O que chegou a mesa primeiro era o de blazer, seu cabelo escuro e olhos castanhos, a pele era bronzeada, um tom mais escura que a pele morena de Alicia. O rapaz de camisa verde se parecia muito com esse primeiro, exceto que seus cabelos eram um pouco maiores e sua pele um pouco mais clara. O homem chegou sorridente e parou a uma cadeira de distância de Maia cumprimentando-a com um boa noite com a voz grave e perguntando se ele e os amigos poderiam se aproximar.
- Meu nome é Rodolfo Dutra, esse é meu irmão Marcelo e aquele um amigo meu, Diogo Monteiro – se apresentou apontando para os outros dois rapazes – Ficamos agradavelmente curiosos com a senhorita, não costumo perder esse tipo de evento e tenho absoluta certeza de que é a primeira vez que a vejo – ele falou com as mãos apoiadas nas cadeiras a direita dela – Só queríamos nos apresentar, se sua mesa estiver ocupada podemos nos retirar.
- Não sei a quem pertence a metade da mesa, mas tenho dois lugares ocupados – Maia respondeu com o rosto virado para os rapazes, mas suas pernas cruzadas continuaram levemente viradas para a cadeira onde Alicia estava, o rapaz não esperou que ela continuasse para se sentar ao seu lado puxando a cadeira de modo que ficou com o braço direito apoiado sobre a mesa e sentado de frente para ela – De fato, o senhor não poderia me conhecer já que é a primeira vez que compareço a um evento desse tipo – ela respondeu com um sorriso de canto educado.
- Sabia que não estava enganado – ele sorriu e olhou de relance para o emblema na mesa – Rancho Aureus – comentou voltando a encará-la – Agora compreendo, soube do falecimento do Velho Augustus, meus pêsames.
- Meu tio-avô foi um ótimo empresário, apesar de não ter tido um convívio com ele é algo que se nota com o Rancho – ela respondeu educadamente.
- E a senhorita está acompanhando quem essa noite? – Rodolfo perguntou sorridente ignorando o comentário sobre a administração.
- Ninguém, Senhor Dutra – Maia respondeu controlando a voz para não demonstrar sua impaciência – Sou Maia Augustus, a nova dona e administradora do Rancho Aureus e das outras propriedades de meu falecido tio – ela disse sorrindo tranquila e vendo a surpresa dos três homens.
- Soube que Augustus tinha dois herdeiros, acredito que seja a senhorita e seu irmão – o amigo de Rodolfo falou estava sentado do outro lado do amigo, o irmão dele estava na cadeira mais distante de Maia e se mantinha em silêncio – Seu irmão não pode comparecer? – perguntou Diogo e Maia se controlou para não rolar os olhos, mas não evitou um suspiro entediado.
- Não, senhores. Acredito que não compreenderam – ela falou cruzando as mãos sobre seu colo ainda apenas virando parcialmente seu rosto para eles – Não sum Uma das donas, sou A dona. Comprei a parte de meu irmão da herança. Sou a única dona das propriedades de meu tio-avô – ela completou a última frase com um sorriso quase arrogante que deixou os dois mais velhos desconcertados, mas vez o irmão de Rodolfo a encarar surpreso e até admirado.
Um silencio pairou sobre a mesa por alguns instantes o que só manteve o sorriso de Maia. Os dois amigos se entreolharam confusos por um instante, mas Rodolfo logo voltou a olhar para Maia. Seu sorriso mudou conforme ele observou melhor a mulher a sua frente e pensou nas possibilidades que ele poderia ter com a jovem dona de uma das mais antigas criações de cavalos do estado.
- Bem, imagino que deva ser um trabalho complexo e entediante para uma jovem como você – disse ele tentando seu melhor sorriso galanteador e trazendo seu tom de voz para um nível mais baixo tentando tornar a conversa mais intima – Uma propriedade tão grande, só você para administrar. Tenho certeza de que seria ótimo ter ajuda nessa tarefa tão importante.
- Ela tem ótimos funcionários para a ajudar nisso, Rodolfo – a voz de Alicia soou atrás de Maia que virou o rosto para observar a namorada numa postura calma e relaxada se aproximar da mesa com uma garrafa que ela não viu do que era na mão esquerda e um copo com o que parecia suco de laranja na outra.
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Argentum [EM REVISÃO]
Storie d'amoreAlicia Ferraz é uma simples veterinária, mas talvez não tão simples assim. Mora numa cidade pequena no interior do Rio Grande do Sul, deixou toda a vida que havia construído em Porto Alegre para voltar e cuidar dos pais. Quando o pai, também veterin...