CAPÍTULO NÃO REVISADO.
Dias depois.
- Sua filha me odeia - me agacho diante do túmulo do Sr. Cupper. - acho que ela sempre me odiou, mas agora não sei por quê, isso dói. A forma como ela me olhou, machuca.
Eu não sei o que estou fazendo aqui, no túmulo do pai da pastorinha, desabafando com um defunto. Porra, eu estou mesmo perdendo a cabeça.
Fui um idiota com a Dy desde a primeira vez que a conheci, mas na verdade nunca me importei com bons modos na frente daquela garota.
Eu queria afastá-la, mantê-la longe dessa merda toda. Eu não queria que ela visse como eu quebro as pessoas ao meu redor.
Porque é isso que eu faço, caramba, eu quebro as pessoas para que eu possa me sentir melhor.
Eu não sei como ser diferente, minha vida toda eu não soube o que é ter sentimentos por alguém. Eu sempre odiei estar perto das pessoas, mas com a Dy foi diferente.
Desde que a vi naquela igreja cantando tão doce, eu sabia que iria arruiná-la. Eu tentei fingir que a odiava, tentei convencer a mim mesmo que tudo que sinto por ela era apenas ódio, mas eu nunca odiei Daysha Cupper, porque é impossível odiar alguém que você ama.
Eu sempre quis que ela me odiasse, talvez porque eu não saberia lidar com ela tendo qualquer tipo de sentimento por mim além de ódio.
Toda vez que ela se afasta, eu vou atrás porque eu não me imagino sem Daysha Cupper.
No começo, eu pensei que tudo ficaria melhor ou que tudo voltaria ao normal se eu tivesse ganhado aquela aposta de merda ou tivesse trepado com Shana. Eu voltaria a ser aquele cara que não se importa com a Dy, mas nada voltou ao normal.
Eu fiquei viciado e mais dependente dela e isso é uma droga, uma droga porque eu sei que essa coisa, essa merda que sinto pela Dy não vai dar certo.
Agora ela nem sequer me olha, ela age como se eu fosse invisível. Todo santo dia eu espero por ela na porta da sua casa, mas ela simplesmente caminha como se eu não estivesse ali ou apenas finge que não está em casa.
Eu comprei flores para ela, escrevi cartas para ela. Eu fiz coisas que pensei que talvez ela gostasse , e caramba, foi muito cansativo passar horas escrevendo essas cartas.
Será que ela sabe o quanto estou tentando?
É a primeira vez que faço essas coisas por uma garota, é a primeira vez que quero alguém assim.
Todos os dias eu mando mensagens, mas ela nem sequer as visualiza. Não sei mais o que fazer.
Deveria me ajoelhar e pedir perdão?
Sim, eu já me ajoelhei diante dela.
Foi extremamente humilhante, especialmente o fato dela ter me dado as costas, mas eu prefiro me humilhar um milhão de vezes do que viver em um mundo sem a minha pastorinha.
Tento me convencer de que posso viver sem ela, mas é uma mentira que não consigo sustentar por muito tempo.
- Por que sua filha tem que ser tão difícil? - pergunto, esperando o silêncio como resposta. - Ela me faz sentir coisas estranhas. Estou fazendo coisas que nem sabia que poderia fazer só para ter o seu perdão. Ficar dias sem ouvir a sua voz, sem sentir o seu cheiro, está me deixando louco... Eu preciso daquela garota - passo os dedos pelo cabelo, frustrado. - Eu... Eu quero ela, senhor. Só ela, e juro pela minha vida que, se ela me perdoar, nunca mais farei nada para magoá-la. Inferno, sua filha me deixou completamente desorientado...
Paro e suspiro fundo, olhando para o túmulo do Sr. Cupper.
- Por que estou contando isso para um defunto? - murmuro para mim mesmo, passando as mãos na cabeça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...