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Narrado por Alfonso

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Narrado por Alfonso

Depois de deixar Dulce na cama, Christian saiu do quarto ignorando as perguntas de John que não sabia de nada do que tinha acontecido. Saí atrás de Christian, sabendo exatamente o que ele faria, mas apenas me escorei na parede do corredor e observei a tudo em silêncio.

Christopher ficou abalado com cada palavra dita por Christian, mesmo que tentasse negar isso a todo custo. Observei a briga inteira, mas só me meteria se Christian precisasse de mim. Pedro me olhou incrédulo enquanto tentava afastar Christian e Anahí tomou a frente, conseguido tirá-lo dali, mas eu permaneci no mesmo lugar.

Christopher parecia estar atordoado com tudo, levou algum tempo até que se levantasse e se desse conta de que continuava ali. Por observar atentamente todas as suas reações, vi que as palavras de Anahí o machucaram mais que os socos que levou.

— O que você quer? — perguntou nervoso.

— Lembra quando começou a namorar a Dulce? — ele assentiu me encarando — Eu disse a você que eu não concordava com o namoro de vocês, lembra disso?

— Onde você quer chegar, Poncho?

— Você sempre pensou que era ciúme...

— E não era? — perguntou ironicamente.

— Não. Dulce é uma mulher sensacional e eu tinha certeza de que você a magoaria. Eu só não queria estar perto quando acontecesse, porque seria capaz de matá-lo. Essa é a minha vontade agora.

Ele respirou com força, largando-se da parede e me encarando com raiva.

— Estou aqui, vem me matar! — gargalhei e o vi bufar de raiva.

— Você está disposto a deixar uma criança morrer, Christopher... Pior ainda, está disposto a deixar seu filho morrer. A morte é pouco para alguém como você. Dulce te amou, mas agora só vai pensar em você como o homem que matou o filho dela.

Christopher fechou o punho com força e eu sorri sarcasticamente. Não que eu visse alguma graça nisso tudo, mas queria magoá-lo como ele magoou Dulce, minha amiga-irmã.

— Você deixou de ser o príncipe encantado, para se tornar o monstro que ele verá em seus pesadelos mais sombrios.

— Pare com isso! — gritou.

— Será que ela vai voltar a vomitar quando pensar em você?

Ele me deu as costas e, com as mãos tremulas, entrou em seu quarto, batendo a porta com toda força que pôde. Suspirei longamente e voltei para o quarto de Christian, que estava mais calmo e explicava a todos o que estava acontecendo com o filho de Dulce. Não peguei a conversa inteira, mas entendi a parte do hepatite fulminante.

— O que você fez? — Anahí sussurrou ao me abraçar e a apertei em meus braços.

— Falei algumas coisas horríveis. Espero que tenha algum efeito.

— Também espero — se afastou o suficiente para olhar em meus olhos — Dulce vai ficar bem, não vai?

— É claro que vai — respondi confiante enquanto acariciava seu rosto.

— E a criança?

Concordei com a cabeça sem saber o que dizer e a abracei com força, pedindo a Deus que o menino ficasse bem.

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora