Ambas estavam rindo quando o celular de Maia começou a tocar. Elas controlaram o riso enquanto a menor puxava o aparelho do bolso do sobretudo. Alicia aproveitou para puxar seu celular e trocar mensagens com sua mãe e Talitha perguntando sobre onde e como elas estavam.
- Olá Antonieta – a veterinária ouviu a voz da mais nova dizer ainda num tom divertido por conta do ataque de risos que tiveram a pouco – Não, acalme-se – continuou Maia ainda de forma divertida – Tranquilize Giulio, estou praticamente seca. Alicia e eu estávamos perto do toldo de uma sorveteria e nos abrigamos antes que a chuva aumentasse – os olhos verdes encararam os castanhos enquanto ela ouvia o que Antonieta dizia do outro lado da linha – Se preferirem ir eu encontro com vocês. Acredita que a chuva vai durar muito tempo? – questionou num tom mais sério – Eu realmente prefiro voltar ao Rancho, minhas coisas estão todas lá. Não quero desfazer da hospitalidade da sua filha Antonieta, mas me sentiria desconfortável invadindo assim a casa dela. Prefiro voltar agora antes das estradas ficarem complicadas, é mais seguro. Encontro vocês onde deixamos o carro, se Giulio quiser me esperar lá antes de ir buscar você ai por mim está tudo bem.
Alicia entendendo o rumo da conversa preocupou-se e sinalizou em negação para a sugestão que Maia estava oferecendo. Gesticulou com as mãos pedindo para falar com Antonieta e, mesmo um tanto confusa, a menor pareceu entender e avisou que estava passando o celular para a veterinária.
- Oi Antonieta – falou Alicia com um sorriso ouvindo a saudação da mais velha – Não é boa ideia Maia ir encontrar vocês onde deixaram o carro. Estamos do outro lado da praça, ela teria que cruzar toda a praça até chegar ai, se molharia inteira. Não acho uma boa ideia não – contou ela e olhou rapidamente para a expressão preocupada no rosto da menor que, aparentemente, só naquele momento notara que estavam muito longe de onde Giulio havia estacionado o carro – Concordo que a chuva não parece que vai dar trégua – falou a veterinária desviando o olhar para o céu escuro enquanto ouvia o que Antonieta dizia – Eu pensei em algo, acredito ser a melhor opção no momento. Deixe apenas que eu converse com ela antes e logo em seguida ligamos para a senhora, tudo bem? – fez uma pausa a fim de ouvir a resposta – Ligamos em poucos minutos. Até – disse ela se despedindo e encerrando a chamada antes de entregar o aparelho para a dona.
- Em que pensou? – quis saber a menor assim que Alicia lhe entregou seu aparelho desbloqueando a tela do próprio que tinha na outra mão para ler alguma mensagem.
- Só um minuto – pediu a veterinária segurando seu celular com ambas as mãos e digitando uma mensagem rápida para a mãe.
Aparentemente Dona Marta já havia desmontado a barraca dela e organizado tudo apenas alguns minutos antes da chuva. A parte mais pesada havia sido retirada por alguns rapazes da barraca ao lado que também haviam desmontado tudo. Segundo Dona Marta, na mensagem que enviou a filha, ela já estava em casa completamente seca e que a veterinária não precisava se preocupar com nada. Alicia então digitou outra mensagem rápida a mãe contando o que pretendia fazer e virou o olhar para Maia guardando o celular no bolso.
- Desculpe, apenas respondendo Dona Marta antes que ela resolva ligar brigando comigo por tê-la deixado falando sozinha – disse com um sorriso entre sem graça e divertido – Bom, meu carro está na rua de trás da sorveteria. Mas para executar minha ideia precisava saber se ela não precisaria de mim para alguma coisa a mais hoje. Como ela, aparentemente, não precisa estou a sua disposição – disse a veterinária com um sorriso largo.
- Vai me levar até o outro lado da praça? – perguntou Maia rindo, mas tentada a negar para evitar todo aquele trabalho desnecessário.
- Não Senhorita Almeida – respondeu a veterinária rolando os olhos, mas logo rindo um pouco – Antonieta odeia andar de carro na chuva, ela provavelmente faria Giulio te levar hoje e ficaria com Amanda. Como meu carro está perto eu posso trazê-lo até a esquina aqui do lado e assim você precisaria andar só uns 3 metros na chuva. Estou me oferecendo para te levar de volta ao Rancho.
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Argentum [EM REVISÃO]
RomanceAlicia Ferraz é uma simples veterinária, mas talvez não tão simples assim. Mora numa cidade pequena no interior do Rio Grande do Sul, deixou toda a vida que havia construído em Porto Alegre para voltar e cuidar dos pais. Quando o pai, também veterin...