TEXTO NÃO REVISANDO.
Não faço ideia do que passou pela cabeça delas pra quase torrar a Dy viva, mas, por algum motivo, eu não levantei um dedo pra ajudar.
Por que eu ajudaria? Um pouco de tortura nunca matou ninguém, e ela mereceu cada segundo por ser tão pateticamente submissa. Droga, seria tão fácil pra ela revidar, jogar aquele maldito mingau de volta na cara delas.
Mordo o sanduíche no meu prato, observando Raviny e Megan rindo e tagarelando como se nada tivesse acontecido. Qual é a diferença entre elas e a pastorinha?
De certa forma elas eram mais gostosas, mas ao mesmo tempo a beleza da Dy era surreal. Era angelical e me fazia querer fazer loucuras que nunca pensei que faria.
Desde que eu a conheci, ela tomou um lugar permanente nos meus pensamentos e, droga, como gostaria de tirar essa pose dela. Tudo na pastorinha me chamava de volta para ela. Seus lindos olhos castanhos e cabelos também castanhos, quase laranjas. E agora até seus malditos lábios rosados e intocáveis estavam presos em minha mente de um jeito infernal.
Tudo isso parecia uma loucura em minha cabeça. Eu não estou confuso com porra nenhuma, merda, eu nunca fiquei confuso na minha vida e eu sei exatamente o que sinto pela Dy. É um maldito posse que eu tenho sobre ela.
— Eu tô sem fome. Vou resolver uma parada aí — Nico se levanta de repente e sai correndo, sem esperar por uma resposta.
Ele está indo atrás da Dy, e isso não deveria me importar...e não me importo com essa merda.
Mas por que diabos ele está indo lá? O lugar dele é aqui, não lá. Jogo o sanduíche de volta no prato, me levanto e, sem dar satisfação a ninguém, sigo para fora do refeitório.
Encostei na parede fria do banheiro e acendi um cigarro, sopro a fumaça para o ar. Com um sorrisinho de lado, joguei a cabeça para trás, fitando o teto, imaginando milhões de coisas que nem deveriam estar na minha cabeça. Estou perdido.
— Esse assunto sério que você tinha que resolver se trata da pastorinha? — pergunto, observando LeBlanc se virar pra mim, também encostado no banheiro feminino, com uma sacola na mão. Aposto que ele pegou uma camisa pra ela.
— O que Megan fez não foi certo — ele diz, e há um tom de vulnerabilidade em sua voz que me faz querer rir.
Sopro mais uma vez a fumaça e arranco a sacola de suas mãos, sem um pingo de humor.
— Vamos ver se você conhece o gosto da pastorinha — digo, abrindo a sacola e encontrando uma blusa grande de mangas longas e alguns botões. Ele pegou uma camisa dele pra ela?
Ele toma a sacola de volta com um movimento brusco e fica de frente pra mim.
— Você está se intrometendo demais, Campbell. Você começa achar que você se importa de verdade.
Dou de ombros e volto a fumar meu cigarro, desinteressado. Não me importo com eles, que se dane se ele tem sentimentos pela pastorinha.
— Estou começando a pensar na mesma coisa. Estou começando a achar que você se importa, Nico, mas não me importo. Faça o que quiser — digo por fim, esbarrando em seu ombro com força ao passar por ele.
....
Volto ao refeitório, cada passo uma vontade enorme de matar a pastorinha. Me jogo na mesa, pegando um sanduíche qualquer em um prato aleatório.
De uma forma que não consigo explicar. Por que, de repente, meu amigo se volta contra mim por uma garota que ele sabe muito bem estar fora do seu alcance.
Ele quer brincar de herói, mas em nosso mundo, heróis não existem. E mesmo que Nicolas seja meu amigo, vou deixar claro para ele que Dy Cupper já tem dono.
Seria mais fácil se ele só quisesse comer ela ou sei lá o quê. Mas parece que ele está se envolvendo de um jeito profundo.
Ele tem sentimentos pela Dy e ele não quer admitir.
