Notas Iniciais: Vale dizer que eu comecei essa fanfic em 2016, quando nao havia saído o filme do Pantera Negra. Vocês irão notar que a personalidade da Shuri está muito diferente, mas isso vai se suavizando ao longo da narrativa e etc. Outra coisa, postar as imagens de novo tá me cansando bastante haha Então fica sem mesmo.
***
A ponta da flecha rasgou o ar, silenciosa e fatal.
Fora do alvo.
Os dedos de Wanda rapidamente alcançaram outra flecha na aljava em suas costas, enquanto suor escorria de suas têmporas. O vento não batia, o sol não fazia nada além de derretê-la. E ela queria derreter. Finalmente derreter até o fim, como uma vela que se cansa de iluminar o pouco que consegue, por mais que queime, por mais que se consuma.
Wanda lançou uma, duas, cinco flechas. Quase todas errantes; Ou fracas demais, ou fortes o suficiente para irem além do que o pretendido, rasgando folhagens e rebatendo em pedras. Era bom que ela estivesse longe de todos. Que T'challa, sensato rei, mantivesse os exilados Vingadores distantes dos olhos do resto de seu povo.
E aquele silêncio. Aquele maldito silêncio.
Os dedos dela ardiam, por mais que estivesse com a luva, por mais que tivesse vestido a braçadeira.
Nada mais emitia um único ruído. Nem sua mente, nem as aves.
Lá estava ela, de novo. No fundo do oceano. O mundo terreno cheio de calor e vida, há muitos metros acima da escuridão abissal em que se encontrava. E seus braços não era capazes de nadar para a superfície.
E então, uma maré escarlate.
O som perturbou seus ouvidos e bagunçou com todos os demais sentidos de seu corpo. Parecia ter sido eletrocutada, mas tratava-se apenas do alarme do relógio, apoiado em uma das pedras ao redor do perímetro de treinamento, e a voz de Sam Wilson.
— Ei, Wanda! – Ele repetiu, tão súbito quanto um relâmpago branco. – Wanda.
Ela abaixou o arco e encarou um ponto além da figura dele, além do próprio horizonte. Seu coração parecia ter bombeado gelo, bombeado e se entupido dele, dando-lhe um infarto. Enquanto recriminava-se por ser tão assustadiça e tola, aproximou-se dos objetos que trouxera até ali:
O tal relógio de pulso, simples e barato, barras de cereais e uma garrafa d'água já no fim. Recomendações de Barton. Pegou-a e fingiu um gole mais demorado do que o necessário, contando as batidas do coração.
17:45, horário oficial da Cidade Dourada de Wakanda. Horário em que ela cessaria o treinamento e partiria para seu quarto, até que fosse noite. E na madrugada vagaria sozinha, talvez procurando por algo que jamais seria encontrado.
Era o plano, ou o máximo que tinha de uma agenda. Algo para não se perder no tempo.
O assovio impressionado dele ao menos serviu para despertá-la.
— Você tem tido muito trabalho. Clint conseguiu te deixar viciada nessas coisas?
— Prometi cuidar de Agneta. E malhar os braços.
— Vou te ensinar a atirar com algo de verdade. – Ele riu. – Vamos ver o que Barton vai achar disso.
Os lábios dela sorriram, sorriram aquele sorriso que seu corpo anestesiado estava acostumado a dar quando na verdade não queria, quando na verdade aquilo era mais uma resposta física a um impulso social.
Eu estou bem. Eu estou rindo.
Eu estou inteira.
— ... Voltará essa noite. Soubemos agora. E ele quer conversar conosco.
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Vazios
FanfictionHá um vazio latente em Wanda. Um vazio que cresce e devora, sussurra e rosna. Grande, feroz. Vermelho e sanguinário. Um vazio que era apenas uma pequena flama, mas que ao longo dos anos, incendiou-se feito uma tormenta de fogo. Wanda o sente. Sente...