CAPÍTULO NÃO REVISADO.
Certo, Treves Campbell está definitivamente louco.
Eu ainda estava no banheiro e, de alguma forma, não sabia como sair dali. Porque todos iriam ver a camisa dele em mim.
Sem vergonha alguma, ele saiu nú e, claro, não antes de jogar a camisa do Nicolas no lixo. Não vou negar que o cheiro dele é estranhamente irresistível, assim como seu corpo.
Porque tudo em Treves é perfeito, seu corpo nú ou até seu cheiro de uma mistura intoxicante de algo amadeirado e cítrico, com um toque sutil de cigarro. Eu não deveria gostar desse cheiro, não deveria gostar de vê-lo assim... Mas eu gosto.
E isso parece errado, quer dizer, ele me atormenta desde que nos conhecemos. Me humilhou de todas as formas, inclusive agora pouco quando me obrigou a tirar minha roupa.
Não sei o que foi isso... Mas eu sei que ele não fez aquilo por gostar de mim, e sim pela sua posse idiota que ele acha que tem sobre mim.
É , estou pegando a loucura dele.
Olho para o banheiro feminino, vazio, e me sento no chão, tirando o celular da minha bolsa e olhando a hora. Eu tenho que conversar com Nicolas, mas não sei como.
Ele também estava agindo estranho, mas eu tinha que agradecer por ele ter me dado a sua camisa… que agora está no lixo. Diferente de Treves, ele nem entrou no banheiro, passou a camisa através da Shana.
Por que eles são tão diferentes?
Por um lado, temos Nicolas, que mesmo andando com pessoas babacas e tentando parecer igual a eles, é diferente. Ele é doce, gentil e cavalheiro… de certa forma.
E por outro lado, temos Treves, que é um verdadeiro babaca… Às vezes, penso que falta algo nele, não é possível que alguém com a cabeça no lugar tenha feito tudo o que ele está fazendo.
— Nossa, você está aqui? — me levanto olhando para Shana, que me observa e depois para a blusa de Treves em meu corpo.
A blusa era confortável e ao mesmo tempo desconfortável. Como eu estava usando uma calça jeans hoje, a blusa de Treves chegava até o joelho, o que era muito desconfortável para andar.
Eu sei que Treves é alto, principalmente se comparado comigo, mas usando a sua camisa, parecia que ele era um gigante.
Shana coça a cabeça e se aproxima, avaliando mais de perto.
— E essa camisa? — Ela apontou para o tecido que me envolvia como um vestido.
— Do Treves — respondi, minha voz soando mais defensiva do que pretendia.
— Vocês namoram? — A pergunta de Shana foi direta, quase acusatória.
A ideia era absurda, ridícula até. Treves e eu? Namorando?
— Não, isso é até ridículo pensar — minha voz se eleva um pouco, carregada com a urgência de esclarecer o mal-entendido. — Treves e eu não temos nada.
Shana me olha com uma sobrancelha arqueada, claramente não convencida pela minha negação veemente.
— O cara acabou de te arrastar do refeitório só porque você estava usando a blusa de outro cara... então... — Sua voz trai uma ponta de dúvida, como se ela estivesse tentando juntar as peças.
— Não namoramos, nunca namoramos e nunca, não nesta vida, vamos ter algo. Está bem assim? — insisti.
Shana me olhou, seus olhos estreitando-se em dúvida, mas ela decidiu não pressionar. Com um encolher de ombros, ela cedeu.
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...