N/A: Última parte da promessa cumprida. Espero que gostem
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Alicia estava incomodada desde a tarde anterior. Sua mãe e sua melhor amiga pareciam ter entrado num acordo mútuo de não dizer absolutamente nada sobre a visita de Maia, mas ambas passaram a olharem-na constantemente e a trocarem sorrisos. Ela sabia que as duas haviam conversado e trocado suas impressões sobre Maia, mas parecia que nenhuma das duas estava disposta a compartilhar suas observações com ela. E a veterinária precisou aguentar os olhares sugestivos de ambas durante o resto da tarde e toda a manhã seguinte.
Logo cedo havia trocado mensagens com Maia e combinaram a visita dela para o período da tarde. Por esse motivo ela estava se arrumando em seu quarto, logo depois de almoçar. O dia havia esfriado bastante, a máxima caiu 8 graus de um dia para o outro e, mesmo sendo 12h ainda, os termômetros não passavam dos 15 graus. Por isso ela escolheu uma blusa de malha branca com gola em 'v', um jeans preto grosso, suas botas pretas e colocou a jaqueta marrom clara por cima da blusa de mangas compridas.
Desceu correndo evitando passar pela cozinha onde a mãe lavava a louça do almoço. Gritou uma despedida e agradeceu por Talitha não ter voltado do almoço ainda. Abriu o portão e entrou no carro tirando-o da garagem e logo voltando a fechar o portão. Tirou a jaqueta deixando-a no banco ao seu lado e finalmente saiu de casa. Esperava chegar no Rancho perto das 13h30 e sabia que seria uma viagem lotada de pensamentos sobre a nova dona da propriedade. No fundo ela sabia que não conseguiria nunca mais parar de pensar na outra mulher.
Finalmente a fachada do rancho foi vista pelos olhos castanhos claros e um sorriso se desenhou nos lábios dela sem que fosse notado. Assim que se aproximou da casa pode ver Maia sentada em uma das mesas na varanda da frente, Antonieta estava servindo algo que deveria ser café. Ela estacionou em frente ao casarão e saiu do carro pegando apenas a jaqueta antes de fechar a porta deixando as chaves em cima do banco. O sol estava fraco, mas ainda esquentava o bastante para que ela não precisasse da jaqueta por cima da sua blusa de mangas curtas.
- Boa tarde – disse Antonieta quando a viu subir o último degrau da escada.
- Boa tarde Antonieta – disse a veterinária sorrindo largamente e se aproximando das duas mulheres.
Deu um abraço e um beijo no topo da cabeça da senhora que conhecia desde sempre. Agradeceu pelo café que foi servido para ela e se aproximou de Maia que havia se levantado. Ambas estavam sorrindo e Maia não tinha a muleta na mão. A mais nova estendeu a mão direita para cumprimentar a veterinária e Alicia soltou um riso baixo. Antonieta tinha se virado para ir embora quando a mais velha ignorou a mão estendida esse adiantou um passo a mais envolvendo os ombros da menor em um abraço. Sentiu os braços finos envolverem sua cintura e fechou os olhos suprimindo um suspiro.
- Boa tarde, Maia – disse ela sentindo a menor rir baixo contra seu pescoço.
- Boa tarde, Alicia – respondeu a mais nova e o abraço em sua cintura se apertou um pouco – É bom ver você aqui outra vez.
- Sentiu minha falta, foi? – perguntou ela brincando enquanto se afastava e quebrava o abraço para não correr o risco de suspirar e se perder naquela sensação de ter o corpo pequeno em seus braços.
- Convencida – falou Maia rindo enquanto elas se afastavam, a mais nova voltou a se sentar e a veterinária se sentou numa das cadeiras de frente para a dona do Rancho – Mas confesso, senti sua falta. As coisas são um tanto monótonas sem sua presença por aqui.
- Eu realmente amo trabalhar com cavalos – falou Alicia levando a xícara com café aos lábios com um sorriso – Mas eu realmente não gosto de ser chamada para atendê-los com frequência. Significa que vou encontrar algum animal com problemas e prefiro que eles estejam saudáveis e não precisem de mim – comentou ela dando de ombros antes de beber o delicioso café de Dona Antonieta.
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Argentum [EM REVISÃO]
RomanceAlicia Ferraz é uma simples veterinária, mas talvez não tão simples assim. Mora numa cidade pequena no interior do Rio Grande do Sul, deixou toda a vida que havia construído em Porto Alegre para voltar e cuidar dos pais. Quando o pai, também veterin...