Novo Lar?

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Chorando eu deixei ela em frente aquela enorme casa, antes de sair eu deixei um pequeno beijo nas bochechas gordinhas dela, ela mamou bastante antes de dormir, então me aliviaria saber que ela não sentiria fome tão cedo. Com os olhos cheios de lágrimas eu virei as costas e saí caminhando.

Foi então que uma forte chuva começou a cair, eu não seria louco de deixá-la no meio da chuva então eu voltei para pegá-la e ao me abaixar para pegar o cesto ouço uma voz grossa atrás de mim que faz meu corpo inteiro se arrepiar.

- O que você está fazendo?!

Então eu fiquei paralisado, tudo passou pela minha cabeça, inclusive que eu poderia ser preso, já que eu tinha consciência de que o que eu estava fazendo é crime.

- Você estava abandonando esse bebê aí? Você sabia que isso é crime?

Então eu peguei a minha filha no colo e me virei para falar com aquele homem, cujo rosto eu não havia visto ainda, ele devia ter 30 anos ou quase isso, com cabelos castanhos claros cortado em um pequeno topete que estava molhado devido a chuva, barba por fazer, olhos verdes claros e 1,90 de altura em um corpo bem definido de academia.

Daniel - Por favor, não conta isso pra ninguém, eu tô desesperado eu não sei mais o que fazer. Disse chorando.

Ele - Esse bebê é seu?

Daniel - Sim, eu tive ela a poucos dias, a gente não tem onde morar...por favor só peço que não me denuncie, eu estava desesperado sem saber o que fazer.

Ele - Como é o seu nome e o da sua filha?

Daniel - Eu me chamo Daniel e essa é a minha filha Sophia.

Ele - Prazer, Maurício...não vai fazer bem pra ela ficar nessa chuva, entrem no carro. Disse abrindo a porta da frente pra mim e eu entrei com Sophia.

Então o portão da casa se abriu e ele entrou com o carro e depois de estacionar na garagem nós entramos em um elevador, eu estava surpreso, nunca tinha visto uma casa com elevador antes.

Maurício - Vamos até o meu escritório, lá poderemos conversar em paz.

Nós subimos até o terceiro e último andar e entramos numa grande porta de madeira onde era o escritório dele.

Maurício - Senta, eu vou pegar uma toalha pra vocês.

Ele voltou rapidamente com a toalha, a Sophia graças a Deus não tinha se molhado, mas eu estava ensopado.

Maurício - Então? Perguntou se sentando diante de mim.

Daniel - Bem...eu já disse...quando eu fiz aquilo eu tava fora de mim, eu só queria que a minha filha tivesse a chance de ter um futuro melhor do que o que eu posso dar pra ela.

Maurício - Você disse que vocês não tem onde morar?

Daniel - Sim...eu tô desempregado e fui despejado recentemente.

Maurício - Sim... entendo

Daniel - Eu acho melhor eu ir embora agora, já parou de chover e eu não quero incomodar o senhor.

Maurício - Você fica. Disse firme.

Daniel - Mas eu não...

Maurício - Você quer continuar na rua com a sua filha? Aposto que não, vamos comigo pra cozinha, você deve estar com fome.

Nós saímos do escritório e pegamos o elevador indo pra cozinha que ficava no primeiro andar e só aquela cozinha era maior do que a minha antiga casa inteira, foi aí que uma senhora branquinha de cabelos grisalhos que devia ter uns 60 anos veio até nós.

Ela - Seu Maurício, chegou mais cedo pro almoço.

Maurício - Sim, mas eu vim te apresentar o Daniel, ele e sua filha são meus hóspedes por enquanto, quero que o ajude no que ele precisar.

Ela - Sim senhor, prazer Jussara. Disse apertando a minha mão.

Daniel - Prazer Daniel.

Jussara - E essa menininha linda como se chama?

Daniel - Sophia.

Jussara - Lindo nome... venham, eu vou colocar a mesa do almoço para vocês.

Ela colocou a mesa e nós almoçamos em silêncio. Depois de comer o Maurício se levantou e se despediu.

Maurício - Eu já estou indo para a empresa, a Jussara irá lhe auxiliar no que precisar. Disse saindo.

Apesar de ser um bom homem Maurício era muito frio e distante, como se tivesse uma barreira invisível diante dele.

Eu terminei de almoçar e Jussara veio até mim.

Jussara - Você deve estar cansado, eu ajeitei um quarto de hóspede pra você.

Daniel - Obrigado.

Jussara - Não há de que...vem comigo.

Nós subimos até o segundo andar e ela me levou até o quarto onde eu ficaria com a Sophia.

Jussara - Só não deu pra providenciar um berço pra ela, mas isso com o tempo a gente ajeita.

Daniel - Imagina, tá perfeito desse jeito, ela dorme comigo.

O quarto era lindo, todo bege clarinho com uma cama enorme e macia, ar-condicionado, televisão e tinha até um banheiro.

Jussara - Eu vou deixar vocês avontade.

Daniel - Muito obrigado Jussara.

Jussara - Não precisa agradecer, qualquer coisa é só gritar que eu venho rs.

Eu fiquei sozinho com a minha filhota no quarto.

Daniel - Pois é Sophia...a poucas horas atrás estávamos na rua e agora estamos aqui.

Foi então que ela começou um chorinho agudo e eu verifiquei a sua fralda e tinha uma surpeesinha lá.

Daniel - Eita filha, fez número 2 de novo, vamo trocar rsrs.

Então eu troquei a fralda dela e depois disso fui até a cama e abri alguns botões da minha camisa, dando a ela de mamar no meu peito. Eu nem podia acreditar que eu estava com a minha pequenina ali nos meus braços, por ela tudo valeria a pena.

Depois de ter mamado bastante eu a coloquei para arotar e poucos minutos depois ela já estava dormindo de novo. Então eu coloquei alguns travesseiros em volta dela para impedi-la de cair e eu acabei pegando no sono junto com ela também.

Quando eu acordei já eram mais de 5 da tarde, ainda sonolento eu fui até a suíte do quarto lavar o rosto e escovar os dentes pra despertar e ao sair do banheiro sou surpreendido ao ver o Maurício sentado na cama observando a Sophia dormir e eu podia ver um pequeno sorriso no rosto dele que logo mudou a sua feição pra mais sério quando me viu.

Daniel - Boa tarde.

Maurício - Boa tarde Daniel, vim ver se estava tudo bem...sua filha é linda.

Daniel - Obrigado, ela é muito boazinha também, quase não reclama.

Maurício - Você está com a mesma roupa de hoje cedo?

Daniel - Bem...é que. Disse sem graça, pois minhas roupas já haviam se perdido na rua.

Maurício - Amanhã cedo te levarei pra comprar roupas novas pra você e pra Sophia também.

Daniel - Maurício, eu agradeço a tudo que está fazendo por mim e pela minha filha, mas eu não quero ser um incômodo pra você...

Maurício - Amanhã é sábado não terei nada pra fazer na empresa, não será incômodo nenhum. Disse virando as costas e saindo sem me dar a chance de responder.



Continua...

Aí mais um capítulo no domingão pra vocês amores, espero que gostem e não esqueçam de votar, comentar e recomendar essa história aos seus amigos.

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O Dia De Nossas Vidas (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora