- Não estou bêbado, pastorinha - sussurrei, me aproximando dela.
Ela fechou os olhos com a respiração acelerada e os lábios entreabertos. É incrível como ela não quer admitir que se sente atraída por mim, mas toda vez que eu a toco seu corpo, ela me corresponde.
Acariciei seu lábio inferior e, quase automaticamente, seus lábios se abriram, dando-me passagem.
- É melhor você ir dormir - murmúriou, se engasgando com as próprias palavras.
- Por que você insiste em fugir de mim? - pressionei, determinado a forçá-la a admitir que me desejava tanto quanto eu neste momento. Talvez seja a bebida, mas agora tudo que eu queria no mundo era ela.
- Diga, Dy . Diga que você me quer - sussurei baixo quando ela não respondeu. Minha mão desceu até a sua cabeça, onde segurei com um pouco de força, fazendo ela olhar nos meus olhos.
- Olha, você está bêbado. Depois, quando acordar, vai se arrepender de tudo isso...
Não a deixei terminar e enterrei meus dedos na parte de trás da sua cabeça, puxando os fios macios de sua nuca, enquanto o meu polegar pressionou seu lábio.
- Trevas... - chamou com a voz rouca, quase implorando que eu a deixasse ir.
- Eu vou te beijar agora, pastorinha - sussurei rouca com o rosto próximo dela.
- Treves... não - pediu sem fôlego, seus olhos tentando se desviar dos meus. - Por favor, Treves, me deixa ir - suplicou com a voz embriagada.
- Tudo que precisa fazer é se afastar, Dy - disse , meu dedo acariciando seus lábios, perfeitos e intocáveis.
Ela me olhou, seus olhos vagando lentamente para o meu rosto, em seguida desceram pelo meu corpo num rastro de calor que parecia queimar a pele por onde passava.
- Você tem três segundos, pastorinha - aviso, pegando uma mecha do seu cabelo e a cheirando.
Eu sei que ela quer fugir, porra eu também quero fugir dessa merda, mas os nossos próprios corpos estão nos traindo. Agora eu só quero beija-la, droga como estou louco pra isso.
- Treves...- ela sussurrou em aviso, mas seu corpo permaneceu ali, ao meu mercê.
- 3...2...- ignoro e começo a contar, meus olhos fixos nela - 1...
Puxei o seu corpo pra mais perto, meus lábios tocaram nos dela, eu quero guardar essa sensação pro resto da minha vida, seus lábios doces conta os meus era um sabor que mesmo que eu quisesse eu não conseguia esquecer. Ela fechou os olhos com e apoiou seu corpo minúsculo contra o meu. Mas, em momento algum, ousou se afastar.
Era normal um beijo ser tão bom?
O beijo começou suave, eu não queria acelerar as coisas e fazê-la fugir, mas também não sabia por quanto tempo conseguiria manter o controle. Eu não conseguia, não quando tinha uma garota perfeitamente deliciosa em meus braços, e a mesma que atormentava a minha paciência desde o dia que a conheci. Não quando a única coisa em que pensava eram os seus malditos lábios contra os meus.
Com um movimento calculado, eu a peguei em meus braços, caminhando em direção à cama no centro do quarto, com as pernas dela em cada lado do meu colo. Envolve meus braços ao redor de sua cintura, segurando-a firmemente. Sinto seu corpo pressionado contra o meu enquanto nossos olhares se encontram.
Era deliciosa, o jeito como ela me olhou, a forma como seu rosto estava vermelho. Porra, eu não sabia que eu precisava tanto disso, mas eu preciso.
- Você e tão perfeita - sussurrei apertando sua bunda e fazendo ela cavalgando devagar no meu colo.
- Não, treves... isso está errado.
Pressiono ela mais contra a minha ereção, fecho meus olhos acelerando os movimentos.
- Treves...
- Xiu - silenciei , depositando um selinho lento em seus lábios.
Arfei sentindo sua intimidade se pressionando ainda mais no volume da minha calça.
Ela depositou as mãos contra o meu peito e se afastou, tomando passos de distância. Estava ofegante, seu rosto ruborizado mostravam sua excitação.
- Eu... eu tenho que ir para casa - ela falou, ofegante, procurando pela bolsa.
Observo-a ainda sentado na cama. Suspiro fundo e coloco a cabeça entre as mãos.
- Está tarde - digo, me levantando da cama e indo em sua direção.
Ela me empurra com força, os olhos faiscando com uma mistura de raiva e confusão.
- Nunca mais tente me encontrar - ela diz, a voz trêmula, cada palavra carregada de desprezo.
- Ah, entendi. Agora vamos brincar de "a culpa foi toda do Treves" - ironizei segurando seu braço com força, a puxando de volta onde ela nunca deveria ter saído.
- Não importa, foi um erro e isso nunca vai acontecer de novo - diz e se afastar. - Agora sai, eu preciso ir pra casa.
Com um movimento brusco, passo a mão pelos cabelos, a frustração evidente em cada gesto. Ela está ali, tão perto e tão longe. A raiva que sinto por ela é como um fogo que queima dentro de mim, ouvindo ela dizer que isso não iria se repetir era até irônico.
Com passos acelerados, tranco a porta e me viro para encará-la, meus olhos cravados nos dela.
- Nem fodendo vou te deixar sair a essa hora - digo, minha voz baixa e perigosa. Ela me olha com aqueles olhos grandes seriamente, e eu quase cedo à tentação de tê-la nos meus braços de novo.
Dy avança, desesperada, estendendo a mão para a chave.
- Henry me mata se eu passar a noite fora, por favor...
Eu a puxo pela cintura, nossos corpos quase colidindo.
- Perfeito, aí nós nos encontramos no inferno - murmuro, os lábios quase se tocando com o gesto.
Ela revira os olhos e tenta se soltar, mas sou mais forte.
- Agora, já pra cama - ordeno, virando-me para ir ao banheiro. Mas antes que eu possa fechar a porta, ela me segura pela jaqueta, abaixando a cabeça.
- Que foi? - pergunto, me voltando para ela.
- Eu... - ela suspira fundo. - Eu não vou dormir na mesma cama que você.
Olho para ela seriamente, o que ela tem tão diferente das outras? Aperto sua bochecha com força, querendo que ela sinta a mesma dor que eu.
- Tem outros quartos - digo, e entro no banheiro, deixando-a sozinha.
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...