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Narrado por Maite

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Narrado por Maite

O show tinha sido maravilhoso, saímos do palco rumo ao camarim enquanto conversávamos empolgados, principalmente porque teríamos duas semanas de férias e...

Meu. Deus. Do. Céu.

Eu estava vendo um fantasma ali?

Olhei para os outros e todos estavam congelados ao meu lado. Não. Não era um fantasma.

— Dulce Maria?

Era mesmo ela ali conversando com Pedro? Estava tão diferente... Seu cabelo estava castanho, as pontas meio loiras, mas não era apenas o físico. Dulce estava com uma postura diferente, parecia muito mais madura que antes. Quando nos olhou, tinha um pequeno sorriso em seus lábios, mas era nítido que estava abatida. Seu olhar tinha um brilho triste e distante, parecia não dormir direito a dias e estava magra. Me preocupei na mesma hora, ela tinha saído do RBD por estar doente, será que ainda não tinha se recuperado?

— Oi! — se levantou timidamente e seus olhos focaram em Christian.

— Candy! — ele correu e a abraçou com força — Como ele está — Dulce maneou a cabeça e seus olhos lacrimejaram. Do que eles estavam falando? Por que Christian parecia entender mais que todo mundo? — Ele vai ficar bem, você vai ver.

— Só vai ficar bem se ele me ajudar... Por isso eu vim, é a minha última esperança.

Olhei para o lado e todos continuava tão estáticos quanto eu. Ninguém além dos dois e Pedro pareciam estar entendendo alguma coisa. Dulce soltou-se de Christian, passou as mãos no rosto e olhou diretamente para Christopher, que parecia estar soltando fumaça de tanta raiva.

— Precisamos conversar...

— Não temos nada o que conversar — respondeu rapidamente.

— É importante, Christopher... Eu preciso da sua ajuda — disse enquanto lágrimas escorriam por seu rosto. O que está acontecendo?

— Minha ajuda? — riu sarcasticamente — Você desapareceu por quase cinco anos e quer minha ajuda? Maria, some da minha vida outra vez, por favor!

— Você precisa me ajudar a salvar o meu filho — gritou desesperada.

Arregalei meus olhos assim como Christopher. Filho? Dulce tinha um filho?

— D-do q-que v-v-você e-está f-fa-falando?

— Eu não fiz o aborto, Christopher! Eu não o tirei.

Aborto? Dulce ia fazer um aborto? Quando isso aconteceu? Christopher era o pai?

— V-v-você... O quê?

— Eu não o tirei, Christopher! Por isso fui embora, eu... tive medo da sua reação. Não pretendia voltar nunca mais, mas... Ele está doente, Christopher. Eu preciso da sua ajuda, por favor... Não o deixei morrer, eu te imploro.

Dulce falava desesperadamente em meio a soluços e lágrimas. Vi que Christian também chorava enquanto a segurava pelos ombros e lágrimas também escorriam por meu rosto, só de ver o estado de Dulce. Me assustei ao olhar para Christopher e vê-lo sério, sem demonstrar nenhuma expressão. Frio como eu nunca o tinha visto antes.

— Por favor, Christopher... Ele é a pessoa mais importante para mim nesse mundo... Não me deixe ficar sem ele.

— Em todos esses anos você nunca me procurou. Nunca me contou nada, cuidou dele sem nem lembrar de mim, então se vire. Dê seu jeito para salvar essa criança.

O quê? Ele estava mesmo dizendo isso? Não, não podia ser o Christopher que eu conhecia e gostava tanto.

— Ele vai morrer — gritou.

— Não me importo — respondeu secamente.

— Pelo amor de Deus, Christopher! Ele só tem quatro anos, não tem culpa de nada... É só uma criança!

— Como eu disse, não me importo — repetiu pausadamente.

— Ele vai morrer — gritou ainda mais desesperada que antes.

— O que já deveria ter acontecido há muito tempo — Christopher berrou, me fazendo arregalar os olhos, assustada.

Fiquei olhando para ele sem acreditar que tivesse dito isso. O vi arregalar os olhos e recuar um passo, voltei minha atenção para Dulce e me assustei ainda mais. Christian a sustentava pela cintura e segurava seu cabeço enquanto ela vomitava.

Corri para tentar ajudar, quando vi que ela estava quase desmaiando, mas tudo o que consegui fazer foi ajudar Christian a sentar no chão, abraçado a ela, que chorava desesperadamente. Pedro me entregou uma garrafa de água e um comprimido, Anahí apareceu ao meu lado e praticamente precisamos empurrar o comprimido a força na boca dela e forçá-la a beber água para termos a certeza de que havia engolido.

— O que aconteceu a ele, Christian? — murmurou agarrando-se a ele — Como posso sentir tanto nojo de alguém que amei tanto? Porque ele vai deixar meu filho morrer?

Christian puxou a cabeça dela para seu peito a embalando até o que o remédio fizesse feito e ela apagasse ali.

Quando olhei para Christopher, vi uma lágrima escorrendo por seu rosto. Parecia um pouco assustado com tudo, mas aos meus olhos, ele parecia um monstro agora.

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora