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Narrado por Dulce

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Narrado por Dulce

Thiago correu em nossa direção ao nos ver sentados. Bob deitou-se ofegante ao meu lado e comecei a acariciar sua cabeça enquanto Thiago e Christopher brincavam.

Observei atentamente quando Christopher deitou-se na areia, jogando Thiago para cima, fazendo-o rir tanto que ficou com o rosto vermelho. Ri da brincadeira que faziam, sentindo meu coração aquecer de vê-los assim. Apesar de Matheus ser um pai perfeito para meu filho, no fundo, sempre quis que Christopher soubesse e tivesse uma relação com Thiago, e vendo-os juntos nem parecia que se conheciam a tão pouco tempo.

Quando começou a esfriar, acabei com a brincadeira deles ao decidir que já estava na hora de voltar para casa. Rafael me explicou que o sistema imunológico de ambos estava debilitado e não seria bom que ficassem doentes, justamente por isso antes de voltamos, pedi a Helena que levasse Bob para o veterinário, para ter certeza de que Thiago não corria nenhum risco.

— Direto para o banheiro, vocês dois! — ordenei assim que entramos em casa, porque estavam sujos de areia.

— Ok, mamãe — Christopher debochou e correu escada acima com Thiago no colo.

— Ótimo, agora tenho duas crianças em casa — rolei os olhos.

Como não encontrei Thiago em meu banheiro, supus que ele estava tomando banho com Christopher, então tomei um banho quente demorando, depois vesti uma calça moletom e a blusa do Matheus que eu gostava de dormir. Fui para o quarto de Christopher e bati na porta.

— Pode entrar.

Quando entrei, Christopher usava apenas uma calça moletom, deixando seu tórax nu e molhada. A cicatriz da cirurgia ainda estava vermelha, a linha descia pelo meio do peitoral e encontrava com uma linha curva na horizontal. Rafael me explicou que o nome do corte era conhecido como Mercedes, por lembrar o símbolo do carro. Era maior e diferente do pequeno corte no tórax de Thiago, mas não o deixavam menos sexy, principalmente pela boa forma que mantinha, mesmo após duas semanas internado.

— Já estava indo levá-lo para se vestir.

Tirei a atenção de seu corpo ao vê-lo vestir um casaco e olhei para Thiago que estava em cima da cama, enrolado em uma toalha.

— Tudo bem, eu faço isso. Lembre-se de passar a pomada na cicatriz, certo? — Thiago pulou para meu colo quando estendi os braços em sua direção e o levei para seu quarto, vestindo-o com uma roupa agasalhada.

Deixei Thiago na sala vendo televisão com Christopher e fechei as portas da varanda, para evitar a entrada do vento frio, depois segui para cozinha para esquentar a sopa que Helena tinha feito.

Jantamos os três na cozinha enquanto Thiago contava a Christopher alguns dos seus lugares favoritos da cidade. Quando terminamos, lavei a louça enquanto os dois procuravam um filme para assistir.

— Você está precisando de alguma coisa? — perguntei a Christopher quando sentei ao lado de Thiago no sofá — Vou ao mercado amanhã.

— Produtos de higiene, apenas — deu de ombros.

— Certo, eu compro.

Por mais estranho que possa parecer, esse pequeno momento em família estava sendo quase natural para mim. Thiago escolheu um filme sobre dinossauros e os dois ficavam fazendo vários comentários no decorrer dele. Era bom ver a interação que tinham e rezo para que Christopher conseguisse entender tudo o que eu tinha dito hoje e mudasse de atitude em relação a Matheus.

— Hora de dormir, meu filho — disse quando o filme acabou.

— Tá, mamãe. Já tô com soninho — ele veio para meu colo, passando as pernas em volta do meu quadril e deitando a cabeça em meu peito. Beijei sua cabeça carinhosamente — Conta uma história para mim? — esfregou os olhos e sorri.

— Sempre conto! Qual você quer?

— O papai prometeu que me contaria a história do João e Maria — concordei e ouvi Christopher suspirar ao meu lado.

— Não me lembro muito bem da história, quer me ajudar, Chris?

Os olhos dele brilharam quando me olhou concordando. Realmente, eu parecia ter duas crianças em casa.

Fomos para o quarto de Thiago, o coloquei em sua cama, cobrindo-o com a coberta e me deitei ao seu lado enquanto Christopher sentava-se na poltrona ao lado da cama. Contamos juntos a história, eu sempre dava a deixa para que Christopher narrasse algumas partes. Ele ainda não tinha muito jeito para contar uma história a criança, era muito seco, mas foi pegando o jeito rapidinho.

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora