04 - I'm the Queen.

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No capítulo anterior...

 Quero saber o quão rápida você consegue ser e o quão forte.  sorriu de um modo estranho. 

Agora...

— Eu não sei se você reparou que nada do que você está falando está fazendo sentido para mim. — tentava a todo custo esconder meu medo de Deucalion, mas não parecia dar cedo.

— Sinto um cheirinho de medo, fico triste com isso, querida Vitale. — fez uma falsa cara triste. — mas... — sorriu novamente — você tem sorte por me ter aqui.

— Como assim? Olha, já que não vai me matar, quero que saiba que eu preciso estar em casa às dez e meia. — minha vida não tinha garantia de duração mas eu precisava demonstrar que ele não me causava medo algum. Na verdade, o que me causa medo é a criatura que ele se transforma.

— E você estará minha querida, muita calma pois ainda quero que leia isso aqui.  — apontou para alguns jornais que estavam sob a mesinha de centro.

— Quer que eu leia os jornais todos em voz alta? — perguntei me aproximando da mesa.

— Apenas a matéria da capa. — então eu comecei ler.

— "É registrado o primeiro caso de morte por lobo em Beacon Hills em cem anos." em cem anos?! — perguntei depois de ler a manchete.

— Continue. — ele incentivou.

— "Corpo morto de um lobo é encontrado nas redondezas da escola." porque estão morrendo?

— Agora leia a primeira folha do caderno de anotações ao lado dos jornais.

— "Matilha de lobos rondando Beacon Hills", "A matilha provavelmente seja a dos Hale.", "Ataque de lobo na antiga casa dos Hale.", "Polícia investiga residência dos Hale por suspeita de invasão.", "Stiles e Scott procuram pelo corpo morto na floresta." Chega, eu não quero mais saber. — soltei o caderno na mesinha e me levantei.

— Não querida, se acalme. Essa é só a ponta do iceberg que você terá que explorar hoje. — Ele se sentou no sofá.

— Dispenso o convite, sou um ser do sol. — me afastei.

— Da lua. — disse simples.

— Não entendi. — parei imediatamente.

— Somos seres da lua.

— Coruja é ser de lua. Eu sou ser de sol. Obrigada pela conversa, boa noite. — caminhei até a porta.

— Já te perguntaram sobre lobisomens? — droga! Ele acertou no meu ponto fraco. A curiosidade.

— Só quando cheguei aqui em Beacon Hills. — voltei para perto dele.

— Parece que desistiu de ir embora. — sorriu convencido e, sinceramente, que Deus perdõe a minha vontade de bater em velho.

— Mas posso mudar de ideia, continue contando. — me sentei ao lado dele.

— Já te falaram que sua audição é muito boa? — ele perguntou e eu confirmei. — Já te falaram que você tem os reflexos excelentes? — concordei novamente. — E já perguntaram o por quê de você sempre ser rápida? — concordei. — O que você sente em noites de lua cheia.

— Além de sono? Tédio, porque desde a minha infância, a minha família costumava "acampar" no porão. — fiz aspas em "acampar" mesmo ele não vendo.

— No porão? — ele perguntou surpreso.

— Sim, tínhamos uma brincadeira chamada "ladrão ou vítima?". Nós usávamos correntes de puro aço para nos amarrar nas grossas pilastras do porão e os dois que ficassem mais tempo amarrados eram vítimas e quem se soltasse primeiro era o ladrão. — expliquei — mas isso perdeu a graça quando fiz quinze anos. — dei de ombros.

— Ótima maneira de controlar os instintos de um lobisomem. — sorriu desacreditado.

— Do que você está falando? Isso é uma brincadeira! — me levantei já nervosa. — Eu não entendo o fascínio que vocês tem com essas coisas de lobisomem. — parei de falar quando tudo ficou escuro.

— Encontre uma lanterna antes que eu arranque sua cabeça. — o desespero invadiu meu corpo e de repente, algo me atraía. Parecia que, o calor que o corpo de Deucalion liberava atraía minha atenção como forma de proteção e novamente, lá estava as garras. Eu poderia me preocupar com o aparecimento delas agora, mas primeiro eu precisava me manter viva.

Quando ele tentou chegar perto de mim, consegui desviar e empurrá-lo para mais longe, o suficiente para poder correr. Rapidamente me escondi em baixo de uma mesa e esperei ele passar, só assim pude derrubá-lo com um puxão no tornozelo e levantá-lo pelo pescoço.

— O que você quer de mim? — percebi minha voz muito mais grossa.

— Quero que olhe no pequeno espelho pendurado na parede da sala. — ele respondeu sorrindo. Eu, novamente tola, acreditei nele e fui olhar. Eu vi uma imagem horrível, eu tinha me transformado em uma criatura de incríveis olhos vermelhos e grandes presas. Meu susto foi proporcional à transformação, tanto que minha real forma voltou.

— O que você fez? — gritei para Deucalion.

— Eu? Eu só mostrei seu verdadeiro eu. — respondeu calmamente enquanto se sentava no sofá. — não pude ver a cor dos seus olhos mas sinto que foi algo aterrorizante para você... Me diga: o que viu?

— Um monstro. Aquilo de olhos vermelhos não era eu e... — ele me interrompeu.

— Você disse... Olhos vermelhos? — eu confirmei. — então significa que você é um alfa.

— Eu sou o quê?

— Você precisa saber de toda a história.

— Então conta logo, porque você me sequestrou para contar e até agora só sei que eu sou um monstro. — respondi andando de um lado para o outro.

— Exitem criaturas sobrenaturais, principalmente em Beacon Hills, mas hoje eu vou falar somente dos lobisomens. Existem três tipos, e eu vou colocá-los em um exemplo. Em uma determinada cidade temos o rei, que daremos o nome de alfa, o conselheiro do rei, que chamaremos de beta, e o seguidor fiel, exemplificadamente chamado de ômega. O que você entendeu dessa cidade?

— O alfa é o rei, o que comanda, o beta são como membros essenciais para um governo justo já o ômega é essencial para o governo do alfa, já que se não há pessoas em uma cidade, não há porquê ter o governo. — respondi rapidamente enquanto me sentava ao lado dele.

— Se todos fossem inteligentes assim... — o vi sorrir mas estava preocupada demais para seguir seu exemplo e realizar o mesmo ato. — agora me diga: como um alfa governará sem um reino?

— Ele não será um rei, não terá seus poderes. — eu dizia pensativa.

— E o que um rei quer?

— Um rei quer poder governar seu povo.

— Mas então, com essa histórinha, o que você deduziu? — ele perguntava sorrindo.

— Eu sou uma rainha e preciso do meu povo.

New Life :: Teen Wolf (revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora