Capítulo 42

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Sempre Nico, mas por que diabos ele insiste nisso? Droga.

Passei os dedos pelos cabelos em frustração e joguei a cabeça para trás. Depois de ganhar mais uma corrida, fui atrás de Dy, mas tudo que encontrei foi aquela porta jogada no chão. Antes que eu pudesse sair, encontrei Jack, que me disse que ela estava com Nico.

Merda, ele simplesmente se intromete em tudo.

Mas ela estava muito enganada se achava que poderia escapar tão facilmente de mim.

Após alguns minutos dirigindo feito louco pela estrada, finalmente cheguei à casa dela. Olhei para a varanda do seu quarto e vi a luz desligada.

O que ela estava fazendo com Nico para não ter voltado ainda? Esse pensamento me assustava de um jeito estranho.

Comecei a escalar a janela até chegar na varanda do seu quarto. A bota pesada dificultava um pouco, mas eu estava determinado. Por sorte, a porta da varanda não estava trancada. Olhei ao redor, sentindo a leve fragrância do seu perfume delicioso.

O que está acontecendo comigo?

Me joguei na cama dela, colocando os braços ao redor da minha cabeça. Olhei ao redor e suspirei fundo, sentindo que as coisas estavam saindo do meu controle. Eu precisava me afastar dessa garota, mas como? Como me afastar de alguém que nem sequer consigo tirar da cabeça?

Talvez eu esteja fazendo isso para ganhar a aposta com os meninos, ganhar do Nico, eu sou assim, eu não gosto de perder.

Era ridículo Nicolas achar que vai conseguir me vencer, ele me conhece bem para saber que quando eu quero algo ninguém pode me fazer desistir.

O Nico é meu amigo, mas puta que pariu, garoto chato da porra. Não sei o que Cupper vê nele, de longe eu sou a melhor escolha.

E no fim, eu sei que ela sabe disso, mas não quer admitir. Ela está querendo brincar.

Levantei-me furiosamente da cama e passei os dedos com força pelos cabelos, tirando as mechas que caíam sobre minha testa. Olhei para a janela, suspirei, peguei um cigarro e acendi. Dei uma grande tragada, deixando o sabor amargo preencher meus pulmões antes de jogar a cabeça para trás, soltando a fumaça no ar.

- Você está realmente me deixando louco, Dy.

Segundos depois, olhei para a cama de Dy, vendo a ursinha de pelúcia dela. Um sorriso amarelo escapou dos meus lábios e avancei segurando o ursinho. No segundo em que cheguei perto dele, o cheiro viciante de Dy e a imagem dela usando aquele vestido vieram à minha cabeça. Não era para ela estar usando um vestido assim, não era para ela estar em um lugar como aquele e inferno, não era para ela estar com Nico.

Perdido em meus pensamentos, a porta se abriu e sem virar a cabeça, sabia que era minha pastorinha.

- O que você está fazendo aqui? - ela perguntou quase gritando e dando um passo para trás.

- Saia ou eu...

Revirei os olhos e dei alguns passos na direção dela, ficando a um passo de distância.

- Silêncio - disse com uma voz baixa, pressionando meu indicador nos lábios - você não quer acordar as pessoas nessa casa, quer?

Ela rapidamente entrou e fechou a porta atrás de si.

- Boa garota.

Tentei me aproximar dela, mas ela correu pelo quarto, evitando meu toque.

- Porra, amor, para de correr - murmurei entre os dentes, começando a ficar irritado.

Dy olhou para mim, apontando um dedo na minha cara.

- Você me trancou naquele quarto escuro, seu idiota - ela cuspiu as palavras com raiva.

Vi o desespero em seus olhos enquanto dei alguns passos deliberados em sua direção. Ela recuou, a voz tremendo de medo e raiva.

- N-não chegue perto - ela murmurou, agora com a voz baixa e fraca.

Ri com o desespero dela, mas não recuei. Com mais um passo, segurei os braços de Dy e meus olhos pararam sobre o rosto dela.

- Eu não mordo, Dy - minha voz estava rouca e cheia de sarcasmo.

- Você é demente - ela tentou se afastar, mas mantive-a ao meu lado, minhas mãos agora segurando sua cintura com força e lentamente meu rosto se aproximou.

