também? — meu pai perguntou, Lucas concordou, e eu neguei com veemência.

— Deve ter sido o Joaquín ou o vento. — tentei desviar a atenção, o medo dançando em meu estômago.

— Ele tá aí? Ótimo! — meu pai disse, já começando a se mover em direção ao meu quarto.

— Vai, me fala sobre o seu namorado, CLT. — Lucas pediu, enquanto ia até a cozinha pegar algo na geladeira.

— CLT? — arqueei a sobrancelha, confusa.

— Sim. Ele não é funcionário da sua mãe? Porque, tipo, ele trabalha pro time que ela manda e desmanda, então é funcionário da sua mãe.

Soltei uma risada alta.

— A minha mãe é funcionária do time também.

— Ah, meu amor, não vem não. — ele levantou o dedo, gesticulando. — Chamar sua mãe de funcionária é ofensa pra ela.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora