Capítulo 37

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As três mulheres mais novas estavam paradas ao lado da barraca aos olhares atentos de Marta e Catarina. As duas amigas e confidentes tinham a mesma opinião a respeito de Alicia, a de que a veterinária deveria tentar algo com a dona do Rancho. E agora ambas tinham a mesma opinião sobre Maia, tinham total certeza de que a mulher de olhos verdes tinha um sentimento diferente de pura amizade para com a mais velha. Algo que elas acreditaram confirmar ao ver Talitha chegar abraçando a mais velha. As duas amigas juravam ter visto o brilho do ciúme nos olhos verdes e estavam decididas a dar o empurrão que faltava para que as duas se dessem conta disso.

- Onde é que a senhorita estava, hein Thalita? – perguntou Catarina se aproximando da lateral da barraca para falar com a filha, Marta ficou onde estava apenas observando com um sorriso no rosto por confiar na amiga.

- Por aí mãe – respondeu a mais nova com um largo sorriso – Dando uma olhada nas barracas.

- Pois deveria estar ajudando – reclamou Catarina colocando as mãos na cintura e esperando a reação da filha que ela já imaginava que tentaria fugir do trabalho.

- Não se preocupe – falou Talitha se inclinando por cima da divisão da barraca e dando um beijo estralado no rosto da mãe – Agora que já vi tudo vou levar Alicia e Maia para conhecerem todas as barracas. Não terão de se preocupar com alguém se perdendo – disse ela com um sorriso divertido enquanto segurava Alicia pelo antebraço e Maia pelo pulso esquerdo puxando as duas de leve para longe da barraca.

A veterinária gargalhou e logo estava ao lado da de olhos verdes tirando a mão da mais nova e colocando a mão de Maia sobre seu braço novamente. Logo depois Talitha segurou a mão de Alicia arrastando todas para longe da barraca onde Catarina rolava os olhos, mas sorria internamente por fazer as três mulheres se afastarem juntas. Ela e Marta tinham a certeza de que, ficando próxima da interação entre as duas amigas a dona do Rancho não demoraria a notar que sentia ciúmes da mais velha.

Maia e Alicia seguiram completamente alheias aos pensamentos de Catarina e Marta com sorrisos divertidos sendo guiadas por Thalita, que não estava tão alheia assim. A mais velha das três dividia a atenção em seguir a amiga e olhar para a menor que envolvia o braço esquerdo em seu antebraço direito. Já Maia deixava seu olhar vagar pelas luzes e risos das barracas e pessoas a volta delas, mas sua consciência lhe dizia que estava fazendo isso apenas para não encarar a forma com que a mais nova delas segurava a mão da veterinária.

- Para onde está nos levando, Litha? – perguntou a veterinária rindo.

- Para algum lugar longe das nossas mães antes que elas nos coloquem para trabalhar e assim nos façam perder toda a festa – disse a mais nova rindo e parando de puxar as duas – Certo, para onde vamos primeiro?

- Não tenho ideia – riu a veterinária e depois olhou para os olhos verdes – O que quer fazer primeiro? Podemos comer alguma coisa ou se você quiser beber algo podemos achar algumas opções – disse ela encarando os olhos verdes que estavam escuros por conta da noite, mas que brilhavam com o reflexo das luzes.

- Eu recomendo o quentão da barraca dos meninos da farmácia – disse a mais nova delas – Provei agora a pouco e posso afirmar que está ótimo.

- O que acha? – perguntou a veterinária encarando a outra em expectativa.

- Acho que podemos ir se vocês quiserem – respondeu Maia com um sorriso sem graça – Mas, infelizmente, eu não posso provar o quentão.

- Mas porque não? – perguntou Talitha curiosa chegando mais perto das outras duas.

- É que...bom – Maia ficou com uma expressão constrangida desviando o olhar para o chão.

Alicia notando o desconforto da menor olhou para a amiga e mandou-a buscar dois copos do quentão e encontra-las perto das barracas de comida do outro lado da praça. Vendo a seriedade da mais velha a garota apenas concordou com um movimento de cabeça e se afastou das duas. A veterinária então colocou a mão esquerda sobre a de Maia que ainda estava em seu braço e recomeçou a andar ainda mais lentamente para cruzar a praça. A mais nova continuava um tanto sem jeito e elas não se olhavam.

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