Capítulo 12- A dor de um Rei

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                                       Capítulos novo todo domingo a meia noite .

                                                                Boa leitura ..

                                          Corretor ortográfico= @ewertonalves93


                                                                          A DOR DE UM REI

O vento ainda era intenso no campo de batalha, agora completamente destroçado pela grandiosa descarga de energia. Havia poeira para todos os lados, carregada pelo forte vento que balançava o sobretudo de Varyos, o qual continuava olhando para seu oponente indefeso.

- Um dos meus poderes mais brilhantes é a velocidade. Eu me transformo em raios vivos ou energia pura, como meu filho costuma dizer. O que me permite uma velocidade absurda. Mas eu só posso usá-la uma vez por dia, porque me esgoto por completo assim que a uso. Você não me matou, mas me fez drenar todo meu poder para escapar de seu ataque, e pode ter certeza: eu morreria se aquela energia me alcançasse. Não é fácil escapar de uma explosão de como essa. Vamos até o castelo real. Você terá uma reunião direta com seu Rei. Falará com ele e explicará tudo, e eu esquecerei este incidente porque, cá entre nós, foi maravilhoso lutar com você – disse o justo general erguendo o jovem e tocando em seus ombros sujos de poeira.

- Eu vou morrer lá, não é?

- Não vai, eu te dou a minha palavra. E se você quiser te ensino a controlar melhor esses poderes, essas invocações são muito perigosas. E você tem um lugar no Exército Real, só você querer garoto.

- Eu aprendi com um professor chamado Kriger e seu amigo, um bruxo chamado Vladmir. Eles me ensinaram o básico e depois desapareceram. Deixaram comigo essa espada como presente, e eu desenvolvi o resto sozinho.

- Entendo – disse o general pensativo – Agora vamos indo, temos muito que fazer hoje, e vou ter uma reunião com o Rei Parks para saber o porquê de tantos impostos.Mas se for uma mentira você morrerá, e não poderei te salvar. Tem certeza que quer levar isso adiante, garoto?

- Sim, senhor. Eu preciso disso, e meu povo também.

Eles partiram cavalgando como o vento sobre a relva verde, deixando para trás uma cicatriz no seio da grande planície. O paladino real com a raiva entranhada em sua face recusou dirigir sequer um olhar para o jovem, até que chegaram aos grandes portões da cidade com a penumbra da noite. O general se identificou e entraram cavalgando sobre as ruas de pedra estreita, movimentadas por mercantes e carruagens.

No grande castelo o Rei estava esperando ansiosamente em seu majestoso trono, sentado de braços abertos para receber Tberyos quando lhe foi anunciada a chegada do general Varyos, que entrou de cabeça baixa pela porta do palácio sem conseguir olhar nos olhos do Rei, que já percebia a falta de seu filho ao ver o general.

- Diga-me Varyos, o que houve? Cadê meu filho?

- Meu senhor, as notícias não são nada boas – disse o general com um olhar triste, o que fez uma lágrima cair dos olhos de Parks.

- Não faz isso comigo, meu amigo! Não me diz que ele está morto... Ele não poderia... – disse o Rei.

- Meu senhor, eu queria poder trazer essa notícia, mas infelizmente seu filho está morto. Havia um cenário de uma luta que parecia ser de bruxos poderosos. Parece que Tberyos encontrou Cariel, e acabou sendo morto. E também havia o corpo de um bruxo, carbonizado, provavelmente também morto por Cariel. Seu filho estava com o corpo intacto, mas sem vida, aparentemente com uma perfuração no coração. Ele teve uma morte bem rápida – disse Varyos encarando  o chão em seu olhar.

- Então cadê o corpo de meu amado filho? Onde está, Varyos? – gritou Parks ao olhar para o general, cabisbaixo – Olhe para mim Varyos, estou falando com você!

- Meu Rei, ele foi capturado. A batalha ocorreu dentro do território humano, no início da fronteira. Então apareceu um grupo de humanos trajando armaduras que há tempos não víamos, ou melhor, só há três exemplares e estão apenas na Cidade Suprema. Aqueles homens levaram os dois corpos com eles – disse Varyos ao olhar para o Rei com os olhos marejados.

- Isso não está acontecendo comigo – disse o Rei aos prantos, passando as mãos sobre seu rosto – Eu sei que não convém a um rei chorar na frente de ninguém, mas Varyos, ele era meu único filho, meu amigo. Eu sei que ele andava um pouco estranho, mas ele me era muito precioso, e tiraram-no de mim. Como falarei isso para Rodolfo, que tanto amava seu pai? Diga-me meu amigo, pois eu como um rei poderoso, imponente e invencível para muitos não sei o que fazer!

- Meu senhor eu sinto informar-lhe, mas Vossa Majestade não entendeu o tamanho do problema. Ainda há mais complicações: ele foi levado por humanos, meu Rei. Humanos!

- Ele estava mesmo fisicamente inteiro? – perguntou o Rei sem dar ouvidos ao que Varyos havia falado.

- Meu Rei ele estava dentro do território humano, e o Pacto de Sangue está para ser rompido, a qualquer momento. Afinal seu filho Tberyos, e o maldito Cariel e mais outro bruxo invadiram a fronteira.

- E daí? Sou um rei sem herdeiros agora, nada mais me importa – disse o Rei cabisbaixo, sentando em seu trono com lágrimas se entrelaçando em sua barba.

- Meu Rei, não se esqueça de seu povo, de seu neto. Mas entenda, parece que era uma perseguição. Seu filho morreu como um herói tentando salvar seu povo. Ele não desistiu, por isso não desista. Olha, ele poderia ter ficado aqui no conforto de seus aposentos, mas ele foi atrás de justiça.

Ao ouvi-lo, o Rei levantou sua cabeça e olhou para ele, que estava frente aos degraus do trono, insistindo no que era certo a se fazer.

- Varyos, o Pacto não está perto de ser quebrado. Só se quebraria se um bruxo fosse capturado vivo. Até nisso meu filho ajudou seu povo. Mas eu digo como Rei soberano do maior reino do grande Infernos, que meu filho terá um enterro digno de um Rei.Nem que eu, rei Parks, tenha que incendiar aquela maldita floresta e pôr abaixo casa por casa dos malditos humanos. Isso, Varyos, é uma promessa! E eu não vou voltar atrás!

CARIELOnde histórias criam vida. Descubra agora