— E aí, Campbell? — Jack, como sempre, é o primeiro a encher o meu saco assim que eu subo no telhado — Cadê o vídeo? Todos já sabemos que você e a Cupper estão transando, então por que esconder? E, porra, você não queria ganhar aquela merda de aposta?
Reviro os olhos e me jogo no sofá velho ao lado de Nico. Ontem à noite eu perdi completamente a minha cabeça.
Eu não sei o que deu em mim. Essa desculpa está ficando bem famosa, mas para ser sincero, eu sei o que aconteceu e mesmo não gostando disso, não posso e nem quero mais negar essa merda.
Eu não suporto a ideia de outro cara perto da minha pastorinha.
Parece que eu perco a cabeça, esqueço quem eu sou.
Caralho, eu sou Treves Campbell, eu não brigo por garotas, eu não empresto as minhas roupas para exibir que elas são minhas.
Eu nunca fui de gostar quando as garotas deixam minha pele marcado, mas ontem à noite eu fiz de tudo para descer sem camisa, para que, de alguma forma, todos soubessem que eu sou dela.
Eu sei, estou ferrado.
Por que a primeira coisa que eu fiz ao entrar na sala foi me explicar para ela?
Eu nunca me expliquei pra alguma garota nessa vida, mas ao vê o olhar de ódio dela, simplesmente sente que deveria me explicar.
— Caralho, você não sabe calar a boca? — digo e levanto uma sobrancelha — eu já disse que ainda... eu não transei com ela.
— Sim, claro. Vem cá, Campbell — ele se aproxima e me encara de perto, como se estivesse procurando por alguma mudança em meu olhar.
— O que está fazendo? — ri sarcasticamente — está tentando me beijar? Você meio que não faz o meu tipo, você não tem uma bunda grande ou seios grandes.
Ele faz uma careta e se joga ao meu lado, pensativo.
— Aquela então, com certeza, não faz o seu tipo. O que está me deixando confuso... Qual é, cara, você diz não ter sentimentos, briga com amigo só porque ele leva a garota para uma festa, você deixa ela vestir a sua camisa, se explicando para ela.
— Eu não estava me explicando para ninguém — respondo desviando o olhar.
Não sei porque estou me explicando para esse viciado de merda, dane-se o que ele pensa ou deixa de pensar. Por que eu não posso ter sentimentos por aquela garota?
Inferno, eu realmente não sei o que fazer. Pela primeira vez, me sinto perdido.
Eu sei que ela também deve estar confusa e perdida, mas o que ela está sentindo não chega aos pés do que ela está fazendo comigo.
— Oh, não, claro — ele ironizou sem um pingo de humor na voz — Você estava prestes a pular no pescoço do Nico só porque ele estava sentado perto da maldita garota.
— Por que insiste tanto nessa merda? Você está me dando nos nervos — me levanto e começo a caminhar em direção à escada.
Se eu não saísse daqui, eu sei que não conseguiria me conter e mais uma vez iria brigar com eles. Estava virando rotina desde que aquela maldita bruxa enfeitiçou o meu amigo.
— Eu não me importo se você transou ou não com Dy, de qualquer forma, eu nunca concordei com essa merda de aposta — antes que eu pudesse descer as escadas, Nico se levantou do sofá e se aproximou, ficando cara a cara comigo.
— Não aja como se fosse o melhor, quando todos aqui sabem que estamos todos na merda. Qual é, Nico, admite que você perdeu para mim, como sempre — ri e me aproximo ainda mais, dando algumas tapinhas em seu ombro. — Admite que ela é minha.
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...