CARIEL

Capítulo - 55 O primeiro rei além da Floresta

  O melhor incentivo que você pode ter na vida é imaginar diariamente a sensação maravilhosa que sentirá quando alcançar a sua conquista.  

Corretor ortográfico - ewertonalves93    

- Esta é minha primeira reunião, feita após a morte de meu velho pai. Que nosso Deus o tenha eu seus braços acolhedores... – disse o jovem rei sério, olhando pra frente.

- Amém! – exclamaram todos os seis velhos conselheiros cujos quais desaprovavam a coroação do jovem, enquanto olhavam-no cinicamente, apoiando-se em suas falsas moralidades. 

- Sou grato a todos que vieram, mas as notícias não são nada boas. Já podemos deixar o luto pelo nosso amado Rei. – disse o jovem rei Aluysio ao olhar para sua mãe, sentada à sua direita, de frente aos conselheiros reais – Amigos, eu sou o seu Rei.
Sou um homem forte e destemido, como meu pai fora antes de mim. – ele ajeitava seus cabelos curtos recém-cortados, observando a todos.

O grande salão era forrado com a mais bela madeira do reino, emanando beleza aos olhos de qualquer um. O chão estava tão limpo que refletia perfeitamente o reflexo turvo de todos ao trono, negro como toda a cerâmica ao redor. Encostados às grandes paredes brancas vinte guardas faziam a guarnição do castelo, todos extremamente habilidosos e leais ao Rei.

- Assumi o reino há pouco mais de quinze dias. Eu sei que vocês aqui presentes nesse salão, não todos, mas uma grande maioria, diziam que eu não seria capaz. Mas estou aqui para dizer-lhes que não mais necessitarei de seus conselhos. Eles foram muito úteis a meu velho pai, mas seu novo Rei abdica de todos vocês. Também ordeno que deixem suas moradias reais e abandonem esta cidade, para toda a eternidade! – disse ele ironicamente a sorrir pegando em sua barba, a qual nascia em poucos lugares.

- Com sua licença Majestade, mas um Rei não vive sem conselheiros experientes para orientá-lo e impedir que ele cometa algo do qual poderá se arrepender amargamente. – disse o mais velho dos sábios conselheiros, gesticulando enquanto sua leve túnica branca balançava.

- Júlio, meu pai sempre dizia que para qualquer homem dar o primeiro passo o mesmo deve procurar os espinhos das estradas e cortá-los um a um, com uma faca cega, para não se esquecer do trabalho de arrancá-los do caminho. Só assim poderá correr com firmeza e sem o medo da dor. – disse o jovem rei ao olhar para sua mão, já idosa, e
vê-la levantando-se calmamente e andando em direção ao centro do castelo.
Ela vestia um longo vestido rodado de seda, seu corpo um pouco curvado não a impedia de se vestir suntuosamente.

- Alteza, eu era amigo de seu pai e também o conselheiro de guerra. Digo a você como primeiro conselheiro, mesmo que vossa Majestade não o queira: jamais abra mais do que mais necessita – disse Felipe, apontando o dedo ao Rei – És muito jovem, não é sábio o suficiente para governar o maior reino humano sozinho. Sem falar do grande Pacto de Sangue, o qual nunca fora assinado por alguém tão inexperiente.

- Isso mesmo. – disse Lúcios, aos olhares inquietos do Rei – Meu Senhor, Felipe está certo. Ainda é um homem jovem, e está em seus vinte e três anos agora. É um guerreiro sem igual, líder da cavalaria real, forte, determinado e corajoso. Mas ainda lhe falta sabedoria para governar. – Falou ele sob os olhares atentos de todos.

- Majestade, se me permite. – Disse Nélio, aproximando-se do trono.

- Diga Nélio, fique à vontade.

- Senhor olhe para mim, estou com oitenta e nove anos. Sou experiente e meus conselhos evitaram uma guerra, salvando milhares de vidas. Considero sua atitude rude e despreparada. Apenas queremos o seu bem, como o de todo o reino. Eis aqui teu servo, teu amigo, e quem sabe um pai. – o velho observou um leve sorriso no rosto do Rei, que se ajeitou ao trono.