Narrado por Dulce
Assim que Christopher fechou a porta, um nó se formou em minha garganta enquanto lágrimas caiam em meu rosto. Eu queria poder dizer que também o amava, mas não conseguia, simplesmente ficou preso em minha garganta. Limpei o rosto decidida a não chorar mais e me concentrar em ficar pronta para a coletiva de imprensa que teríamos antes do show.
As dezoito em ponto alguém da produção bateu em minha porta e saí seguindo-o. Encontrei Christian no corredor e fomos abraçados ao encontro dos outros, rindo das besteiras que ele falava.
— Bom, antes de irmos vou falar um pouco sobre essa coletiva... — Pedro disse detalhadamente o que deveríamos e não deveríamos dizer naquela coletiva, coisa que sempre fazia, depois nós fomos para a van que nos levaria.
Dessa vez me sentei ao lado de Alfonso, já que Christian estava com Maite. Alfonso abriu um grande e lindo sorriso quando me viu ao seu lado e retribuí gentilmente, apesar do término, ainda éramos bastante amigos.
— Ardilita — apertou minhas bochechas.
— Oi, Ponchito — me esquivei de suas mãos enquanto ria.
— Que milagre é esse? — arqueou a sobrancelha e eu o mirei confusa.
— Milagre?
— Você não está pendurada no pescoço do teu bebê — brincou tentando imitar minha voz na última palavra e não evitei o rir.
— Você é um idiota e eu não falo desse jeito — me fiz de ofendida, batendo em seu braço
— Foi só isso que ele errou, não é? — Christian se meteu apoiando a cabeça no encosto da minha poltrona — Porque você vive pendurada no pescoço do teu bebê — imitou Afonso e eu lhe mostrei minha língua.
— Que orelhudo — brinquei fazendo Maite, que estava ao lado dele, rir.
— Está aqui só prestando atenção na conversa de vocês – ela o entregou ainda rindo.
— Está me chamando de fofoqueiro, Maite? — se fez de ofendido e até Pedro caiu na gargalhada.
— E ela estaria mentindo? — Anahí alfinetou nos fazendo rir ainda mais.
Christian abriu a boca para revidar quando o carro parou. Indicando que tínhamos chegado ao local da coletiva.
— Você vai ver só, sua loira oxigenada — ameaçou saindo do carro.
A coletiva correu tranquila, como sempre perguntaram sobre casais na banda e todos mentimos, para variar, e logo depois nos levaram para o show.
Nosso camarim era compartilhado, então um por vez entrou em uma sala reservada para colocar a roupa que usaríamos. Eu me sentia ansiosa para esse show, apesar de tudo, porque sei que quando entrasse no palco e começasse a cantar e dançar, esqueceria meus problemas e era tudo o que eu estava precisando no momento. Eu daria o melhor de mim para meus fãs, como sempre dava.
Todos já estávamos prontos e reunidos na sala principal do camarim, onde tinha sofás e uma mesa recheada de guloseimas. Obviamente Christian saia dali. Algum tempo depois, Pedro nos chamou dizendo que estava na hora e seguimos animados, juntando nossas mãos e gritando RBD como fazíamos em todos os shows.
Saí do palco me sentindo aliviada, parecia que não tinha problema algum. O show foi simplesmente perfeito, consegui cantar, dançar e até me aproximei de Christopher em cima do palco. Voltamos para o camarim animados e corri para mudar de roupa, para poder aproveitar as guloseimas que nos era oferecidas. Vi Christopher se aproximar de mim enquanto eu comia e tentei me afastar, mas ele segurou meu braço, me mantendo no lugar.
— Agora não, Christopher — disse, tentando me soltar, mas foi em vão.
— Agora sim, Dulce – suspirou e me encarou sério — Amanhã, as nove
— O que tem amanhã as nove?
— A consulta — seu olhar desceu para minha barriga e o acompanhei sentindo um arrepio percorrer meu corpo.
— Já?
— Você pediu que fosse rápido — deu de ombros indiferente — E quanto mais rápido, mas fácil de tirar — seu tom frio me irritou profundamente.
— Já deu o seu recado — puxei meu braço irritada, mas ele se pôs em mina frente — O que foi agora? — rolei os olhos impaciente.
— O que está acontecendo com agente? — seu olhar triste me desestabilizou por um momento.
— Eu não sei, mas espero que passe logo
— Isso só depende de nós, Dulce — suas mãos seguraram meu rosto carinhosamente, me obrigando a olhá-lo nos olhos.
— Agora não, Christopher! Por favor — me esquivei de suas mãos quando o vi se aproximar na intenção de me beijar.
— Nunca é agora, Dulce —suspirou pesadamente — Tudo bem, tudo no seu tempo
***
Ouvi batidas insistentes na porta e me levantei irritada, dando de cara com Christopher assim que a abri.
— Isso é jeito de abrir a porta? — esbravejou ao me olhar de cima a baixo.
— O quê? — desci meu olhar e percebi que eu estava vestido apenas uma camiseta e uma calcinha pequena. Meu rosto ardeu de vergonha e dei um passo para trás, me escondendo ainda mais na escuridão meu quarto — Esqueci que estava desse jeito — entrei completamente e ele me seguiu, ainda irritado.
— Já imaginou se fosse outra pessoa na porta? Se fosse outro homem? — rolei os olhos sem que ele visse. Com tantos problemas na cabeça, ele ainda queria fazer uma cena de ciúmes?
— Não vamos brigar mais, ok? — pedi com toda a paciência que me restava — O que veio fazer aqui a essa hora?
— A consulta, Dulce! Vá se arrumar, temos meia hora para chegarmos lá — suspirei pesadamente, já tinha me esquecido completamente disso.
— Ok, vou me arrumar rapidinho
Apenas depois que me enrolei na toalha, percebi que tinha esquecido de pegar uma roupa e agora teria que fazer isso na frente dele. Era algo que eu já estava acostumada a fazer, mas toda essa situação deixava as coisas diferente. Saí do banheiro e ele me comeu com os olhos, desviei o olhar sentindo minhas bochechas arderem outra vez. Peguei a roupa o mais rápido possível e voltei para o banheiro.
Nós pegamos um táxi e seguimos para a clínica. Eu me sentia nervosa, incerta e tentava não pensar nas consequências de minha escolha.
Quando chegamos ao local, tinha algumas mulheres ali e algumas tinham até uma barriguinha de grávida, o que me fez sentir um nó na garganta. Christopher me arrastou até o balcão e subi o capuz do meu moletom, morrendo de medo de que alguém nos reconhecesse.
Depois que falou algo com a recepcionista, nos sentamos afastados de todos. Eu estava extremamente nervosa, mas Christopher parecia calmo e tranquilo ao meu lado. Meu celular tocou alguns minutos depois e eu o atendi ao ver que era Christian, porque podia ser algo importante.
— Oi, meu amor — Christopher me olhou confuso.
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O valor de uma vida
Fanfiction+18| FINALIZADA | Dulce tem tudo o que sempre sonhou na vida: é uma atriz famosa, faz parte de uma banda que é um fenômeno mundial e namora o cara dos seus sonhos. Mas e se o cara dos seus sonhos não fosse tão perfeito assim? O RBD sempre foi o seu...