— Pensando em drogas garoto? — Jack zomba.
Ignoro ele e continua a comer a comida com gosto de merda na minha frente. Eu não sei porquê, mas eu estava mal.
Suspiro profundamente, bagunçando ainda mais meus cabelos, minha mente girando em torno da possibilidade de Nicolas ter sentimentos por Dy. E como se o universo estivesse zombando de mim, ela entra, vestindo a camisa de Nicolas, e algo dentro de mim se rompe.
Sem pensar, me levanto brutalmente, a cadeira quase caindo se não fosse pelo Jack o segurando. Meu braço se estende e agarra o dela, puxando-a para fora do refeitório. Ela tropeça, mas eu não diminuo o passo, arrastando-a até o banheiro feminino. Tranco a porta com um clique e me viro para encará-la.
Ela está contra a parede, a respiração acelerada, e ... estou perdendo o controle. A visão da camisa dele nela é uma imagem que não quero ter na minha cabeça de jeito nenhum. É como se eles dois tivessem algo e isso me enlouquece de todas as formas possíveis.
— O que você está fazendo, Treves? — ela pergunta, a voz dela é firme, mas seus olhos mostram que ela está com medo.
Eu me aproximo, diminuindo o espaço entre nós. Olho para ela e depois solto uma risada sem humor, pegando em seu rosto, forçando-a a olhar para mim.
— Por que você está usando essa porra? — minha voz sai como um rosnado, apontando para a camisa do Nicolas que ela vestia.
— Não é da sua conta — ela tenta desviar o olhar, mas eu a puxo de volta, minha mão firme em seu queixo.
Mas é da minha conta. Tudo sobre ela parece ser da minha conta agora, mesmo que eu não queira. Mesmo que eu odeie isso.
— Olhe para mim — eu ordeno, e ela obedece, porque apesar de tudo, ela sabe que sou o único dono dela, o único que ela tem que obedecer.
— Você está tentando me deixar louco? — pergunto, minha voz quase um sussurro.
Eu dou mais um passo em sua direção, minha risada é baixa e sem um pingo de humor.
— Eu já disse e repito, não é da sua conta. Você sempre tem que procurar um motivo pra me atormenta? — ela perguntou, baixa e seus olhos evitando os meus.
— É você quem está me atormentando, pastorinha. E quero que essa droga pare — me afasto dela e olho para a blusa que estava usando.
— Tire — ordeno, minha voz é um comando carregado de desdém. Ela me encara, os olhos faiscando com o mesmo ódio que sinto por ela.
Ela olha para a camisa do Nicolas como se fosse uma das coisas mais importantes do mundo, e então, com movimentos deliberados, começa a desabotoá-la. Cada botão que se abre é um eco do meu coração batendo mais forte, uma mistura de triunfo e culpa que não consigo entender.
Ótimo, agora ela vai ter mais um motivo pra me odiar. O que é perfeito.
A camisa cai aos pés dela e ela tenta pegar ele no chão, mas agarro os seus braços puxando pra mim.
— Vista — mando , e com um movimento rápido e controlado, removo a minha própria camisa, expondo o peito nu à luz fria do banheiro. Por um instante, Dy fica imóvel, seus olhos percorrendo o peitoral. Há uma faísca de admiração, talvez até de desejo, em seu olhar, e isso me arranca um sorriso involuntário. Um sorriso que não é de alegria, mas de reconhecimento da influência que ainda exerço sobre ela.
Ela percebe meu sorriso e, como se queimada por ele, desvia o olhar rapidamente. Ela pega a camisa, seus dedos tremendo de raiva e a vista.
— Entenda, Cupper — eu digo, minha voz é um sussurro rouca . Eu dou um passo em sua direção, e ela recua instintivamente, mas a parede atrás dela impede qualquer fuga.
— Você é minha — murmuro contra o cabelo dela, inalando o cheiro do meu próprio perfume que agora está impregnado nela.
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Intenções Perversas
عاطفيةDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...