CAPÍTULO NÃO REVISADO.
Eu acho que finalmente consegui me livrar do Campbell e, mesmo que o meu nome esteja sujo por ora, como Beth disse, eles vão esquecer.
Agora, eu estava andando pelos corredores indo para minha próxima aula, que seria de literatura. É uma das aulas que eu mais gosto, mas também é uma das que eu mais odeio pelo simples fato de que Megan também frequenta essa aula.
Eu acho que já disse que Megan é uma das pessoas que menos gosta de mim por aqui. Não sei se é por causa do Treves ou por motivos pessoais, mas, resumindo, ela não me suporta.
E sinceramente, nem eu a suporto, mas eu respeito o espaço e o jeito dela. Por que ela não faz o mesmo?
Quando entrei na sala, todos os olhares se voltaram para mim. Talvez seja o fato de que eu esteja exatamente três minutos e quarenta segundos atrasada, ou talvez seja pelo boato de mim e Treves. Resumindo, nada estava indo bem hoje.
— Atrasada, Srta. Cupper — a Sra Peterson, lembrou, e eu acenei com a cabeça, caminhando em direção ao meu lugar habitual, no meio da sala.
Eu me sentei e comecei com as minhas anotações, e de repente, a porta se abre, revelando a imagem bagunçada de Beth. Ela andou brigando por aí?
E o que ela fazia nessa aula?
— Sala errada, Srta. Jones — a professora falou novamente, e vi Beth revirando os olhos enquanto acenava para mim.
— Não exatamente — ela diz, e eu faço uma careta. Conheço ela o suficiente para saber quais seriam as próximas palavras: — Eu acabei de me mudar para esta turma. Estou muito animada para aprender sobre mitologia...
— Literatura — a professora a corrige, e eu rio baixo.
— Isso, literatura.
A professora olhou para ela por alguns segundos e depois acenou para que ela fosse se sentar.
— Você é louca — eu murmurei, vendo-a sentar-se perto de mim, jogando sua mochila na mesa de forma descuidada.
— Então somos uma combinação perfeita — ela piscou e pegou seu caderno, começando também a escrever.
Depois de algum tempo escrevendo sem parar, a professora finalmente parou e se virou para nós.
— É só por hoje, e peço que tragam o livro que eu dei na aula passada, pois vamos precisar dele para a próxima aula. Tenham um bom dia, pessoal.
Ela ajeitou a bolsa e saiu. Todos na sala começaram a arrumar suas coisas, e antes que eu tivesse a chance de guardar meu material, escuto a voz doce de Megan ecoando pela sala.
— Vejamos o que temos aqui — ela olhou para as meninas que a seguiam e, de repente, começaram a rir — A santinha da Santa Paz não está tão santa hoje. Me diz, como foi abrir as pernas, Cupper?
— Palavras sábias da vadia de Treves — escuto a voz de Beth de repente e começo a entrar em pânico.
Eu me importo com as provocações de Megan, mas nunca dei o prazer de descer a um nível tão baixo para responder aos seus insultos. Mas, conhecendo Beth, ela iria começar uma briga por minha causa, e eu me sentiria culpada por envolvê-la nessa situação. Como sempre, ela me defende e acaba na diretoria por minha causa.
— Ignore-a, Beth. Vamos — digo, puxando a manga de sua camisa enquanto arrumo as suas coisas às pressas.
— Escute a santinha, pois a conversa ainda não chegou nos órfãos — Megan diz provocativamente, sabendo o quanto isso machuca Beth.
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...