James Barnes segurava-se com força nas barras internas da aeronave, pois já não havia tempo para se sentar e colocar os cintos de segurança em si próprio assim como pôs em Wanda. Esperava que seu braço metálico fosse o suficiente para manter-se firme, assim como esperava que as habilidades de pilotagem de Natasha, somadas aos poderes de Wanda, evitassem a colisão fatal da nave com os prédios de Zurique. A queda era turbulenta, embora controlada, e as duas mulheres rangiam os dentes.
Todos tinham expressões fechadas naquele momento, ou melhor, desde o instante em que sobrevoaram o centro da cidade e viram aquela cena se desenrolar lá embaixo: jipes militares com munição pesada, agentes. Existia um cerco muito bem armado entorno de uma única mulher, a qual invocava energia psiônica violeta. Psylocke. O pior não foi vê-la ali. O pior foi testemunhar que os agentes armados nada faziam, pois além deles havia também três agentes da unidade para-militar Internacional, os Mata-Capas.
Estavam somente pairando acima do bairro onde se desenrolava aquela cena ao mesmo tempo em que Steve se comunicava - ou ao menos tentava se comunicar - com Tony Stark para lhe contar todos os fatos. A verdade é que Psylocke estava muito quieta e eles se perguntavam onde estaria Magneto, quando então vieram avisos indistintos de um megafone.
Não acharam que se referiam a si, não até que um dos agentes olhou para cima. Uma ordem foi dita em seu comunicador e o ataque veio logo em seguida.
James Barnes supôs que o descobriram usando uma equipamento para detectar assinaturas de calor, pois a aeronave estava no modo furtivo, quase invisível, e não era possível que tenham sido vistos. Só não pensava que descobririam tão rápido, muito menos que alvejariam a aeronave logo de primeira por não receberem uma resposta formal. Mas, lembrando-se da abordagem usada pela polícia na Alemanha em 2016, ninguém era conhecido por tratar aprimorados fugitivos muito bem, ainda mais quando existe uma mutante na mesma cidade usando seus poderes para afastar qualquer um que tentasse se aproximar do LernaBank, um banco respeitado da região.
A Feiticeira Escarlate mais uma vez acionou sua cor e névoa vermelhas para cobrir a carapaça da nave com um escudo de energia. Seus olhos permaneciam abertos e luminosos, sua face coberta de ira e dor. A Viúva Negra sabia disso, do esforço da colega em manter todos seguros desde que se teletransportaram até Zurique, e era nítido em sua face o quanto tentava não depender da amiga para concluir o pouso. Segurava a direção da nave com firmeza, tentando evitar choques mais violentos.
Uma gota de suor escorreu pelas têmporas de Bucky. Mal respirava enquanto tudo mais chacoalhava. Cruzou seu olhar com o de Steve, que retribuiu o gesto de maneira ansiosa e irritada. Neste simples olhar, eles prometeram um ao outro que aquele não seria o fim da linha. Não poderia ser. Bucky fechou os olhos por instinto.
Uma última colisão veio da frente, do bico da nave. Depois, o chão sendo triturado abaixo deles. Sofreram a lei da inércia, logo o som de algo se chocando forte com algum dos painéis. Um murmúrio de dor. As luzes se apagaram, sobrando apenas as vermelhas de emergência, que piscavam em meio a escuridão junto ao sinal de alerta. E por fim, silêncio.
Demorou alguns minutos para que esboçassem reação. O sentimento de alívio - já que estavam todos vivos - e de alerta - porque algo ou alguém queria derrubá-los - era geral. O Capitão América logo limpou o sangue do corte com as costas das mãos, perguntando se mais alguém havia se machucado. Foi ele o único a sofrer ferimentos leves na testa, já que estava de pé na nave se comunicando com Tony quando algo os atingiu e deu um encontrão com o painel de controle. Sam até tinha batido a cabeça, embora nada grave. Começaram a se levantar depressa, Bucky ajudou a Feiticeira a tirar os cintos de segurança enquanto Nat auxiliava Sam a sair da poltrona de co-piloto.
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Vazios
FanfictionHá um vazio latente em Wanda. Um vazio que cresce e devora, sussurra e rosna. Grande, feroz. Vermelho e sanguinário. Um vazio que era apenas uma pequena flama, mas que ao longo dos anos, incendiou-se feito uma tormenta de fogo. Wanda o sente. Sente...