Maia estava saindo do quarto quando viu Alicia terminar de subir as escadas. A veterinária usava uma calça jeans preta, as mesmas botas e jaqueta do dia anterior e uma camisa de botões e que parecia xadrez, mas era tinha apenas linhas verticais em sequência, branca, dois tons de vermelho e preto cruzadas por poucas e espaçadas linhas horizontais pretas. Por baixo ela parecia estar usando uma blusa preta. Maia trajava um jeans azul, suas botas de cano alto, um casaco de lã com gola alta e mangas compridas por baixo de uma fina jaqueta jeans.
Elas caminharam até se encontrarem na metade do corredor, as mãos da mais velha foram para a cintura da menor com elas se aproximando mais. Maia ergueu o rosto com um sorriso para beijar os lábios da veterinária antes delas se afastarem um pouco. Alicia ofereceu o braço para que Maia se apoiasse e elas seguiram juntas em direção às escadas.
- Já havia descido? – a mais nova perguntou enquanto caminhavam.
- Fui só ver como estava nosso café e falar com Eduardo – a veterinária respondeu com um sorriso discreto.
- Porque acho que você está tramando algo? – Maia perguntou com um tom desconfiado, mas sorrindo.
- Talvez porque eu realmente esteja – admitiu Alicia logo antes delas terminarem de descer os degraus – Apenas confie em mim, preparei algumas coisas para nosso dia – falou ela com um sorriso largo conduzindo Maia para a sala de jantar onde a mesa do café já estava posta.
Tudo estava posto sobre a mesa e elas apenas se sentaram para começar a comer. A refeição foi feita entre sorrisos e pequenos carinhos que pareciam discretos para ambas, mas que eram muito claros para qualquer um que olhasse. As duas acabaram não demorando muito para comer e logo se levantaram. Alicia disse que tinham que ir para o pavilhão de baias e Maia começou a suspeitar do que a veterinária estava planejando fazer.
- Vamos voltar as minhas aulas? – perguntou Maia quando as duas estavam atravessando o longo corredor do pavilhão a passos lentos.
- Também – sorriu Alicia e elas chegaram ao final do corredor saindo do pavilhão para encontrarem Eduardo terminando de selar Angel já dentro do redondel – Vamos começar com isso e depois um pequeno passeio na hora do almoço – contou a veterinária abrindo o portão do redondel e entrando junto de Maia.
- Bom dia, senhorita Maia – falou Eduardo notando as duas e se afastando de Angel.
- Bom dia, Eduardo – Maia respondeu ao rapaz ainda sorrindo por conta dos planos de Alicia.
- Obrigada pela ajuda Eduardo – disse a veterinária enquanto levava Maia para mais perto do animal – Pode deixar que eu cuido de tudo agora. Sei que você tinha coisas a fazer.
- Se precisarem de algo eu vou estar no pavilhão – ele disse sorridente enquanto se afastava de Angel – Vou trazer Lua e Argentum dos piquetes depois do almoço. Provavelmente deixarei os dois aqui mesmo – ele avisou passando por elas.
- Obrigada Eduardo – Alicia agradeceu enquanto o rapaz saia do redondel e então se virou para Maia que observava as expressões dela – O que foi? – a veterinária perguntou em voz baixa ao notar os olhos verdes fixos em si.
- Nada, apenas admirando – ela respondeu se aproximando mais e erguendo o rosto para colocar seus lábios o mais perto possível dos da maior.
Alicia sorriu antes de inclinar levemente a cabeça para cobrir a pequena distância restante e as duas fecharam os olhos ao mesmo tempo enquanto seus lábios se acariciavam num toque gentil e delicado. Ao se afastarem Alicia trouxe Maia para mais perto de Angel e elas começaram todo o mesmo ritual de se aproximarem da égua para que Maia se sentisse mais confortável quando fosse subir. Alguns minutos depois Alicia incentivou Maia a subir sozinha. O banco da última vez foi posicionado ao lado de Angel e Alicia segurou as rédeas ao mesmo tempo em que dava apoio para a menor se equilibrar sobre o banco.
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Argentum [EM REVISÃO]
RomanceAlicia Ferraz é uma simples veterinária, mas talvez não tão simples assim. Mora numa cidade pequena no interior do Rio Grande do Sul, deixou toda a vida que havia construído em Porto Alegre para voltar e cuidar dos pais. Quando o pai, também veterin...