Eu não tinha planos de ir para o refeitório, então assim que o sinal tocou, fui para a biblioteca. Depois daquele boato com Treves, parecia que não importava onde eu estava; todos me reconheciam.Não de um jeito bom.
Peguei um livro e me sentei no chão, olhando distraída pela janela. Hoje, mais do que nos outros dias, eu estava infeliz. Talvez fosse porque minha mãe estava triste ou pelas hematomas no seu rosto e corpo. Resumindo, nada estava indo bem.
Eu sabia que Henry nunca foi um homem bom, mas antes ele apenas me tratava mal e deixava minha mãe de lado. Agora parecia que minha mãe estava na mira dele.
Estava fazendo de tudo para que ela enxergasse isso, mas ela não queria. Isso não era amor; o que ela estava sentindo por Henry era algo tóxico e até problemático.
Eu sabia que ela poderia ter alguém melhor, mas parecia que ela não estava disposta a ir atrás disso. Uma pena que eu não pudesse fazê-la mudar de ideia.
- O que você está fazendo aqui? - Beth entrou na biblioteca e revirou os olhos, puxando minha mão. - Vamos para o refeitório.
- Estou bem aqui, vá você - disse simplesmente, e ela parou, colocando as mãos na cintura.
- Day, todos já esqueceram daquele assunto, e comigo aqui, quem ousaria te intimidar? - perguntou, e tive vontade de rir.
- Tudo bem, vamos para o refeitório. Em troca, você vai me comprar o almoço.
- Não me diga que sua mãe não te deu dinheiro para almoçar? - questionou, já com uma expressão irritada.
Não era exatamente minha mãe que não me dava dinheiro para o almoço, mas sim Henry. Mesmo com minha mãe tentando ganhar seu próprio dinheiro, agora quem decidia o que ela fazia ou deixava de fazer era ele.
E, segundo ele, eu estava sendo malcriada, e como castigo, ficaria sem dinheiro. Mas eu não precisava do dinheiro deles; eu podia me sustentar sozinha.
Com a ajuda de Beth, consegui um emprego depois das aulas na lanchonete do pai dela. Era bom porque não ficava longe de casa nem da escola; no máximo, um ônibus me levava até lá.
- Só estou te ensinando que não se pode ter tudo na vida. Ou a minha companhia ou o seu dinheiro - brinquei, pegando a mão dela e puxando-a para fora da biblioteca.
No caminho até o refeitório, rimos e conversamos sobre coisas bobas. Ela disse que iria pedir um emprego para o pai, para que pudesse ficar comigo. Eu disse não, claro. Não seria legal atrapalhar seus estudos e rotina por minha causa.
Finalmente chegamos ao refeitório, e ela foi comprar os nossos lanches enquanto eu esperava, parada em um canto. Onde será que Shana se meteu?
Não a vejo desde sexta-feira.
Era como se o destino estivesse brincando comigo, porque no exato momento em que pensei nisso, lá estava ela: sentada nos joelhos de Treves, rindo de algo idiota.
Por que ela está lá? Quer dizer, eu não me importo, mas Treves é um idiota. Ele só está brincando com ela; vai magoá-la. É uma pena que ela tenha sentimentos por um idiota como ele.
- O que está olhando? - Beth apareceu de repente, me fazendo pular de susto.
- Que susto, Beth. Você me assustou - digo, e ela faz careta, desviando os olhos para onde eu estava olhando.
Ela abriu a boca e me olhou, depois olhou para eles e, em seguida, para mim de novo. Eu sorri.
- Eu sei, é um pouco chocante - murmurei baixo e olhei discretamente para eles.
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...