NÃO REVISADO.
Eu estava andando pra cá e pra lá no telhado pensando em mil coisas e principalmente em Dy. Era estranho a forma como o gosto dela ainda estava preso em minha mente.
Parece que ainda posso sentir o seu gosto doce nos meus lábios e porra, isso está acabando comigo. Eu não sabia como me livrar dessa sensação, mas ao mesmo tempo, não queria me livrar dela, porque o gosto dela era incrivelmente doce.
Dy Cupper parece uma droga viciante que você prova uma vez, mas te atormenta pelo resto da vida. Estou louco pra experimentar tudo nela, desejo-a de uma maneira que vai além da urgência.
Pego um cigarro e acendo, olhando lá embaixo. Eu gostava daqui porque eu conseguia ver todos, inclusive ela.
O telhado tinha uma das melhores vistas para a biblioteca e por esse motivo eu gostava de estar aqui. Porque eu conseguia ver como ela ria, como ela chorava e como ela dormia.
Porra, como faço para lidar com isso?
Eu não gosto dela, nem um pouco. Talvez seja falta de uma boa noite de sexo?
- Você não estava na aula do Sr. Smith? - me viro e vejo Nico parado.
Ele caminha até mim, e jogo um cigarro para ele. Nico sorri, acendendo-o. Ficamos em silêncio por um segundo, quando avisto o pequeno corpo da pastorinha na biblioteca, conversando animadamente com uma garota.
No canto dos olhos, vejo Nico sorrindo alegremente. Ele parece feliz demais, o que é estranho, já que ele sempre foi o mais quieto e reservado entre nós três.
O que será que aconteceu?
- Está feliz? - confirmo, sem olhar para ele. - Quem é o motivo dessa sua felicidade? Ela é gostosa? - brinco, me virando para ele.
Ele ri e se vira, ficando de frente para mim.
- Eu tenho um encontro - ele diz, animado, e ergo as sobrancelhas.
- E ela é gostosa?
Ele me olha e, em seguida, aponta para Dy através da janela da biblioteca. Olho para ele sem conseguir raciocinar direito.
Ele está brincando com a minha cara? Isso está fora dos limites dele. Ele pode ter qualquer garota, menos Cupper.
Ela já tem dono, e a ideia de Dy saindo com Nico me deixa louco. Jogo o cigarro no chão e apago o restante com a bota.
- Por que a Dy? - sem que eu perceba, pergunto, ficando de frente para ele. - Eu avisei, droga Nico. Ela não, tudo menos isso. Você não pode gostar dela.
Digo e coloco as mãos no rosto, suspirando de frustração. Eu pensei que talvez fosse ideia da minha cabeça, eu pensei que ele não gostasse de Dy, mas vendo o seu sorriso ao falar dela, caiu a ficha. Nico tem sentimentos pela pastorinha.
E isso está acabando comigo, e eu nem sei o porquê. Droga, ela é uma desgraçada! Ele merece coisa melhor do que isso.
Ele merece uma garota que goste dele, e eu sei que Cupper não o quer, não depois de ela estar tão entregue ao meu toque. Não depois dela gostar tanto do meu beijo.
Nico olha para mim, um olhar intenso e desafiador.
- Por que não ela? - ele pergunta abruptamente - Qual é a diferença entre Dy e as outras garotas?
Merda, a diferença é que Dy Cupper é minha, seus lábios e corpo me pertencem. A diferença é que Cupper não pode ter sentimentos por você.
- Entenda, Nico, por favor. Ela não. - murmuro, dando um sorriso forçado - tem tantas garotas atraentes e...
Ele ri sem humor e se afasta, passando as mãos pelo cabelo.
- Eu quero ela, Treves. Você não se importa, né? - pergunta se divertindo com a minha reação.
— Você está brincando comigo? — digo simplesmente, agarrando sua gola e o encaro com uma raiva que eu não fazia ideia de onde saiu.
— Eu não — ele brincou levantando as mãos — Você que parece estar brincando comigo. Estou só respondendo a sua pergunta...Eu quero Cupper.
- Mas ela não te quer - digo entre os dentes, encarando-o - Fique longe dela - rosnei, empurrando-o para longe.
Me viro para sair, mas escuto sua risada e me viro de volta para ele.
- Você gosta dela, não é?
...
Depois da minha discussão com Nico, resolvi que precisava falar com Dy. Ela acha mesmo que vai conseguir usar seus malditos truques com Nico?
Droga, estou com raiva, quero acabar com aquela maldita garota. Não sei o que fazer, sei que não é normal surtar assim, mas simplesmente não consigo.
Minha cabeça estava a mil, explodindo. Queria controlar essa raiva dentro de mim, mas simplesmente não consigo. Por que Nico tinha que gostar justo daquela desgraçada?
Poderia ser qualquer outra garota no mundo, menos ela.
Estou puto com ela, mas não paro de pensar em seu lábio doce. Eu deveria me afastar, mas como?
Não quero sentir essa merda que estou sentindo, não consigo fazer nada e isso está ficando fora do meu controle, não consigo pensar em mais nada além dela... e isso não é o que eu quero.
Só de imaginá-la com Nico, eu perco a cabeça e caramba! Está tudo saindo errado, não era para ser assim, não era para Nico ter sentimentos por ela.
- O que você está fazendo? - Assim que ela saiu da biblioteca com sua amiga, ela me olhou.
- Vem - ordenei, minha voz baixa. Agarrei o seu braço com força, puxando-a para longe da biblioteca.
Ela tentou acompanhar meus passos apressados, sua confusão evidente.
- Você está me machucando! - ela exclamou quase tropeçando e reviro os olhos.
- Aonde está me levando? - ela perguntou mais uma vez, mas eu não respondi.
Assim que entramos na sala vazia, tranquei a porta atrás de nós e soltei seu braço abruptamente. Ela esfregou o local onde eu a segurei, olhando para mim com raiva.
- Você perdeu a cabeça ?
Eu a ignorei, puxando- a para os meus braços, não porque queria confortá-la, mas porque não conseguia suportar a ideia de ela estar longe de mim. A proximidade era uma necessidade quase dolorosa, uma fome que eu não conseguia saciar.
Pressionei minha testa contra a dela, forçando-a a olhar nos meus olhos.
- O que você está fazendo comigo? - sussurrei, minha voz rouca misturada com raiva. Meus olhos desceram para os lábios dela, aquele doce convite que eu ansiava provar novamente. Com um movimento firme, envolvi as mãos na sua cintura, prendendo-a ali.
Mas antes que nossos lábios pudessem se encontrar, ela se afastou, me empurrando com força.
- Nunca mais volte a fazer isso.
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Intenções Perversas
RomanceDaysha Cupper, uma jovem evangélica de 17 anos, que enfrenta a mais dolorosa das dores: a perda de seu pai. Envolta em luto e lutando contra a depressão, ela se isola, buscando refúgio em sua própria solidão. Mas o silêncio de sua alma é perturbado...