Capítulo 7

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Não faço ideia do que se passa na cabeça do idiota do Treves e, sinceramente, nem quero saber. Estou determinada a manter distância dele, e por mais difícil que seja, eu vou conseguir.

— Mãe, está em casa? — Minha voz ecoa pela casa enquanto coloco a mochila sobre a mesa, lançando um olhar cauteloso ao redor.

— Por que está gritando tanto? — O susto me faz pular com a presença repentina de Henry.

Não deveria estar surpresa; desde que nos mudamos, ele não faz nada além de dormir e beber no sofá o dia inteiro. Inspiro profundamente, tentando ignorar a irritação, e volto a pegar minha mochila, com a intenção de ir para o quarto.

— Naninanão — ele balança a cabeça, segurando meu antebraço com uma força que sei que deixará marcas.

Olho para ele, depois tento me afastar.

— O que? — pergunto, mantendo minha voz baixa.

— Já pra cozinha. Estou faminto.

Nunca pensei que pudesse odiar alguém como odeio meu padrasto. Estou me esforçando ao máximo para suportar essa situação, prometi ao meu pai que cuidaria da mamãe, mas a cada dia que passa, essa missão se torna mais insuportável.

— É surda? — ele grita, me assustando.

— Está bem, só vou colocar a mochila no quarto — digo, me afastando e virando as costas para ele.

— Dois, dois segundos — ele ri de forma diabólica e se vira.

Subo as escadas com pressa e tranco a porta do quarto, tirando as roupas e entrando debaixo do chuveiro. Mais uma vez, não consigo evitar que as lágrimas rolem pelo meu rosto.

Parece que todos estão contra mim neste mundo.

Termino de tomar banho e escolho um vestido solto que chega até os joelhos e minhas pantufas de coelho. Amarro os fios secos que caem na minha testa e saio do quarto.

— Olha quem decidiu dar as caras — Henry diz com um sorriso assustador nos lábios assim que chego ao andar de baixo.

— Eu já vou começar a cozinhar.

Por sorte, Henry não disse nada e se acomodou no sofá abrindo a latinha de cerveja e reviro os olhos sem ele vê.

Odeio pessoas que bebem ou fumam, além de ser pecado tem um cheiro horrível.

Não sei porque mas parece que essas coisas estavam ligados com treves, pois assim que pensei nisso minha mente se voltou para ele.

O que ele estava pretendendo mais cedo? Ele realmente iria me beijar?

Eu sei que era com certeza um das malditas apostas que ele fez com aqueles idiotas. Como sei disso? Ele já tentou me beijar, já tentou várias coisas.

Uma vez ele até disse que ele tinha um sentimento perturbado por mim e que eu a deixava louco, mas no fim ele riu como um lunático e confessou que era uma brincadeira, uma aposta.

Eu não me importo, na verdade estou longe de me importa com essas coisas e tudo que eu quero é ele fora da minha vida.

E pensar que já fomos quase amigos...

...

Depois de uma hora inteira de torturas sem fim com Henry, eu finalmente voltei pra o quarto e comecei a vasculhar a minha bolsa.

Eu tinha quase certeza que eu havia colocado ele aí mais cedo. Será que eu a deixei na biblioteca?

Bom, tomará que ninguém tenha reparado nele.

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