Capítulo 27

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Essa garota ainda vai me deixar louco. Primeiro diz que não era da minha conta, mas assim que me vê, se joga em meus braços.

Não era preciso ser muito esperto para saber que ela havia sido drogada, o que não era bom para ela e agora nem para mim. Eu não sabia se eu conseguiria lidar com Cupper nessa situação.

- Está quente - ela resmungou baixinho, entrelaçando os pés ainda mais ao redor da minha cintura, como se isso pudesse ajudá-la.

Caminhei com ela em meu colo, entrando em um dos quartos de Connor e, em seguida, trancando a porta.

O que eu faço agora?

- Treves... - ela gemeu e começou a afastar a sua cabeça do meu pescoço, seus olhos vermelhos, quase implorando.

Não me olhe assim, Dy. Merda, estou ferrado.

Com rapidez, a coloquei na cama e liguei o ar-condicionado, tentando diminuir o calor que exalava de seu corpo. Sentei-me na beira da cama e gemi de frustração, passando a mão pelos cabelos desarrumados.

- Está tão quente - ela murmurou, sentando-se e se arrastando na minha direção. Seus braços se envolveram em volta de mim e revirei os olhos, puxando-a para o meu colo. - Por favor, faça isso para - suplicou olhando nos meus olhos.

Não vou conseguir me concentrar, eu realmente não quero fazer nada com Dy assim. Ela está drogada, ela não tem consciência de porra nenhuma.

Eu sei que não sou o melhor homem do mundo, mas isso eu nunca faria.

- Você está drogada, Dy, não é isso que você quer. Não quero que você me odeie mais do que já odeia, então, por favor, não faça isso - peço baixinho, com as mãos ainda em sua cintura.

Eu não sei por que estou dizendo essas coisas. Eu não me importo se ela vai me odiar ou não, e quem estou querendo enganar? Desde quando eu me importo com o fato de uma garota estar drogada?

Mas caralho... essa garota mexe comigo como se fosse uma droga viciante que não consigo esquecer. Ela não precisa ser ousada, não precisa se jogar em mim. Sou eu quem está correndo atrás dela, e porra tenho plena consciência de que sou eu quem está atrás dela, e isso me atormenta mais.

- Eu não te odeio - ela diz de repente, pegando meu rosto com suas mãos, me fazendo olhar para ela - Eu só...

- Você não sabe o que está dizendo, Cupper - interrompe, sabendo que tudo o que ela estava dizendo não passava de efeito da droga.

- Você é um idiota, mas algo dentro de mim não me permite te odiar - ela repetiu, aproximando os lábios dos meus - Eu deveria, mas não consigo. Não sei como te odiar, Treves - seus lábios estavam tão perto que eu poderia sentir sua respiração ofegante se misturando com a minha. Seus olhos vagaram lentamente pelo meu rosto e sorriu, passando os dedos na cicatriz que está localizada na parte superior da minha boca - Por que eu iria querer beijar alguém que eu odeio? Eu quero te beijar, Treves.

Foi automático; agarrei seus cabelos e aproximei os nossos lábios, quase se tocando. Depois de um segundo olhando em seus olhos, finalmente juntei os nossos lábios.

Mantenho seus lábios nos meus, aprofundando ainda mais o beijo. O gosto de álcool nos seus lábios deixava tudo mais delicioso. Eu não consigo dizer que estou odiando essa droga...porque caramba, o sabor dela é pior que o inferno.

Cada toque dos seus lábios era como uma droga viciante, intoxicando minha mente e coração com um desejo enlouquecedor. Eu me senti perdido, com raiva e tudo que eu nunca quis sentir. Eu não posso desejar Cupper.

Não, não e não.

- Não - sussurrei agarrando suas mãos antes que ela pudesse me tocar.

- Por que? - ela questiona.

- Porque você está drogada, Dy, e caralho já disse, mas vou dizer essa merda de novo. Eu não vou te comer, então sai do meu colo e vai dormir - tento tirar ela do meu colo, mas ela me agarra com força.

Essa garota faz ideia de como ela é gostosa? Só seus lábios sobre os meus foram capaz de me levar ao céu. Caralho, ultimamente só consigo imaginar como seria tê-la de baixo dos meus lençóis, suas pernas abertas pra me ter, e escutar seus gemidos pedindo por mais.

Eu odeio, sim, tanto quanto na primeira vez, mas eu tenho consciência o quento eu a quero. Eu quero que ela me queira em um ponto que ela esteja de joelhos suplicando por mim, deixa seu corpo louco de um jeito que ela só podesse pensar em mim.

Caralho, não é possível que eu esteja pensando em uma merda desses. Será o efeito das drogas? Isso com certeza não era uma coisa boa.

Ela está fodendo legal com a minha mente.

- O que você fez comigo? - pergunta - Eu preciso de alguma coisa, mas não sei do que exatamente eu tô precisando. - falou sua voz tensa. Porra, que merda estou fazendo? Por que eu estou me controlando? Não deveria, não quando ela estava tão necessitada por mim.

Eu quero isso, então por que caralhos eu não consigo ir a diante? Olhando para pastorinha eu sei que ela nunca trepou com ninguém ou se tocou sozinha, o que estava me deixando louco. Como seria ter o corpo dela embaixo de mim, implorando por mais?

- Eu preciso que você faça isso para - ela diz.

Fecho os meus olhos ao sentir seus lábios irem até meu ouvido. Tento não ficar excitado, mas é quase impossível não ficar. Mesmo não querendo admitir, Dy era uma puta de uma gostosa.

Ela não usava roupas que destacavam suas curvas, claro, mas porra, hoje ela estava simplesmente deliciosa e eu me odiei a cada segundo por gostar tanto dessa visão. Eu me amaldiçoei por imaginar Cupper dessa forma.

- Dy... - murmurei, sentindo-a rebolar ainda mais em meu colo.

Sem dizer mais nada, peguei em sua cintura e a tirei de cima do meu colo, colocando-a com cuidado na cama. Ela gemeu em frustração e se deitou olhando para a parede.

- Durma - ordenei, ficando a três passos de distância dela.

- Você é um idiota, Treves - ela diz e pega o lençol, enrolando-o contra o seu corpo.

- Eu seria menos idiota se eu tivesse te comido?

- Não fale comigo - murmura, dando-me as costas.

- Pra uma pastorinha, você é bem ativa, né? - sorrio, vendando-a e cobrindo sua cabeça.

- Cala a boca - ela ordena, e eu me sento na cadeira que estava localizada perto da cama.

Pelo visto, teria que passar a noite ali. Eu não conseguiria dividir a cama com ela assim.

- Aposto que vai ter uma noite molhada hoje - zombo e jogo a cabeça para trás, tentando achar um jeito confortável.

- Alguém está falando? Ouço vozes, mas não vejo ninguém - responde, virando-se para olhar para mim - E você não vai ficar resfriado não? - pergunta.

- Se quiser que eu durma com você, é só pedir.

- Por que você tem que ser tão idiota?

- Por que você tem que ser tão gostosa?

Ela me olha por um segundo, aparentemente surpresa com as minhas palavras, e para ser sincero, eu também estava surpreso com as minhas próprias palavras.

- Eu... você está tentando me deixar constrangida?

- Estou?- pergunto com sarcasmo, e ela revira os olhos, voltando a ficar de costas - Durma bem, pastorinha - sussurro.

-

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