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— Eu vou me arrepender disso, eu sei que vou.— falei olhando para Bruna.

Bruna e eu esperamos ansiosamente que a mãe dela caísse no sono. O plano era simples: sairmos sem fazer barulho e encontrar o pai dela, que já estava nos esperando embaixo com o carro. A adrenalina corria em nossas veias, misturada com a expectativa e o nervosismo de serem pegas.

Parte de mim achava um tanto doce o fato do pai de Bruna apoiar as "merdas alheias da vida" dela, como eu costumava pensar em suas aventuras. Por outro lado, eu sabia que essa atitude influenciava muito no estilo de vida fútil da minha amiga, que nunca demonstrava interesse em fazer faculdade ou seguir qualquer outra carreira além de gastar dinheiro.

Entramos no carro e o pai de Bruna sorriu ao me ver. Eu o cumprimentei educadamente e coloquei o cinto no banco de trás enquanto ele conversava com a filha. A alegria era evidente em seu rosto, e eu me senti um pouco desconfortável com a situação.

— Ainda bem que esse vestido seu serviu em mim! — Bruna exclamou, me olhando com um sorriso travesso. — Se não, eu teria que ir me arrumar em casa e você teria que esperar.

— Graças a Deus serviu! — respondi sem muito entusiasmo, desviando o olhar para as ruas que passavam pelas janelas do carro.

— Você fica tão linda de batom vermelho! — Bruna elogiou, com um sorriso sincero no rosto. — Deveria usar mais vezes, sabia?

Eu olhei meu reflexo no vidro da janela do lado oposto para o que eu estava olhando. A franja e o cabelo, levemente ondulados, caíam pelos meus ombros em um tom castanho escuro que combinava perfeitamente com o batom vermelho que eu havia escolhido para a ocasião. A maquiagem leve, apenas com um toque de rímel e blush, realçava meus olhos da mesma cor que o cabelo e dava um aspecto natural e sofisticado ao meu rosto.

Analisei a combinação da maquiagem com a roupa que eu havia escolhido. O batom vermelho, por si só já chamativo, exigia uma maquiagem mais discreta para não ficar exagerado. A escolha do cropped branco de alças finas com decote V e a calça de alfaiataria preta criavam um equilíbrio perfeito entre elegância e sensualidade, sem pesar o visual.

Admirava o conjunto preto e branco por sua versatilidade. As peças eram básicas e atemporais, podendo ser usadas em diversas ocasiões, desde um almoço casual até uma festa numa segunda feira.

A Bruna estava vestindo um vestido que eu havia usado poucas vezes, ele era verde escuro, como um verde militar de manga longa e gola alta e ia até a metade das coxas e nos pés ela estava usando um tênis da Nike, enquanto nos meus estavam o meu coturno.

— Acho que deveria ter pegado blusa de frio.— falei e ela negou com a cabeça.

— E estragar com o look? Jamais.— rejeitou a ideia, passando as mãos pelo tecido do vestido.— Você está linda como sempre, mas um casaco de frio não ia ficar muito legal.

Fiquei em silêncio pelo resto do caminho. Até que percebi que estávamos chegando, a frente do lugar estava um tanto movimentada, várias garotas e homens, quando eu digo garotas é porque realmente pareciam garotas, ter entre 18 a 20 anos. Ao menos eu torcia para que no mínimo tivessem 18. A movimentação aumentou a minha ansiedade enquanto o pai de Bruna estacionava o carro.

Os homens pareciam executivos, empresários e coisas do tipo. Acho que Bruna não exagerou quando disse que o amigo dela andava com a galera de certo tipo. Ao entrarmos, ela falou com algumas pessoas que pareceram liberar nosso acesso.

— Ainda bem que você não tem claustrofobia, porque vamos subir 41 andares de elevador.— sorriu e eu arregalei os olhos.

— Você me tirou de casa, me fez vir até República pra ficar metade da festa em um elevador?— ri e ela me deu língua.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora