Seduzentes

Coração Elétrico

Coração Elétrico - Frankenweenie

De Vil amanheceu elétrico.

Fazia tempo que não tinha sonhos bons, e porra! que sonhos pra lá de gostosos. Orgias em todos os cantos de suas cada vez mais distantes recordações do sonho. Sabia apenas que era o mesmo pessoal do colégio. Lembrava-se dos trisais, afinal haviam sido os mais marcantes: como esquecer das princesas rosa e azul numa pegação pecaminosa junto a Mal? Como esquecer dele junto ao Jay surrando de pica o embuste príncipe Chad?

Absurdamente elétrico.

Ele havia se levantando antes do horário, o pau absurdamente duro dentro do pijama, depois de acordar com um gemido forte de alguém em seu sonho. Sorriu conforme arrancava todas as roupas e agarrava o próprio membro cheio de tesão sem querer deixar aquela atmosfera de prazer passar. Seguiu se masturbando o caminho inteiro até o banheiro e sequer percebeu como estava a temperatura da água que caía completamente fria em sua cabeça. Isso até gozar. Não uma. Não duas. Mas três vezes na sequência, sem pausa. Talvez tivesse continuado se o próprio punho não tivesse pedido para parar ao enviar uma forte dor na articulação.

Elétrico demais.

Não era o bastante, sentiu ele conforme se secava depois de um banho rápido. E isso de forma alguma abalava seu humor. Ao contrário. Seu sorriso crescia, sua animação parecia vazar dos poros como o esperma deveria sair da uretra. O bom humor era tanto que não pensou muito nas roupas: uma boa calça jeans, uma camiseta de mangas longas e coturnos. Um bom humor atípico que o fez não se importar com as sardas e se encher de perfume; o mais sensual, claro.

Do outro lado do quarto, Jay peidava quase idêntico ao som do despertador fazendo De Vil gargalhar.

-Foi certinho, moleque! – riu Carlos enquanto o amigo ria num estado meio dormente, já se levantando.

-É tiro, é tiro – riu Jay caminhando ainda soltando gazes para o banheiro.

Ainda rindo, Carlos passou a escovar os cabelos sem muito zelo, sem se preocupar em não criar uma divisão perfeita entre o lado branco e o lado negro. Isso era algo raro, raríssimo.

-Aliás, por que já está pronto? – questionou Jay com a escova de dentes na boca, tornando sua voz mais estranha, mais difícil de entender.

-Sei lá – sorriu De Vil – Tive um sonho foda, literalmente – e relatou o que lembrava fazendo o amigo gargalhar e encenar posições e movimentos sexuais enquanto se vestia.

Os dois saíram sem se importar com o quão cedo, e deram uma volta por todo o perímetro do colégio, ainda zoando e curtindo com o sonho pervertido de De Vil. Encontram uma turma de meninas – bem novinhas, provavelmente a menor faixa etária do colégio – ensaiando alguma coreografia, possivelmente parte da avaliação naquela matéria; e claro que os dois não conseguiram deixar de imitar debochadamente os passos de dança, especialmente das duas garotas que se incomodaram com a presença deles. Algumas riram, mas a maioria se constrangeu das caretas e insinuações pervertidas.

No refeitório, ainda bem vazio, os dois se sentaram sobre uma mesa bebendo café em xícaras de chá relembrando diversas ocasiões de perversão; o energético deixando Carlos bem mais agitado. E a conversa não acabou mesmo quando o refeitório foi enchendo; ao contrário, cresceu assim que Raissa chegou acompanhada de Ricardo; os dois claramente haviam dormido juntos. Kai chegou depois já se envolvendo na conversa apimentada.

Ao redor da mesa tudo e todos pareciam em chamas, estava realmente quente mesmo o clima estando o completo contrário daquele fogo todo.

O olhar do menino De Vil foi capturado quase que imediatamente quando três pessoas chegaram: os príncipes Aaron e Klaus, e a namorada do último, Jane.