Meu rosto se aproximou lentamente do dela, e senti o calor da sua respiração contra minha pele. Queria rir da ironia; mesmo com todo o ódio que ela demonstrava, seu corpo traía suas palavras com cada batida acelerada do seu coração por mim. Eu a queria, desejava atormentá-la até que se desfizesse em minhas mãos, mas essa merda me atormentava e deixava-me louco.

- Você quer um pedido de desculpas? - perguntei. - Eu fiz um favor a você, Dy. Todos naquele maldito lugar estavam quase te comendo com os olhos. E o que te deu para usar aquele vestido? - perguntei com os dentes cerrados e a respiração pesada. Ela estava querendo brincar com minha mente e estava conseguindo.

Eu deveria estar no controle dessa situação. Eu precisava que ela se rendesse a mim, mas droga... essa maldita bruxa estava me deixando louco. Ela usando aquele vestido, rindo tão alegre com Nico. Tudo estava girando em minha cabeça. Eu tenho que ganhar essa aposta.

Dy é minha e ela deveria saber disso.

- Isso não é da sua conta, Treves. Estou farta de tudo isso, você está me deixando louca - ela respondeu, também com a respiração acelerada e os olhos vermelhos, cansados.

- E da minha conta, caralho! Por que eu não consigo focar em nada além de ficar te vigiando como um louco a noite toda. Droga, Dy, isso - eu dou um passo à frente, diminuindo o espaço entre nós. Eu coloco as mãos no vestido dela, meus dedos roçando a coxa dela enquanto eu inclino a cabeça para capturar seu olhar. - Isso conseguiu me deixar louco. A noite toda eu pensava em uma forma de tirar naquele inferno, te afastar daquele idiota, enquanto você parecia uma cadela procurando por atenção.

- Eu já disse e repito, não é da sua conta. Por acaso eu estava procurando por sua atenção? - ela tenta ser firme, mas sua voz treme.

- Desculpa... - As palavras saem da minha boca antes que eu possa detê-las. Eu não quero me desculpar, não é do meu feitio, mas algo em seu olhar me faz sentir como se eu devesse.

Eu me amaldiçoo por parecer tão rendido e desesperado. Eu nunca fui assim. Mas droga, essa garota mexe comigo mais do que eu gostaria de admitir e mais do que eu queria.

Ela me olha com uma careta e ódio ainda visível em seus belos olhos. Ela desvia o olhar dos meus lábios.

- Se realmente quer ser perdoado, me deixa em paz - ela diz, mas seu tom de voz falha - Eu claramente não preciso de alguém como você na minha vida - ela acrescenta, mas morde seu lábio inferior com tanta força que eu me pergunto se ela está tentando convencer a si mesma ou a mim.

- E precisa daquele idiota? - Eu pergunto, minha voz alterada pela raiva que sinto ao pensar nela com outro.

- Não me faz rir, Dy - eu debocho.

- E qual a graça? Ele é educado, gentil, inteligente, lindo. O único erro dele é ser amigo de um idiota, problemático e tóxico como você - ela cospe as palavras com veneno.

Eu me aproximo ainda mais, nossos lábios quase se tocando. O perfume dela é intoxicante, e eu estou atormentado pela necessidade de estar mais perto.

Meus olhos estão fixos nos lábios dela, e eu sinto uma vontade quase patética de beijá-la. É ridículo - eu implorando por um beijo? Eu poderia ter qualquer garota que eu quisesse na minha cama agora, mas... porra aqui estou eu, incapaz de desviar o olhar ou me afastar de Daysha Cupper.

A garota que eu não suporto.

- Curioso você sempre diz a mesma coisa mas não perde uma única oportunidade de estar nos meus braços. E não adianta negar porque nós dois sabemos que os bonzinhos não te agradam e é por isso que estou aqui, porque você quer isso pastorinha - eu digo com uma confiança que beira a arrogância.

Eu movo minha mão das suas pernas para o coração acelerado dela. Ela prende a respiração e eu posso sentir cada batida desesperada contra a palma da minha mão.

- É por mim que seu coração está batendo tão desesperado agora, não por aquele idiota - minha voz é grave e rouca, cheia de certeza.

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