Capítulo 84

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Porque, garota, você faz com que seja tão fácil.
Tão fácil te amar.
Tão fácil te amar.


Eu não tenho nada contra a minha mãe, talvez eu apenas esteja tão acostumado com ela longe que quando ela está por perto as coisas ficam estranhas.

Eu não quero lembrar o quão merda minha vida foi e, mesmo não querendo admitir, quando estou perto dessa mulher, as memórias vêm à tona: overdoses em banheiros idiotas, passando minha adolescência em festas loucas e, na verdade, eu nunca gostei dessa porra toda, mas de alguma forma ela me fez acostumar.

Cheguei ao limite de que eu prefiro estar o mais longe dela do que perto.

Ela conseguiu fazer com que eu odiasse estar perto dela.

Quando Tristan fez aquela merda toda, eu nunca ousei culpar minha mãe. Mas acredito que ela me culpou; ela se distanciou e ficou apenas em seu trabalho, ignorando totalmente que havia um filho que precisasse da sua atenção.

Eu sou grato pra caralho, mas eu não consigo esquecer das coisas que passei.

Dayha queria conhecê-los... Eu não sei por quê, eu tô cansado de dizer que não haverá diferenças. Eu não preciso da aprovação de ninguém.

Eu amo a Dy e nada e nem ninguém vai mudar isso.

Mas aquela garota é teimosa demais pra sequer me entender. Eu tento dizer algo, mas ela entende de outra forma e, como sempre, temos uma briga e outra briga.

Eu não quero mais brigar; eu tô cansado e agora eu só quero paz... Eu apenas quero estar bem longe dessa merda toda com Dy e meu filho.

Meu filho...

É uma coisa totalmente nova e eu curto muito isso, de uma forma que eu nunca pensei que gostaria. Eu vou ter um filho e, porra, não é de qualquer uma; é da minha garota.

Eu estou feliz pra caramba, mas merda, os pensamentos que ando tendo estão me enlouquecendo. Eu não sei como ser um pai.

A única experiência que tive de saber como é ter um pai por perto foi ver Tristan comendo vadias na minha frente e me dizendo o quão merda eu sou de ter arruinado a sua vida.

Tudo com a Cupper parece ser tão simples; ela me fez pensar que posso ser o melhor.

Mas eu sei que não sou o melhor, tenho plena consciência de que a Daysha merece alguém melhor, não um cara ferrado e quebrado como eu.

Mas eu sou egoísta demais para sequer pensar na possibilidade de abrir mão dela.

- Você está bem? - Dy pergunta baixo, seus dedos delicadamente entrelaçando os meus sob a mesa, enquanto um sorriso suave se forma em seu rosto linda.

Estamos sentados à mesa, enquanto ela escuta com atenção sobre a vida perfeita que minha mãe construiu com o velho. Pastorinha parece realmente gostar da presença da minha mãe; o jeito como ela sorri para ela é quase contagiante.

Bom, estou falando da Dy... Ela é inegavelmente fácil de gostar.

Ela tem esse jeito doce, quase ingênuo, de confiar nas pessoas antes mesmo de conhecê-las profundamente.

- Você deve ser mesmo uma garota muito especial - levanto o olhar para minha mãe ao ouvi-la e depois para Dy, que sorri.

- Obrigada... - ela parecia não saber o que responder.

- Você sabia que você é a primeira garota que Treves traz pra eu conhecer?

Eu não precisava olhar de novo pra Cupper pra saber que suas bochechas estavam levemente coradas.

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