Capítulo 26

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Eu tinha acabado de terminar a limpeza da igreja e, resmungando para mim mesma, me sentei numa caixinha. Puxei meu celular da bolsa e vi que tinha uma ligação perdida da Beth. Rapidamente, liguei de volta.

— Ei, gata — ela atendeu, e eu pude ouvir a animação em sua voz.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, um pouco preocupada.

Ouvi a risada dela do outro lado da linha.

— Onde você está, Dy? — ela quis saber.

Com as sobrancelhas erguidas de surpresa, respondi:

— Na igreja.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, uma buzina soou e eu me levantei, olhando pela janela. Lá fora, Beth acenava para mim enquanto saía do carro.

— Como você sabia que eu estava aqui? — perguntei enquanto me aproximava.

Beth revirou os olhos.

— É sábado, Dy. Você sempre está na igreja limpando.

Eu olhei para ela e depois guardei o celular.

— Eu vou pra casa tomar banho. Você quer ir comigo?

Ela sorriu, uma faísca de travessura nos olhos.

— Eu tive uma ideia melhor — disse, chegando perto de mim e envolvendo seus braços ao redor do meu corpo. — Vamos numa festa.

Eu me desvencilhei dos braços dela e sorri, prendendo meu cabelo num coque enquanto sentia o calor subir pelo meu rosto.

— Não mesmo. Eu tenho que ir pra casa tomar banho e depois ir pro culto em outra igreja.

Beth gesticulou com as mãos, exasperada.

— Qual é, Dy? Você vive nessa igreja. É sábado, e todo mundo está festejando enquanto você tá aí.

— Mesmo que eu quisesse, minha mãe não permitiria. — digo a verdade.

Olhei para o céu, que já estava ficando escuro, e soltei um suspiro cansado.

— Você sabe que não está aproveitando a vida, né? — Beth perguntou, e eu sorri, tentando esconder a tristeza que sentia.

— Eu gosto de estar na igreja — respondi, voltando meu olhar para o grande espaço que acabara de limpar.

A igreja me faz sentir bem; isso não significa que eu seja melhor ou perfeita, mas eu gosto de Deus. E se isso significa não aproveitar minha juventude, eu não vou reclamar. Sinto que, ao fazer isso, deixo meu pai feliz. É algo simples, eu sei, mas algo me diz que meu pai ficaria orgulhoso, e é isso que eu quero. Que meu pai se sinta orgulhoso de mim e feliz, onde quer que ele esteja.

— Seu pai sentiria orgulho de você de qualquer maneira, Dy. Você é incrível, mas também não precisa viver a vida só para deixar os outros orgulhosos. A juventude só se vive uma vez — ela murmurou, e eu a olhei, franzindo a testa.

— Você está falando muita besteira. Vamos, me dê uma carona — disse, desviando do assunto.

...

Chegamos em casa e, ao entrar, me deparei com minha mãe e Henry discutindo.

— É... melhor eu ficar aqui, eu te espero pra te levar pro culto — Beth murmurou do meu lado.

Assenti sem responder e entrei, fechando a porta atrás de mim.

— Mãe..? — chamei baixinho, e ela se virou, seu rosto estava vermelho e com um tom roxo preocupante. Ele bateu nela...?

Intenções Perversas Onde histórias criam vida. Descubra agora