Tudo É Mel

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Amanhã!

Estreia Inocentes, spin-off da Saga Seduzentes


Tudo É Mel - O Ursinho Pooh

-Estou me coçando por um cigarro – tremeu Carlos, sentado à mesa de sempre à sombra da árvore, acompanhado somente por Mal e Doug; um trio bastante peculiar. Mal havia perguntado o que acontecera no almoço e no jantar do dia anterior. Aquele tom de voz baixo, a textura aveludada, não admitiam trocadilhos ou brincadeiras sobre onde ela estivera nesse horário; o olhar frio e atento demais de quem queria uma resposta específica para uma pergunta específica que veio logo em seguida: "Evie comeu?". De Vil não prestara muita atenção, mas Doug...

-Muito pouco no almoço – disse baixinho, o rosto virando em direção a mesa onde a princesa má estava sentada acompanhada do namorado – Mas ela não jantou, nem desceu para falar a verdade.

-É perseguidor mesmo – provocou Carlos, fazendo o outro menino corar e baixar os olhos. Era preferível atacar o nerd do que admitir que ele não fizera o que devia por ter outras paranoias na cabeça. Sem querer, seu olhar se desviou para a mesa onde estavam Jane e Klaus; ela com um sorriso meigo, ele olhava-a cheio de encanto.

-Fez o que você deveria ter feito – a frieza em Mal era perceptível; Carlos ficou nervoso por ela ser tão capaz de "perceber" por onde iam seus pensamentos.

-Estava me consultando com o terapeuta – disse grosso, desviando o olhar do sorriso de Jane, do sorriso de Klaus; ignorando completamente a existência de Doug – Talvez se lembre que eu também tenho problemas.

-Todos temos, Carlos – revidou a amiga; seu olhar imediatamente focou em Jay que passava com Audrey em direção ao ginásio. Mal ergueu o celular, instantes depois mostrava a mensagem que Jay acabara de mandar: "só chá; nada de comida".

-Porra! – socou a mesa, assustando o nerd, e levantou-se virando rapidamente de frente para Mal, mostrando um olhar insano e uma agressividade que, pelo menos Doug, nunca antes havia visto – Você não disse que ela iria acabar no fundo do poço de novo – acusou – Porque é lá que ela vai parar se essa merda continuar!

-Porque eu esperava mais dela – rosnou a menina de volta, igualmente nervosa elevando o tom de voz – Era uma possibilidade, Carlos – ela esfregou os olhos, ignorando o perigo de borrar a maquiagem – Era óbvio que ia cair, e ela precisava dessa queda... mas eu não queria acreditar que nós voltaríamos ao mesmo problema de antes. Não quis acreditar que ela precisasse chegar ao fundo uma vez mais.

-Achei que esse demônio havia sido morto a facadas – disse Carlos sentando de novo, apoiando a testa nas mãos, os cotovelos sobre a mesa.

-Tão morto quanto seu problema com machas – retrucou Mal, respirando fundo – Também preciso de um trago. Urgente.

-Vamos sair daqui. No banheiro?

-Perfeito – disse se levantando e esquecendo do nerd.

Doug continuou onde estava. Observou Mal e Carlos sumirem, ambos, num andar confiante e sedutoramente ameaçador; não que ele esperasse menos daqueles dois. Mas se surpreendera com a intensidade dos sentimentos deles por Evie.

Sim, Doug sabia que eles eram amigos e coisa e tal, mas acreditara que era uma mera parceria para sobreviver aos perigos da Ilha e ao desconhecido do lado de fora da Barreira. Uma amizade por conveniência e prazo de validade, onde a individualidade era muito mais interessante do que o grupo... Estivera enganado; era o contrário. Havia sentimento entre eles; forte e bom como muitas amizades surgidas no reino dos bonzinhos não eram. Eles se importavam...

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