✹ Capítulo 1-UM PASSADO MUITO DISTANTE

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                                                            Tenha uma boa leitura!


- Vovô termine de contar aquela história, aquela bem antiga, porque já estou indo dormir. O senhor poderia?

- Meu neto, eu já estou velho e cansado. Passei só para te dar um beijo de boa noite, sem fala que estou sonolento, mas vou contar-lhe outra vez mais bem resumida mesmo porque já te contei várias vezes estes fatos

ocorridos a mais de dois mil anos. Lembre-se de que todos como já lhe falei, são reais e estão eternizados nestes muros que já mais esqueceram, o que acontecera antes, bem antes do antigo Pacto de Sangue. Seu antepassado era um dos reis mais fortes dos quais já caminharam sobre aterra dominador do arco e da espada, um guerreiro sem igual. Só de ouvir seu nome nos campos de batalha os homens já o temiam, mas eram tempos de paz e harmonia entre todos os Quatro Grandes Reinos. Está me ouvindo, meu neto?

- Sim, vovô. O que aconteceu com ele?

- Calma, ainda vou chegar lá. – disse Parks sorrindo e afagando os cabelos de seu neto – Como estava lhe falando, éramos todos prósperos e visávamos cada vez mais uma vida melhor, até que infelizmente houve o primeiro ataque, e ele foi descomunal, pois veio dos grandes homens que viviam além da Floresta Nevadas. Não éramos inimigos, porém não vivíamos em comunidade.

- Porque vovô, o que fizemos a eles? – perguntou o pequeno Rodolfo curioso, o que despertou um pequeno sorriso em seu avô Parks, que coçava sua barba branca.

- Não fizemos nada, meu neto. Os livros deixados pelos nossos antepassados não nos relatam o que poderíamos ter feito. Mas a fúria dos celtas, como eles eram conhecidos, era tremenda e assustadora. No primeiro ataque – meu deus, como foi terrível – já sabíamos que eles eram grandes e fortes, mas nunca havíamos lutado contra eles.

- Como assim, grandes e fortes, vovô? Assim como o senhor e o papai?

- Não, meu neto. – respondeu Parks, ajeitando a vela no candelabro à cabeceira da cama sobre o jovem príncipe. – Sabíamos que era um povo diferente, geralmente sua altura não passava de dois metros e vinte. Sempre empunhavam longas espadas, machados pesados e usavam fortes armaduras cobrindo todo o rosto. Infelizmente todos os aldeões da vila que ficava em frente onde hoje é o Jardim das Almas foram massacrados sem piedade alguma, e o líder celta foi até as portas da grande Cidade Azul. Não dizem se era o rei deles, mas alguém foi e chamou o nosso antepassado para a morte. Mas como um sábio rei, ele não deu ouvidos aos insultos ordinários feitos por aquele monstro. E com uma semana de preparação rápida e ineficaz, Filyp reuniu toda nossa força, formada pelos outros grandes reinos que também se sentiram ameaçados por aqueles malditos celtas. Juntou-se então um grande exército de homens que queriam vingança – pelo sangue nos feriu, pelo sangue ferirei seus filhos e filhas, amigos e irmãos – Era o lema daquele exército formado pelo ódio, e não pela vontade de vencer. Mas nem tudo ocorre como o esperado; na primeira vez em que nossos antepassados marcharam em direção à Floresta Nevada, eles avistaram um grande exército de seres fortes, junto a nevoa caminhando calmamente entre as árvores. Aqueles homens lutaram bravamente. Naquela batalha mais de setenta mil da nossa aliança morreram massacrados, enquanto apenas três mil morreram entre o exército celta. Vendo que todos iriam desfalecer em batalha, eles recuaram até os muros da grande Cidade Azul, que na época não era tão resistente como hoje. As batalhas foram se estendendo, e com o passar do tempo nosso povo aprendeu a lutar contra eles. Éramos menores, então fazíamos estratégias; atacávamos em dupla para derrubar um a um, mas mesmo assim ainda era difícil. Passaram-se três anos de guerra, muito sangue foi perdido. Estávamos melhores, mas ainda éramos fracos comparados a eles. Reunimos em uma tentativa desesperada todas as nossas forças em frente à Cidade Azul em uma manhã ensolarada. Eu digo todas, meu neto; cerca de trezentas mil pessoas, dentre homens, jovens, velhos e todos que pudessem carregar uma espada, lança ou arco estavam ali, preparados parar vencer ou morrer.

CARIELOnde histórias criam vida. Descubra agora