Capítulo 67

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Eu nunca pensei que poderia realmente estar em um encontro com Treves Campbell.

Tudo foi incrível de uma maneira surreal. A forma como ele me tratou, como ele pensou em tudo.

A cada segundo que passava, mais eu queria contar sobre a gravidez, mas eu não conseguia. Não sei se era o medo de tudo que estava acontecendo entre nós acabar ou insegurança comigo mesma.

É um pouco egoísta da minha parte, mas em minha defesa ultimamente tudo estava acontecendo de uma forma rápida demais.

Primeiro eu estar apaixonada por Treves, segundo estar esperando um bebê e terceiro minha conhecendo o Treves. E falando nisso, Henry não gostou nada disso.

Eles não conversam comigo, quando minha mãe entrou no quarto eu fingi que estava dormindo, o que ajudou até agora, mas eu sei que vou ter que conversar com ela sobre tudo que está acontecendo cedo ou mais tarde.

Depois de quase passar o dia inteiro com Treves sem qualquer tipo de discussão, o que na verdade era estranho, nós decidimos voltar.

Depois de me despedir dele, entrei, mas antes de entrar na casa encontrei Nicolas encostado na parede com as mãos dentro do moletom.

Merda.

Eu esqueci completamente que hoje iríamos para a igreja juntos.

Comecei a caminhar em sua direção e, assim que cheguei perto, o puxei para longe da casa.

Não seria bom minha mãe me encontrar com mais um cara.

— Desculpa... Eu esqueci completamente de avisar que eu não iria poder vir.

— Você estava com Treves? — ele apenas perguntou e acenei um sim com a cabeça.

Ele não disse mais nada e começou a caminhar para longe.

— Lembra da sua pergunta?

"Se um dia, a qualquer momento você perceber que você quer estar com Treves e não consigo, por favor seja sincera comigo e eu vou entender, mas nunca minta."

Ele se virou para mim, mas não respondeu.

— Eu quero estar com Treves... me desculpa — pedi e dei um passo em sua direção, mas ele recuou.

— Eu pensei que você e ele não eram para ter uma história — sua voz soou amarga.

— Eu sei, mas não importa o quanto eu negue, eu não posso ficar longe dele — murmurei baixo, com vergonha das minhas próprias palavras.

Ele me olhou por alguns segundos, como se eu fosse um livro e ele o leitor e, por fim, sorriu. Eu gostaria que fosse um daqueles sorrisos fofos e gentis que ele costumava dar, mas era diferente, era vazio e triste.

— Eu sinto muito se alguma vez eu te iludi, juro que isso nunca foi a minha intenção — sussurrei mais uma vez e ele continuou em silêncio.

— Eu.... — tentei continuar, mas ele deu um passo em minha direção.

Ele levantou a mão para me tocar, mas hesitou e abaixou as mãos.

— Eu te amo — ele disse de repente e olhei para ele, sem saber como reagir.

O que responder em uma situação dessas?

Desde a primeira vez que vi Nicolas, sempre soube que ele era especial, o sorriso dele, o olhar dele brilhava mais do que os outros. Por um tempo, até pensei que poderia estar apaixonada por ele e talvez eu podesse estar se Treves não tivesse aparecido. Agora percebo que só amava a gentileza dele, eu nunca quis que o coração dele fosse meu...

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