Eu tinha acabado de terminar a limpeza da igreja e, resmungando para mim mesma, me sentei numa caixinha. Puxei meu celular da bolsa e vi que tinha uma ligação perdida da Beth. Rapidamente, liguei de volta.
— Ei, gata — ela atendeu, e eu pude ouvir a animação em sua voz.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, um pouco preocupada.
Ouvi a risada dela do outro lado da linha.
— Onde você está, Dy? — ela quis saber.
Com as sobrancelhas erguidas de surpresa, respondi:
— Na igreja.
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, uma buzina soou e eu me levantei, olhando pela janela. Lá fora, Beth acenava para mim enquanto saía do carro.
— Como você sabia que eu estava aqui? — perguntei enquanto me aproximava.
Beth revirou os olhos.
— É sábado, Dy. Você sempre está na igreja limpando.
Eu olhei para ela e depois guardei o celular.
— Eu vou pra casa tomar banho. Você quer ir comigo?
Ela sorriu, uma faísca de travessura nos olhos.
— Eu tive uma ideia melhor — disse, chegando perto de mim e envolvendo seus braços ao redor do meu corpo. — Vamos numa festa.
Eu me desvencilhei dos braços dela e sorri, prendendo meu cabelo num coque enquanto sentia o calor subir pelo meu rosto.
— Não mesmo. Eu tenho que ir pra casa tomar banho e depois ir pro culto em outra igreja.
Beth gesticulou com as mãos, exasperada.
— Qual é, Dy? Você vive nessa igreja. É sábado, e todo mundo está festejando enquanto você tá aí.
— Mesmo que eu quisesse, minha mãe não permitiria. — digo a verdade.
Olhei para o céu, que já estava ficando escuro, e soltei um suspiro cansado.
— Você sabe que não está aproveitando a vida, né? — Beth perguntou, e eu sorri, tentando esconder a tristeza que sentia.
— Eu gosto de estar na igreja — respondi, voltando meu olhar para o grande espaço que acabara de limpar.
A igreja me faz sentir bem; isso não significa que eu seja melhor ou perfeita, mas eu gosto de Deus. E se isso significa não aproveitar minha juventude, eu não vou reclamar. Sinto que, ao fazer isso, deixo meu pai feliz. É algo simples, eu sei, mas algo me diz que meu pai ficaria orgulhoso, e é isso que eu quero. Que meu pai se sinta orgulhoso de mim e feliz, onde quer que ele esteja.
— Seu pai sentiria orgulho de você de qualquer maneira, Dy. Você é incrível, mas também não precisa viver a vida só para deixar os outros orgulhosos. A juventude só se vive uma vez — ela murmurou, e eu a olhei, franzindo a testa.
— Você está falando muita besteira. Vamos, me dê uma carona — disse, desviando do assunto.
...
Chegamos em casa e, ao entrar, me deparei com minha mãe e Henry discutindo.
— É... melhor eu ficar aqui, eu te espero pra te levar pro culto — Beth murmurou do meu lado.
Assenti sem responder e entrei, fechando a porta atrás de mim.
— Mãe..? — chamei baixinho, e ela se virou, seu rosto estava vermelho e com um tom roxo preocupante. Ele bateu nela...?
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...