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Narrado por Christopher

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Narrado por Christopher

Depois do que aconteceu entre mim e Dulce, o clima estava extremamente pesado e eu já não suportava seguir daquele jeito. E tudo pirou depois que o Christian chegou há dois dias.

Ontem mesmo passei praticamente o dia inteiro no meu quarto, depois de ouvir as implicâncias e indiretas do Christian durante a manhã inteira, saí para caminhar na praia e só voltei depois do almoço. Almocei sozinho na cozinha e me tranquei no quarto. Provavelmente faria a mesma coisa hoje.

Ainda estava na cama, mesmo sendo dez da manhã e estando com fome, me recusava a levantar e ser alvo das piadinhas dele por mais um dia inteiro. Ouvi batidas na porta e suspirei.

— Está aberta.

— Preciso que abra mesmo assim.

Me surpreendi ao ouvir a voz de Dulce e pulei da cama, começando a pensar que talvez tivesse acontecido algo com o Thiago, mas ela estava sozinha diante da porta e segurando uma bandeja com ovos fritos, bacon, panquecas e um copo enorme de Nescau.

— O que está fazendo? — perguntei surpreso.

— Trazendo o seu café da manhã — respondeu naturalmente entrando no meu quarto. Fechei a porta e a observei sentar na cama e deixar a bandeja ali em cima — Sei que não quer descer por causa do Christian e, acredite, eu já pedi que parasse com isso — suspirou — Não ia te deixar ficar com fome.

— Obrigado. Não precisava ter feito isso.

— Não tem problema — sorriu levemente — Vou à cidade daqui a uma hora, preciso resolver umas coisas e passar no bar.

— Que bar? — perguntei confuso, sentando-me ao seu lado.

— O meu.

— Você tem um bar? — a olhei surpreso. Por mais que tivesse me dito sobre ter aberto um negócio na cidade, nunca especificou realmente o que era — Que legal!

— Quer ir comigo?

— O quê? — perguntei surpreso.

— Realmente preciso ir e não acho uma boa ideia vocês dois ficarem sozinhos em casa, ainda mais com o Thiago aqui.

— Não se preocupe com isso, se Thiago aparecer vou dizer que não estou me sentindo bem, não pretendo sair do quarto. Não quero te atrapalhar.

— Não vai me atrapalhar, mas se prefere ficar trancado no quarto do que conhecer um pouco de Savannah, tudo bem.

Dulce desviou os olhos para a janela e a encarei. Antes da recaída que tivemos, estávamos nos dando bem e acredito que seria bom mantermos uma amizade por Thiago.

— Vou com você então — ela me olhou sorrindo largamente.

— Ótimo. Vejo você em uma hora. Bato em sua porta.

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora