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Narrado por Dulce

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Narrado por Dulce.

Quando cheguei a varanda, Matheus abraçava Thiago carinhosamente enquanto nosso filho dizia o quanto sentiu saudades. Eu podia sentir os olhares de todos sobre nós, mas não tive coragem de olhá-los de volta. Matheus se levantou com Thiago no colo e me olhou. Era a primeira vez desde que nos conhecemos que ficávamos sem jeito um com o outro.

— Oi.

— Oi.

— Fez boa viagem?

— Sim.

— Por que não avisou que estava vindo? Eu teria ido te buscar no aeroporto.

— Foi de última hora... Eu estava com saudade de vocês dois, então vim — desviou os olhos — São os pais de Christopher ali com os seus?

— Sim.

— Ah, não queria atrapalhar o momento em família — disse timidamente.

— Você também faz parte da minha família, Matheus.

— Ainda faço?

— Príncipe, vai ficar com seus avós um pouco, por favor — pedi olhando Thiago.

— Mas eu quero ficar com o papai, mamãe. Eu tava com muita saudade!

— É só um pouco, filho. Prometo que depois o papai vai ser todinho seu.

— Tá bom — Thiago desceu emburrado. Fiquei com peninha dele, mas não dava mais para adiar aquela conversa.

— Algo mudou depois da nossa última conversa, Dulce?

— Depois da nossa última conversa não, mas depois que me deixou sim — admiti olhando para baixo — Precisamos conversa sobre tudo, Matt.

— Vou cumprimentar seus pais e vamos fazer isso, certo?

— Pode ser.

Fomo em silêncio atém onde todos estavam. Ele cumprimentou meus pais carinhosamente e foi extremante educado ao falar com os pais de Christopher e com ele, perguntando como estava sendo sua recuperação. Ainda que todos estivessem sendo cordiais, o clima estava um pouco pesado, principalmente entre mim e Matheus. Sei que nada melhoraria até conversarmos francamente.

— Vocês se importam em cuidar do Thiago por algum tempo? — perguntei a meus pais que rapidamente negaram — Estaremos lá em cima, qualquer coisa é só me chamarem.

— Fique tranquila, filha.

Segui para casa sendo acompanhada por Matheus e antes de alcançarmos as escadas, nossas mãos se encontraram e se entrelaçaram. Era um gesto tão automático e natural entre nós, que me fez sentir em paz, mesmo sentindo o olhar de Christopher me acompanhar.

— Você me disse que eram só amigos, mas estavam quase beijando quando cheguei — Ele disse assim que entramos em nosso quarto e eu suspirei. Não era algo que eu poderia negar, se Thiago não tivesse gritado, teríamos nos beijado — Mudou de ideia?

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora