— Eu preciso ir. Já deu o meu horário — me afasto do Treves e olho o horário.Ele segurou firme na minha cintura e me desce da pia com cuidado. Ajeito a minha saia e pego uma blusa pra vestir. Tudo isso com os olhos do Treves fixo nos meus.
Se eu não o conhecesse, eu diria que ele estava hipnotizado por mim.
Sinto meu coração acelerar quando Treves se aproxima e tira sua própria camisa, revelando seu peito nu e as tatuagens que adornam sua pele. Minha respiração fica presa na garganta enquanto observo cada detalhe, memorizando cada linha e forma.
Um suspiro escapa dos meus lábios sem que eu perceba, e Treves ri de forma arrogante.
Ele já tem plena consciência de o quanto ele me deixou rendida.
Eu sei que não é saudável, mas a sensação de tê-lo perto é como uma droga para mim.
Por mais que minha mente grite para fugir, meu coração insiste em ficar preso a ele. O que não está sendo nada bom pra mim, porque eu sei que preciso me afastar.
Ele então começa a me vestir com a sua camisa, e eu não consigo evitar o sentimento de calor que se espalha pelo meu corpo ao sentir suas mãos tocando na minha pele.
— Por que está me vestindo com a sua camisa? — pergunto, tentando disfarçar a turbulência que sinto por dentro.
— Quero que eu esteja na sua cabeça mesmo quando eu não estiver por perto. E que todos saibam que você, Daysha Cupper, me pertence.
Ele diz e sei que eu deveria estar irritada, mas em resposta meu coração acelera.
Um sorriso alegre se forma em meus lábios diante de sua afirmativa, e aproveito a proximidade para passar os braços ao redor da sua cintura.
— Eu não preciso de uma camisa pra pensar em você, Treves.
...
Depois de tudo que rolou entre eu e Treves, finalmente eu pude suspirar aliviada no trabalho e agora estava olhando o horário enquanto colocava o bloco de anotações na bancada. Eu fazia de tudo para parar de pensar nesse meu relacionamento estranho com o Treves, mas simplesmente não consigo.
O que eu e Treves éramos agora? Namorados..?
Nossa, se eu continuar pensando nisso eu certamente vou perder a cabeça. Mas não consigo parar de pensar no fato de que Treves não namora, ele sempre deixou muito claro para a metade daquela escola que ele não quer nada sério.
Treves certamente não é o tipo de cara que traz flores e muito menos o garoto fofo que te leva ao encontro. Eu sei perfeitamente disso, mas não consigo me acostumar com essa ideia.
Eu preciso dele por inteiro e parece que não importa o que ele oferece, eu sempre vou querer mais.
— Minha vida é tão entediante — Lori faz drama e me seguro para não revirar os olhos. — trabalho, trabalho, trabalho. Até para namorar eu não sirvo, e agora que eu me cismei com aquele carinha, eu não consigo ficar com mais ninguém.
Ela fala desanimada e eu sei que ela está falando do Treves, o que fez meu estômago revira.
— Até sua vida deve ser melhor do que a minha.
— Aham - ironizo e pego a bandeja para voltar ao trabalho, quando suas mãos se voltaram para os meus braços, me puxando para ela.
— Se eu fosse você, atenderia logo aquele cara, — ela diz apontando discretamente para o Nico nos olhando — ele não parou de te olhar desde que entrou aqui.
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...