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Narrado por Dulce

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Narrado por Dulce.

Não estou acreditando que Christopher está fazendo essa cena toda. Quer dizer, ele descobriu que era pai a algumas horas e estava pensando que sua palavra era lei ao estalar os dedos?

Saí do colo de Matheus furiosa e o chamei para conversar lá fora. Notei o quanto estava irritado ao me seguir, mas não me importei. Andei para longe do quarto, querendo evitar que uma possível confusão acordasse Thiago, e parei no corredor mais deserto que encontrei.

— O que foi? — perguntou grosseiramente e rolei os olhos.

— Que cena foi essa lá no quarto?

— Apenas falei que vou dormir aqui e ponto final. Eu sou o pai e tenho direito a isso.

— Não tem não, Christopher — o encarei seriamente — Legalmente falando, eu e Matheus somos os pais do Thiago. Você não tem direito algum sobre ele — disse pausadamente, querendo que ele entendesse toda a situação e vi a raiva crescer em seus olhos — Sinceramente, eu não quero brigar com você — me antecipei, antes que ele falasse algo — Não quero ser rude, nem nada do tipo, estou feliz por estar nos ajudando, mas não vou admitir que aja desse jeito.

— E de que jeito estou agindo? Como pai dele?

— Como uma criança mimada! — rebati irritada — Pai dele? Christopher, você pode ter o mesmo sangue, mas Matheus o criou desde o nascimento. Ele estava viajando a trabalho, está tão desesperado quanto eu, se ele quer ficar, vai ficar e ponto final.

— Eu estou fora a anos, preciso disso muito mais do que ele — esbravejou.

— Por escolha sua — cuspi as palavras sobre ele na tentativa de não gritar — Enquanto você nos rejeitou, ele nos escolheu.

— Nunca rejeitei você — disse ofendido.

— Rejeitou sim. Ao rejeitar o meu filho, você me rejeitou também — respondi séria e vi seus olhos se esvaírem de qualquer sentimento — Além disso, Thiago está doente e frágil, precisa se sentir amado e seguro. Se ele acordar de madrugada sentindo dor, vai querer o pai ao lado e não um desconhecido. Sei que quer se aproximar dele, mas não vai ser do dia para a noite que isso vai acontecer.

— Tudo bem.

Virei para sair, mas o senti segurar meu braço. Permaneci na mesma posição, tentando controlar minha respiração. Quando o abracei mais cedo, me dei conta de que ainda não estava completamente curada sobre Christopher como eu imaginava e me senti péssima por isso. Como eu ainda podia sentir algo por ele, depois de tudo que me disse ontem?

— Me perdoa.

— Já perdoei, Christopher. Te disse isso.

— Não. Me perdoa por isso.

Em um movimento brusco, ele me virou e senti minhas costas baterem contra a parede fria. Ter seu corpo perto do meu, acendeu o resto das fagulhas adormecidas. Traguei a saliva olhando diretamente para sua boca tão perto da minha, sua respiração contra a minha pele, sua testa encostada na minha. Seus lábios roçaram nos meus, fechei os olhos e me lembrei de tudo.

O valor de uma vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora