Rzhavyy

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Rzhavyy

"Enferrujado"

— Eu não gosto de nada disso, Barnes. — Natasha disse, embora seu rosto permanecesse numa expressão angelical. Estavam no centro da capital da Romênia, sem malas: apenas roupa de corpo, documentos falsos e equipamentos muito bem escondidos. O único item mais interessante que trouxeram foi a seringa vazia, disparada pelo Sentinela. Estavam na esperança que Yelena Belova tivesse mais coisas a dizer sobre aquele objeto.

Bucky ajeitou os óculos escuros antes de responder. Tinham chegado pela manhã no horário local, começaram o dia com uma refeição e depois prosseguiram com uma volta breve pela cidade. Escondiam-se de câmeras na rua e da polícia, os dois severamente treinados para não parecerem suspeitos aos olhos de ninguém.

— Descobrimos em qual apartamento ela mora, mas não sabemos ainda da rotina e Yelena é esperta. É melhor nos separarmos para sondar o bairro e ver se descobrimos algo. Também vou checar se ainda existe alguma conversa sobre o Sentinela por aí.

— Eu só não confio em palpites dados por pessoas que não conheço. Tipo um gato falante.

— Pensei que gostava de gatos.

— Não é esse o problema. — Ela colocou as mãos nos bolsos e juntos atravessaram a rua. Passavam a impressão de serem cidadãos comuns, por vezes olhavam as vitrines das lojas. Bucky lembrava-se de ela ter comentado sobre o próprio bichano, Liho, que estava na Rússia naquele momento. Natasha pretendia levá-lo a Outer Heaven, se possível. — E se esse gato é tão especial assim, por que não pegou as informações que precisamos?

— Porque ele tem outras coisas na agenda dele.

O soldado sorriu quando recebeu um olhar irritado de Natasha.

— Eu deveria ter ido com Steve para o Instituto Xavier.

— É, mas Sam não quis vir comigo.

— Aí já é problema entre vocês dois.

Ele não lhe deu nenhuma resposta ácida, pois na realidade concordava com a russa em um ponto: ela e seu amigo Steve se davam bem. Muito bem. A dinâmica dois era fluida, agradável tanto em conversas tolas à noite quanto em momentos sérios. Bucky se flagrava pensando se havia algo mais. Talvez até mesmo torcendo. De qualquer modo, não era um momento para pensar sobre isso.

Sabia também que Natasha estava um tanto ansiosa pelo encontro com Rooskaya, sua nêmesis e sua irmã de horrores. Não podia culpá-la.

— Seu comunicador está ligado, Barnes?

— Sim. — Ajeitou o volume na orelha. — Vai pela direita?

— Positivo. Nos encontramos nesse mesmo ponto daqui a... Não sei, quatro horas?

Ele confirmou com um aceno.

— É mais que o suficiente para investigação inicial. E também será no pôr do sol. Veremos Rooskaya chegando ou partindo.

— Fique longe de problemas. E me chame se precisar.

— Pretendo não ter a necessidade. — Ele respondeu, despedindo-se dela como se desse um breve adeus a uma amiga. Ninguém na rua gastou tempo para encarar o abraço curto de ambos. — E não faça nada estúpido até eu voltar.

A risada dela foi genuína.

— Eu aprendi esse diálogo entre você e Rogers. Essa é a hora que eu respondo: Como? Você está levando toda a estupidez com você.

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