Capítulo 73

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N/A: Perdoem as notas aqui, mas eu sei que elas ficariam muito grandes. Antes de vocês lerem eu preciso dizer algumas coisas. Primeiro de tudo eu preciso dizer que esse capítulo é incrivelmente importante para a história toda. A verdade é que eu sempre soube que esse momento aconteceria desde que comecei Argentum (em junho de 2017), eu apenas não sabia como seria a cena exatamente. E eu preciso dizer que uma das partes mais importantes de toda a ideia que tive para essas personagens foi essa insegurança com o próprio corpo que é algo que eu sei que muita gente sofre (eu me incluo nisso). Não quero nem vou explicar o porque, mas a algum tempo atrás aconteceu algo que tornou esse momento entre Alicia e Maia ainda mais importante e pessoal pra mim. Por isso eu queria que, depois de lerem, vocês pensem sobre o que acham bonito e o que acreditam que seja por conta de alguma influência. Mas, o mais importante, eu gostaria que pensassem sobre o porque das pessoas terem a visão de que uma imperfeição é algo feio, quando ela nada mais é do que uma coisa diferente do "comum".

Desculpem a enrolação, espero que alguns de vocês leiam as notas e reflitam sobre isso.

No mais, aproveitem as mais de 2000 palavras que saíram dessa vez hehe.

;]


A menor estava quase na beirada da cama quando parou, o rosto corado, os lábios vermelhos e a respiração ofegante. Alicia ainda demorou meio segundo para reagir por ter ficado confusa com a repentina falta que sentiu dos toques, das carícias e do peso do corpo sobre o seu. Quando compreendeu o que havia acontecido seu corpo se ergueu, colocando-se sentada, e encarando os olhos verdes assustados.

- Maia, perdão – disse ela desesperada se colocando de joelhos sobre o colchão e erguendo as mãos – Eu não queria te forçar a nada. Me perdoa – disse ela se sentindo completamente desesperada por acreditar que havia ultrapassado algum limite.

Maia não sabia o que fazer, sequer o que dizer, mas ver o desespero no rosto da mais velha lhe causou um aperto no peito. Ela sabia que não havia sido nada disso, não era culpa de Alicia ou de alguma coisa que ela houvesse feito. Mas ainda não conseguia se explicar, por isso tudo o que fez foi acabar com a distância que ela mesma havia criado. Tocou o rosto de Alicia fechando os olhos e pressionando sua testa contra a testa dela. A veterinária parou o que tentava dizer e tentou compreender aquela atitude da menor, mas Maia não se moveu além disso e Alicia sentiu a necessidade de abraçar o corpo pequeno que estava próximo ao seu outra vez.

- Eu juro que não queria apressar nada. Me perdoa – pediu a veterinária com os braços em volta do corpo de Maia em um aperto delicado e temeroso.

A menor negou com a cabeça, mas ainda não sabia o que dizer para acalmar a mais velha. Não sabia o que fizer para acalmar a si mesma. Tudo o que pode fazer foi se manter de joelhos em frente a Alicia e segurar a testa dela contra a sua e enquanto seus dedos acariciavam as laterais do rosto dela. Depois de alguns instantes Alicia conseguiu acalmar a si mesma com as carícias que recebia e sua mente confusa começou a alerta-la de que talvez houvesse acontecido alguma outra coisa para que Maia se afastasse. Mas notou que ela ainda não parecia pronta para falar sobre isso. Então tudo o que ela fez foi se inclinar para o lado e puxar a mais nova consigo até que estivessem de novo deitadas. Alicia, usando apenas uma mão, as cobriu como pode e depois voltou a abraçar Maia.

Estavam deitadas uma de frente para a outra. As mãos menores ainda segurando o rosto da veterinária, os olhos verdes fechados e a expressão em seu rosto parecia pensativa e preocupada. Alicia notou cada detalhe que podia enxergar sem se mover, apenas esperando que ela estivesse pronta para falar outra vez. Vários minutos se passaram antes que os olhos verdes voltassem a se abrir, o filme já entrava nos créditos finais quando aconteceu.

Argentum [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora