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 Narrado por Christopher

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Narrado por Christopher

Dulce fez careta assim que coloquei a bandeja em seu colo e eu sabia muito bem o motivo. Ela odiava chá, mas iria tomar aquele nem que fosse a força.

— Não vou tomar isso — me olhou séria — Sabe bem que eu não gosto

— Vai tomar sim. Não me importa se gosta ou não, vai tomar ou te levo para o médico agora

— Não iria fazer isso contra a minha vontade — ela me encarava com um semblante vitorioso e dei o sorriso mais cínico que consegui.

— Tem certeza, Dulce? — Arqueei as sobrancelhas e a vi mudar o semblante. Sorri vitorioso.

— Chris, eu não gosto — disse dengosa e com um olhar que me faria realizar tudo que quisesse, mas para seu bem, fui forte.

— Já disse que não me importo, quero que tome isso para ficar melhor. É de erva-doce e hortelã, melhora enjoos.

— Arg! Só você para me fazer tomar essas coisas — revirou os olhos e bebeu um pouco do chá enquanto eu observava com um pequeno sorriso.

Além do chá, tinha alguns biscoitos de sal para que ela comesse e não enjoasse. Se tinha colocado toda a comida para fora, precisava se alimentar, mesmo que fosse um pouco. Com muita paciência, a fiz beber todo o chá e comer tudo.

Quando terminou, levei a bandeja para cozinha e lavei tudo. Voltei para o quarto, tirei minha roupa dobrando-a e colocando-a em cima do sofá que tinha ali. Dulce me encarava com os olhos arregalados e rolei os olhos, esperando a piadinha.

— Acho que estou com febre muito alta, estou vendo coisas — ela zoou comigo e me deitei ao seu lado apenas de cueca.

— Se quiser posso ir lá e fazer do meu jeito — sorriu negando com a cabeça rapidamente.

— Deixa desse jeito que é bem melhor

Dulce me abraçou, deitando a cabeça em meu peito e passei a acariciar seu cabelo. Seu quarto estava bem escuro, um clima ótimo para dormir e eu confesso que estava morrendo de sono, mas não queria dormir e deixá-la acordada daquele jeito, podendo passa mal. Eu estava ali para cuidar dela e faria isso.

— Está sentindo-se um pouco melhor, meu amor?

— Estou, bebê — disse, acariciando meu tórax lentamente — O enjoo está diminuindo, mas minha cabeça ainda está doendo um pouco.

— Já vai passar. Não quero te dar um remédio porque não está alimentada direito, além disso, estava tonta e tenho medo que desmaie.

— Tudo bem, amor. Eu também tinha pensando nisso. Acho que se eu ficar quietinha passa logo.

— Vai sim, bebê.

Não demorou muito para que ela dormisse em meus braços. Sentia meus olhos pesados, me esforcei ao máximo para não dormir, mas estava cansado da viagem, da madrugada com ela e meu esforço não valeu de nada, acabei adormecendo com ela em meus braços.

Rolei na cama e a encontrei vazia. Abri os olhos buscando-a, mas não a encontrei no quarto. Levantei em um pulo, preocupado que algo tivesse acontecido quando a vi sair do banheiro, enrolada em uma toalha e com um sorriso lindo desenhado na boca.

— Boa noite, amor — Ela se aproximou da cama, inclinando-se e cobrindo meus lábios com os dela.

— Boa noite? — perguntei confuso — Já é noite? — assentiu sorrindo.

— Dormimos muito, meu amor. Já são quase dez horas

— Já? Droga! Fiquei de ligar para minha mãe para dizer como você estava e esqueci — rolei os olhos sabendo que levarei uma bronca das duas.

— Chris! — reclamou e saiu do closet já vestida com uma lingerie branca.

— Eu esqueci — dei de ombros — Vou ligar agora mesmo.

— Diga a ela que você já está indo para casa — Me encarou séria, me fazendo rir ironicamente.

— Nem em sonhos vou deixar você sozinha passando mal. Não adianta reclamar, Dulce Maria! Não saio daqui enquanto não estiver bem.

— Eu estou bem, Chris. Já me sinto muito melhor.

— Não adianta.

Dulce voltou ao closet soltando ar pela boca, me fazendo rir do seu jeito. Liguei para minha mãe contanto o que tinha acontecido e ela mesmo me mandou ficar ali até ter a certeza de que Dulce estava bem. Isso me deixou realmente feliz, era incrível como minha mãe me entendia bem. Ela sabia o quanto eu estava apaixonado e estava me apoiando em tudo, como nunca havia feito em nenhum outro relacionamento.

Isso só me dava mais certeza de que Dulce era a mulher certa para mim, não importava se eu era novo, queria estar com ela. E se dependesse de mim, seria para sempre.

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora