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Narrado por Christopher

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Narrado por Christopher

Como sempre cada um foi para um canto diferente, eu e Dulce éramos os únicos que sentávamos juntos durante a viagem. Nos sentamos nas poltronas do fundo, como todos ficavam pela frente, principalmente Pedro, tínhamos mais privacidade no fundo, o que era muito útil quando estávamos apenas ficando.

— O que você pediu? — perguntou assim que nos acomodamos

— Só besteiras. Um hambúrguer, batata frita grande, e uma Coca-Cola, e você?

— Adivinha? — perguntou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo

— Sushi — afirmei rolando os olhos e fazendo-a rir. Ela quase sempre pedia isso.

— Acho que vou roubar sua batata frita

— Ah! Não pode — fiz beiço fazendo-a sorrir

— Posso sim, meu bebezão

Sorrimos e começamos a comer entre brincadeiras e risos. Ela roubava minhas batatas-fritas e eu o sushi dela, fazíamos bicos, chantagens emocionais e sempre sorriamos trocando pequenos beijos e palavras carinhosas.

Quando terminamos ela levantou dizendo que iria ao banheiro e jogaria tudo fora. O avião já tinha decolado há alguns minutos. Deitei nossas poltronas, colocando dois travesseiros sobre elas e puxando um lençol que Dulce sempre trazia na mochila. Deitei e fechei os olhos por alguns segundos, só os abri quando a senti deitar a cabeça em meu ombro. Olhei um pouco para baixo sorrindo e comecei a acariciar seu cabelo.

— Agora pode dormir, meu amor! Quem vai te buscar no aeroporto?

— Minha mãe e a ti?

— Vou de táxi — respondeu em meio a um bocejo — Meus pais não estão na cidade

— Minha mãe te deixa em casa — sugeri, mesmo sabendo que ela iria contestar.

— Não quero te dar trabalho, Chris — revirei meus olhos

— Não é trabalho nenhum, Dul

— Mas, Chris... — nem deixei que ela terminasse de falar

— Minha mãe te deixa e ponto final!

— Quando chegarmos nós vemos isso

Ela aninhou-se mais em mim e logo a senti adormecer. As luzes do avião ainda estavam acesas. Passei o lençol por cima da gente e fiquei ali acariciando o cabelo dela.

Às vezes me sentia um pouco estranho em relação à Dulce, era uma relação séria demais para alguém com a minha idade. Mesmo assim, não tinha um único segundo de minha vida que eu me arrependa de estar com ela. Às vezes me assustava em como eu gostava dela. Com a intensidade desse amor, nunca tinha sentido isso por ninguém.

Estávamos juntos há seis meses e todos me diziam o quanto eu tinha mudado, o quanto eu tinha amadurecido. Parando de ficar bêbado sempre, de sair com qualquer mulher que passasse a minha frente e isso não me fazia falta alguma. Eu sabia bem quem era a responsável pela minha mudança e não evitei sorrir ao pensar nela.

Bocejei, estava realmente cansado, tanto pelo show na noite anterior, como a minha louca madrugada com ela — sorri safado me lembrando de todos os detalhes — e por andarmos no shopping a tarde toda.

As luzes do jatinho se apagaram e na grande televisão que ficava no alto, começou a rodar um episódio de Lost, como gostávamos de assistir nas viagens. O resto do grupo começou a aplaudir e fiquei ali assistindo, sentindo minha pálpebra pesar, fechei os olhos por um minuto e acabei adormecendo abraçado a ela.

Acordei ouvindo a voz do Christian, quando abri os olhos, vi que Dulce já estava sentada e rindo de alguma coisa que o Christian fazia com a Anahí. Somente sorri quando ouvi Anahí gritar desesperada e encher ele de tapas fortes. Sentei me espreguiçando e Dulce me olhou sorrindo ternamente, devolvi o sorriso e lhe roubei um selinho.

— Boa madrugada, bebê!

— Que horas são? — perguntei coçando os olhos. Ainda estava morrendo de sono

— Quase duas horas da manhã — respondeu enquanto guardava o lençol em sua mochila — Sua mãe já está aí?

— Ela pediu para eu ligar quando chegasse, mas está tarde e acho melhor ir de táxi para não a acordá-la.

Saímos juntos do avião, mas estávamos separados um do outro, por medo de que houvesse algum paparazzo por ali. Caminhamos lado a lado para fora da pista.

— Quer dormir lá em casa? — a olhei de soslaio e a vi morder os lábios.

— Posso? — ela concordou com um sorriso tímido e evitando me olhar — Então quero sim. Quando eu acordar vou para minha casa — minha verdadeira vontade era de puxá-la para um abraço e um beijo, mas eu precisava me controlar. Sabia que ela estava pensando a mesma coisa que eu, pelo moto que suspirou e comprimiu os lábios. Não era uma situação fácil para nenhum de nós dois.

Ouvimos Maite nos chamar a e olhamos um pouco confuso.

— Querem carona?

— Antes de aceitar a carona, é você quem vai dirigir? — brinquei e ela bateu em meu no braço arrancando sorrisos da Dulce.

Dulce foi na frente com Maite e eu me acomodei no banco traseiro. Íamos conversando sobre os shows que fizemos na Espanha e em pouco tempo estávamos na frente do prédio onde Dulce morava. Maite entrou no estacionamento do prédio, para evitarmos fotos minhas entrando com as malas e saindo apenas na manhã seguinte.

Carreguei minha mala e a dela, sob protestos, enquanto ela carregava apenas sua mochila e seguimos para o elevador. Assim que as portas se fecharam, ela se aproximou abraçando minha cintura e beijou-me calmamente, como queríamos fazer desde o aeroporto. Envolvi sua cintura com meus braços e aumentei a intensidade do beijo.

O elevador abriu no último andar e seguimos seu cantinho, como ela costumava dizer. Larguei as malas na sala e me joguei no sofá. Dulce não demorou muito para se jogar em cima de mim, rindo do meu jeito.

— Está cansadinho, amor? — concordei sentindo-a encher meu rosto de beijos — Que pena, bebê!

— Pena? Do quê?

— Não vou poder lhe cansar mais do que aquela ruiva gostosa lá — rolou os olhos fazendo beicinho e gargalhei jogando a cabeça para trás

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora