Capitulo 15

1.2K 133 3
                                    


N/A: Capítulo 4/7 da Maratona  


Na manhã seguinte Maia acordou com certo alívio no peito. Eram seis horas da manhã quando ela colocou os pés para fora da cama, pouco antes das sete ela já estava descendo as escadas com o máximo de cuidado possível. Ao colocar os dois pés para fora dos degraus sua mente se recordou da cena da manhã anterior onde ela estava parada no mesmo local. Recordou-se dos braços firmes que a haviam impedido de cair, lembrou-se também do perfume suave da veterinária e sentiu um leve arrepio que decidiu ignorar. Estava preparada para encarar o irmão durante o desjejum quando chegou a mesa e ficou sabendo que ele já havia partido.

Sentou-se e se serviu. Maria ficou ao seu lado lhe alcançando o que queria para que não precisasse se levantar, mesmo que ela não tenha pedido pela presença dela. Depois de alguns minutos disse que ela poderia voltar a cozinha e continuou a comer sozinha. Olhando para a cadeira a seu lado Maia sentiu uma estranha sensação de vazio. Há muito perdera a conta de quantas manhãs passou sozinha frente a mesa, Quase nunca o irmão estava acordado no mesmo horário que ela. Nem quando a mãe era viva ela costumava ter companhia durante o desjejum. Acreditava ter-se acostumado com essa solidão matinal, mas naquela manhã, com as lembranças da manhã anterior, ela sentiu falta da companhia de alguém.

Sua mente lhe disse que não era apenas de alguém, afinal, Maria tinha estado ali antes e ela ainda estava com a mesma sensação de solidão. Mas não era só o fato de estar sozinha, havia algo faltando. Maia talvez não se desse conta, ou talvez não quisesse admitir, mas seu subconsciente sabia que o que estava faltando era a presença da mulher de olhos cor de mel. Entretanto ela se pôs a ignorar a sensação desagradável e se focou em sua refeição. Tinha planos para aquela manhã e decidiu não dar nota a sua mente confusa e se preocupar principalmente com as novas funções que pretendia começar a exercer.

Na pequena cidade a quarta-feira se iniciou mais cedo do que o normal para a veterinária. Alicia acordou antes das 4h30 da manhã e soube que não conseguiria voltar a dormir. A tarde e o começo da noite anterior não haviam sido muito agradáveis para ela. A mais nova dona e moradora do Rancho não lhe saia da cabeça por nada. Repassava os momentos em que esteve ao lado de Maia Almeida se recordando de cada detalhe que havia percebido da outra. Sua mente não parava de lhe recordar também do momento em que a havia amparado da quase queda, do calor e do cheiro dela. Ao deitar a cabeça nos travesseiros sua mente não se aquietou por nada e seu corpo insistia em recordar os arrepios que teve de disfarçar quando teve o corpo de Maia colado ao seu.

Nem sequer seus sonhos lhe deram descanso e, durante toda a madrugada, lhe encheram de imagens envolvendo ambas. Imagens que Alicia sabia que nunca sairiam de sua imaginação. Imagens que provavelmente lhe atormentariam por muito tempo e que ela sabia que seriam muito difíceis de controlar posteriormente. Por isso ao acordar às 4h23 da madrugada de um sonho, em que estava quase beijando a Srta. Almeida, ela decidiu que iria controlar a própria mente. Vestiu-se com um conjunto de moletom, colocou uma touca na cabeça e os fones de ouvido e saiu para correr pela cidade. Quando chegou em casa, às 6h45, encontrou sua mãe na cozinha preparando o um café.

- Meu Deus minha filha, a que horas você saiu? – perguntou Dona Marta se assustando com a filha entrando pela porta – Eu jurava que tu ainda estavas na cama.

- Fui correr um pouco mãe, acabei perdendo a hora – disse Alicia com um pequeno sorriso chegando perto da mãe e lhe dando um beijo rápido na testa.

- Eu percebi que foi correr – falou Dona Marta com um olhar desconfiado – Quero entender a que horas da manhã você saiu sem que eu notasse – completou ela encarando os olhos da filha e notando as olheiras que começavam a aparecer no rosto de pele morena.

Argentum [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora