— É por mim que seu coração está batendo tão desesperadamente agora, não por aquele idiota.
Talvez ele estivesse certo, é por ele que meu coração está batendo agora, mas não de um jeito bom. É uma loucura tudo isso, como há quase uma hora atrás eu estava quase chorando e jurando que iria me afastar dele.
No entanto, aqui estou eu mais uma vez nos braços de Treves. É algo irresistível, mesmo que eu odiasse essa situação, é a primeira vez que sinto algo tão intenso.
Como chegamos a isso?
— Não seja tão convencido — digo, tentando controlar minha respiração. — Meu coração está batendo pois não sei o que esperar de alguém tão imprevisível como você.
Ele soltou uma risada rouca.
— Aham, claro. — ironizou — Então como você explica isso? — perguntou, levando as mãos até a barra do meu vestido, seus dedos acariciando minha coxa.
Antes que pudesse avançar mais, seguro suas mãos com firmeza.
— Sua calcinha também está molhada de medo? — ergueu uma sobrancelha, com aquele maldito sorriso provocante nos lábios. Ele aproximou o rosto, nossas bocas quase se tocando, pude sentir o delicioso cheiro dele, sua respiração se misturando com a minha.
Consegui me afastar dele, mesmo sabendo que era um gesto infantil. Eu simplesmente não me sentia confiante o suficiente para rejeitar seus beijos. Sabia que aquilo ia levar a algum lugar onde não queria estar.
— porra - ele praguejou e começou a se aproximar de mim, enquanto eu recuava a cada passo que dava. Seu olhar se encheu de raiva e ele suspirou, passando as mãos pelos cabelos.
— Fique onde está - ele rosnou, tentando se aproximar, mas mais uma vez eu fugi. Contudo, ele foi mais rápido dessa vez e me puxou de volta.
Foi tudo tão rápido que logo estávamos caídos na cama, com um sorriso orgulhoso estampado em seu rosto, me puxando para sentar em seu colo.
— Treves - chamo, tentando me levantar, mas suas mãos agarram com força a minha cintura, me prendendo ali.
— Para de tentar fugir, Dy. - Ele diz e seus lábios se aproximam dos meus, seus olhos não desviaram por um segundo dos meus.
Era como se ele fosse um ímã me puxando para perto, eu não sei como, mas no instante nossos lábios estão colados em um beijo urgente e molhado. Ambos estamos desesperados por isso.
Treves é uma droga viciante, uma droga da qual eu não consigo abrir mão.
Ele está brincando com os meus sentidos, eu nem sequer estou pensando em como devo agir. Uma de suas mãos acerta com força minha cintura e suspiro em sua boca, sentindo sua língua invadindo completamente o meu espaço.
Seus dedos brincam com a barra do meu vestido, suas mãos seguram firmemente minha cintura, me puxando para mais perto.
— Por que diabos essa porta está trancada? - de repente, uma voz veio e eu me afastei às pressas de Treves.
Droga, eu havia esquecido completamente que o Henry estava em casa. Nem era pra eu estar aqui, mas eu estava me sentindo desconfortável demais em volta pra casa da Beth sem ela.
Será que ele ouviu alguma coisa? Passo as mãos na cabeça e me levanto de cima do Treves, começando a andar de um lado para o outro enquanto ele estava sentado na cama, observando-me com atenção.
Eu devia estar parecendo uma completa idiota.
— Vou contar até três para você abrir essa merda. - a voz de Henry soou novamente, agora mais alta e bravo.
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...