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Narrado por Christopher

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Narrado por Christopher

Quando Dulce me olhou no aeroporto, me senti um lixo, não quis nem se sentar ao meu lado, ainda virou o rosto quando vi que tinha sentado em outro lugar. Segui para o fundo do avião, como sempre, mas não tirava meus olhos de sua poltrona, eu não ia conseguir esperar para conversarmos, vou lá agora e ela tem de me ouvir. Me levantei decidido, mas vi Christian sentar-se ao lado dela.

Droga! Droga! Droga!

Agora vou ter que esperar e não estava com sono algum. Minha cabeça latejava, ainda me sentia mal por conta da ressaca. As luzes foram apegadas, Lost começou a passar, mas eu não cabeça para nada, apenas me encolhi por causa do frio e fechei os olhos.

Deus, me ajude, por favor! Que as coisas entre nós dois voltem ao que era antes de toda essa confusão, porque eu amo demais para perdê-la. Pedi em pensamentos

Já estava assim a algum tempo quando senti uma mão em meu rosto, em uma carícia suave e um beijo sobre meus lábios. Abri os olhos rapidamente e a vi ali, levemente assustada.

— Pensei que estava dormindo — sussurrou.

— Eu não vou conseguir dormir antes de conversar contigo — disse, segurando sua mão entre as minhas para que ela não fugisse — Dulce, precisamos conversar.

— Agora não, Christopher. Eu estou exausta, não dormi depois que me ligou e ainda não decidi o que fazer sobre meu bebê — desviou os olhos prendendo o lábio inferior entre os lábios.

Espera um pouco, ela disse meu bebê? Como assim o bebê era dela? Aquilo me deixou nervoso e preocupado, mas fingi não escutar porque não queria mais uma briga.

— Mas precisamos — sussurrei firme.

— Precisamos, mas não vamos fazer isso agora — disse, puxando sua mão das minhas, levantando-se e voltando para onde estava.

— Que merda!

Pousamos em Las Vegas as três da tarde. Saímos do avião diretamente para o carro que nos esperava ali mesmo na pista e nos levaria para o hotel. Dulce foi ao lado de Christian outra vez e me sentei ao lado de Maite.

— Pelo jeito brigaram, não é mesmo? — concordei chateado — Logo passa, deixa ela esfriar a cabeça e vocês dois conversam direito.

— É, vou fazer isso. Não tem outro jeito, não é? — forcei um sorriso fraco.

Não demoramos para chegar ao hotel, que era enorme, por sinal. Pedro nos levou diretamente para o andar que estava reservado para o RBD e todos que trabalhavam com nós. Quando nos entregou o cartão dos quartos, olhei para Dulce perguntando se podíamos conversar agora, mas ela apenas negou com a cabeça e entrou em seu quarto sem olhar para trás.

— Merda! — resmunguei, ignorando minha vontade de gritar para tentar aliviar a raiva que eu estava sentindo de mim mesmo. Por que fui ligar para ela e falar besteira?

Entrei em meu quarto ainda irritado comigo mesmo e fui diretamente tomar um banho para tentar me acalmar um pouco, mas isso não o suficiente. Vesti uma cueca e fiquei deitado na cama, esperando que desse logo o horário em que sairíamos para uma entrevista e para o show, que eu não sentia a menor vontade de fazer.

Não consegui dormir nem depois de ter rolado de um lado para o outro na cama. Estava me sentindo ainda mais irritado que antes quando ouvi o celular apitar e vi que era uma mensagem de Dulce.

"Pode vir até o meu quarto? Preciso te falar algo importante."

Nem pensei duas vezes antes de pôr uma roupa e correr até seu quarto. Bati na porta e ela abriu, indicando que eu entrasse com a cabeça. Seus olhos e nariz estavam vermelhos. Droga! Ela tinha chorado e eu sabia que era por minha causa.

— Olha Dulce, eu não lembro o que eu te disse no telefone, mas eu estava...

— Bêbado, eu sei — me interrompeu rolando os olhos — Não quero falar disso agora, Christopher

— E do que quer falar? Pensei que me chamou aqui para conversar — me sentei na cama enquanto a olhava confuso.

— Não, só queria dizer que vou fazer o aborto — disse diretamente. Eu deveria ter tentando, mas não consegui evitar sorrir amplamente com suas palavras. Estava feliz e aliviado com isso.

— Meu amor, você escolheu o certo — disse animado.

— Será que pode cuidar disso logo? Quanto mais rápido melhor — cruzou os braços.

— Não se preocupe, pequena. Eu cuidarei de tudo — me levantei, indo em sua direção na intenção de abraçá-la e beijá-la, mas antes que eu chegasse perto, ela se esquivou para o outro lado, me deixando confuso outra vez — O que houve?

— Estou cansada... — deu de ombros — Quero ficar sozinha, Christopher. Pode ir embora?

— Dulce... — supliquei.

— Vá embora, Christopher! Por favor

Sem alternativa, segui para a porta, mas antes de sair, me virei em sua direção, olhando-a nos olhos.

— Eu te amo, Dulce! — esperei que ela dissesse o mesmo, mas a única coisa que fez foi juntar as mãos e desviar os olhos. Saí dali com o coração em minhas mãos.

Entrei em meu quarto disposto a cuidar de tudo ainda agora. Quanto mais rápido esse bebê estivesse fora dela, mais rápido ficaríamos bem novamente. Liguei para um amigo que eu tinha ali e tentei descobrir com ele onde eu poderia fazer um aborto ali em Las Vegas, em algum local que não a colasse em perigo, e não demorei muito em entrar em contato com a clínica que ele me indicou.

— Gostaria de marcar uma consulta

— Para que dia, senhor?

— Para amanhã mesmo se possível

— Amanhã só temos uma vaga para as nove horas, senhor

— Tudo bem. Eu a quero — disse decidido. Quando terminei de ajeitar todos os detalhes, mandei uma mensagem para Dulce avisando-a e fui tomar outro banho, para tentar tirar a culpa que caia sobre mim.

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora