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Bucky considerou que eles seguiam num ritmo bom. A essa altura eles cuidavam apenas do que estava dentro da redoma criada por Wanda, nada mais saía do buraco do LernaBank e nenhum foi capaz de sair nem pelo passagem para o metro. Também lhe surpreendia que os soldados da equipe Mata-Capas não fossem completamente inúteis, inclusive lhe emprestaram munição e deram um par de pistolas a Falcão, que aproveitou para atirar com visível prazer. Ele murmurava xingamentos indizíveis sem se abalar com o recuo das armas, gritando o quanto estava furioso por não ter suas asas.

Sam disse tudo isso com palavras que deixariam Steve Rogers ainda mais bravo se não estivesse ocupado junto com Natasha. Ela não era grande e os braceletes elétricos não faziam tanto estrago aos trípodes, mas junto com o Capitão América ela executava verdadeiras sequências de golpes letais aos robôs de dura carapaça. Quando num átimo de segundo Viúva Negra se apoiou com os dois pés sobre o escudo de Steve - ajoelhado no chão com o braço erguido - e foi arremessada pelo loiro contra um trio de robôs, Bucky teve certeza que a pequena bailarina do Salão Vermelho tinha crescido e conseguia fazer qualquer coisa. Assim como Yelena, pensou brevemente.

E também naquele instante se indagou quantas vezes os dois tinham praticado aquele movimento.

Atirou nos inimigos que arranhavam a muralha de magia que guardava as escadarias subterrâneas em direção ao metro. Era bom não dar chance para escaparem.

— Lutar contra robôs assassinos não está no meu contrato. — Ouviu-se Paladino reclamar.

— Nem ser um covarde. Você está ferido, não morto. Continue atirando. — Caledônia fatiava tentáculos enquanto o parceiro, sangrando e apoiado em outro veículo, atirava com uma mão e estancava o ferimento com a outra.

— Se eu fosse a Snowbird, virava coruja de novo e voava para longe daqui. — Ele retrucou. Encarou o ombro por alguns instantes e soltou um arquejo— Depois disso vou querer um aumento.

— Paladino! — Silver gritou do outro lado. — Se continuar choramingando, não vamos impedir quando alguém quiser atirar na sua cabeça!

Além da conversa paralela, Bucky notou que Pyslocke precisava de auxílio. Embora os poderes magnéticos de Erik Lensherr ajudassem para combater os robôs, a quantidade deles superava seus esforços de manter a jovem segura. Ela, devido ao combate anterior contra Caledônia, já sangrava e agora estava exaurida demais para se defender com sua habilidade costumeira. As balas de Bucky também não a salvariam do amontoado de trípodes que se levantava acima dela.

— Vou ajudar lá embaixo. — Disse ele. Os robôs já não se direcionavam direto para eles em cima do jipe. — Vai ficar bem?

— Sim. — A Feiticeira respondeu, sua voz fraca. Sangue voltava a escorrer pela sua narina direita devido ao esforço de manter a barreira de pé. Dezenas de robôs fritaram ao encostar na energia rubra latente da muralha escarlate, porém estava claro que isso custava a ela.

De novo veio a sensação a James Barnes que Wanda poderia evaporar a qualquer momento, escorrer de seus dedos e virar parte do ar que respirava, assim como ela fizera em suas aparições na sua cabeça. Mais perto da Feiticeira e sem que alguém notasse, Bucky disse algo que já falara para ela, no chalé de Yelena Belova. Parecia valer a pena repetir:

— Eu não quero que desapareça.

A face tensa dela vacilou num sorriso, mas não fez nenhuma promessa. Seus lábios estavam pintados com o próprio sangue e ela tinha magia nas mãos, uma missão a cumprir. Hesitante, Bucky desceu o jipe e foi em direção à Psylocke. Correndo, gritou pelo nome de Sam, que gritou de volta há alguns metros de distância.

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